Quando o casamento chega ao fim, a Justiça deveria ser um espaço de proteção e equilíbrio. Porém, nos divórcios que envolvem pessoas com transtorno de personalidade narcisista, muitas vítimas enfrentam não apenas o ex-parceiro abusivo, mas também a falta de compreensão do próprio Judiciário.
A maioria dos tribunais ainda não está preparada para reconhecer o impacto devastador do transtorno de personalidade narcisista nas relações familiares. Muitas vezes, comportamentos como manipulação, gaslighting, alienação parental e até fraude patrimonial são tratados apenas como “conflitos conjugais”. Essa falta de sensibilidade pode levar a decisões injustas, especialmente em questões de guarda, convivência com os filhos e partilha de bens.
O controle financeiro
Uma das principais formas de dominação do narcisista é o controle financeiro. Aos poucos, ele centraliza contas, restringe o acesso a recursos e tira a autonomia do outro, até que a vítima passa a depender exclusivamente dele. O controle financeiro é uma das formas mais cruéis de abuso. No divórcio, essa fragilidade se intensifica, pois o narcisista utiliza a dependência econômica como arma para negociar vantagens ou impor acordos injustos.
A avalanche de processos
Outra estratégia comum do narcisista é transformar o Judiciário em campo de batalha. Ele ingressa com uma sucessão de ações, recursos e pedidos muitas vezes desnecessários, com o único objetivo de desgastar emocional e financeiramente a outra parte. Essa avalanche processual não busca justiça, mas sim desestabilizar e obrigar a vítima a gastar cada vez mais, tornando o divórcio um verdadeiro martírio.
Desvios e fraude patrimonial
Um dos pontos mais recorrentes nos divórcios com narcisistas é a tentativa de ocultar ou desviar patrimônio. Seja por meio de transferências de bens para terceiros, criação de empresas de fachada ou esvaziamento de contas bancárias, o objetivo é sempre o mesmo: fragilizar o outro cônjuge e sair financeiramente vitorioso. Sem uma análise minuciosa, muitos desses desvios acabam passando despercebidos no processo.
O despreparo do Judiciário
Embora haja avanços, ainda falta preparo técnico e um olhar mais apurado e sensível para identificar que o divórcio com narcisista não é um divórcio comum. O narcisista transforma o processo em uma guerra, utilizando os filhos como instrumentos de vingança e poder, manipulando narrativas para se colocar como vítima. Quando esses padrões não são devidamente demonstrados, o resultado pode ser devastador para a parte mais vulnerável e, sobretudo, para as crianças envolvidas.
A importância da advocacia especializada
Por isso, contar com uma advogada especialista em Direito de Família, que compreenda os impactos do narcisismo, faz toda a diferença. Mais do que dominar a lei, é preciso estratégia e técnica para reunir provas e saber a hora certa de apresentá-las, de forma a expor o padrão tóxico e abusivo, proteger os filhos e garantir uma partilha justa e equilibrada.
Cada petição precisa ser elaborada estrategicamente para evitar manipulações. Todas as medidas processuais devem ser cuidadosamente planejadas, de modo a impedir que o narcisista manipule não apenas o processo judicial, mas também os próprios profissionais envolvidos.
“Muitos clientes chegam até mim em um momento de grande fragilidade e desestabilização emocional. Mas, com orientação adequada, encontram segurança para atravessar o processo. Com meu atendimento humanizado e empático, aliado à devida orientação e uma defesa estratégica, eles percebem que é possível passar por esse momento de forma mais segura e construir um caminho para uma solução justa.”
Recomeçar é possível
O divórcio com um narcisista é um dos maiores desafios emocionais e jurídicos que alguém pode enfrentar. Mas, com informação, apoio psicológico e orientação jurídica especializada, é possível romper esse ciclo de manipulação, resguardar direitos e iniciar uma nova fase da vida. O fim do relacionamento abusivo pode — e deve — ser o começo da liberdade.
Sobre a autora
Viviane Molina é advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, mestre em Direito e pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil. Com mais de 25 anos de atuação, é referência em casos de alta complexidade, especialmente aqueles que envolvem personalidade narcisista, divórcio, guarda e violência doméstica. É criadora do PodFam, podcast voltado ao Direito de Família, e membro ativo do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família).
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