De rastreamento veicular a projetos com bigtechs, passando por sistemas que impactam milhões de pessoas, Rodrigo construiu uma jornada que mostra: tecnologia vai além do código — envolve contexto, decisões e, acima de tudo, pessoas
Nos primeiros anos da carreira, os desafios eram de outro tipo. Longas horas diante de um monitor, ajustando código em C, testando microcontroladores, corrigindo pequenos bugs que insistiam em reaparecer. Não havia glamour, mas havia propósito. Foi assim que Rodrigo Monteiro começou — em meio à lógica dos sistemas embarcados, onde cada detalhe importa e cada solução é um ensinamento.
De lá pra cá, muita coisa mudou. O escopo dos projetos cresceu, os ambientes ficaram mais complexos e a responsabilidade também. Mas algo se manteve: o olhar atento, a busca por eficiência e a vontade de transformar problemas técnicos em soluções funcionais.
Hoje, aos 18 anos de carreira, Rodrigo lidera o desenvolvimento backend de uma das plataformas da Globo e comanda a Tech Barn, empresa de tecnologia que fundou para atender negócios com soluções feitas sob medida — feitos para resolver o que precisa ser resolvido, com clareza e eficiência.
A caminhada foi feita tijolo por tijolo. Depois da Zenite Tech, onde trabalhou com rastreamento veicular, ele passou pela Stefanini e mergulhou num projeto bancário de alto nível técnico. Era um sistema integrado ao SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), com validação de dados sensíveis e estrutura robusta. Foi ali que começou a entender, na prática, o impacto real de plataformas bem (ou mal) estruturadas.
Em paralelo à atuação em empresas, também passou pela sala de aula. Durante um período, foi professor de Programação Java na UNIBRATEC. A experiência ajudou a desenvolver uma habilidade rara no mundo técnico: a de explicar de forma simples o que é, por natureza, complexo.
Mas foi na Dataprev que viveu a fase mais intensa e transformadora da carreira. Foram 11 anos atuando em projetos ligados diretamente ao funcionamento de políticas públicas: Seguro Desemprego, Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), CAGED. Sistemas que, de fato, mantêm o país funcionando. Com o tempo, deixou de ser apenas o cara que codava. Assumiu a liderança técnica dos projetos e, em momentos críticos, chegou a substituir a gestão. Não era só sobre entregar — era sobre sustentar.
“Quando a gente lida com esse tipo de sistema, cada linha de código carrega uma responsabilidade enorme. É muita gente dependendo daquilo funcionar direito”, conta.
Essa vivência o preparou para o que viria depois. No CESAR, integrou um time que desenvolveu uma ferramenta interna para uma bigtech do Vale do Silício. Era uma solução para certificação de produtos, com foco em compatibilidade entre hardware e sistema operacional. O desafio ali era outro: atender a padrões globais exigentes e alto nível técnico.
Na sequência, assumiu a liderança técnica da BOMJUR, plataforma digital voltada ao setor jurídico, criada com apoio de programas de inovação em Portugal. A ideia era conectar advogados e clientes por meio de uma experiência simples e transparente — e o projeto envolveu backend, frontend e aplicativo móvel, tudo integrado.
A fundação da Tech Barn veio pouco depois. Não como ruptura, mas como consequência natural de quem já carregava um repertório técnico robusto e uma visão clara de como a tecnologia pode — e deve — ser usada. A empresa atende clientes de setores diversos, como mídia, indústria, setor público e logística portuária, oferecendo consultoria, desenvolvimento e manutenção de sistemas com foco em estabilidade e escalabilidade.
Atualmente, na Globo, ele lidera o backend de um dos módulos da plataforma de recomendação de ofertas usada diariamente por milhões de pessoas. Um trabalho que exige performance, visão de produto e capacidade de tomar decisões rápidas em um ambiente de alta demanda.
Rodrigo não construiu sua trajetória com frases de efeito ou fórmulas prontas. Cada passo foi um teste real — alguns com erros, muitos com ajustes e vários com resultados concretos. O diferencial, talvez, esteja justamente nisso: na disposição de entender o contexto, ouvir quem está do outro lado e construir tecnologia que faça sentido para quem usa.
Mais do que números e sistemas, sua trajetória é marcada por escolhas conscientes, responsabilidade e aprendizado contínuo. Para acompanhar os próximos passos, visite seu LinkedIn.