Especialistas destacam que compreender a carga tributária e aproveitar os benefícios do sistema sem juros pode tornar o investimento mais vantajoso
O consórcio imobiliário movimentou cerca de R$121,8 bilhões em 2024, de acordo com o Banco Central, e se firma como alternativa ao financiamento para a compra da casa própria devido à ausência de juros. No entanto, especialistas alertam que a modalidade embute impostos indiretos, como PIS, Cofins e ISS, cobrados nas taxas de administração. Esses tributos incidem sobre a receita das administradoras de consórcio e acabam sendo repassados ao consumidor, ainda que de maneira pouco transparente — por isso, é comum que o participante acredite estar livre de encargos, quando na prática eles estão diluídos no valor das parcelas.
A advogada tributarista Carina Raubach alerta que a falta de clareza sobre esses tributos pode confundir o consumidor: “Os brasileiros muitas vezes acreditam que estão isentos de encargos, mas acabam pagando impostos embutidos nas parcelas do consórcio. Entender essa composição é essencial para calcular o real custo da operação e planejar melhor o investimento no imóvel”, explica. Por outro lado, o especialista em consórcios Emerson Dornellas ressalta que, mesmo com a incidência de tributos indiretos, a modalidade continua sendo vantajosa: “O consórcio elimina os juros dos financiamentos tradicionais e cria uma rota mais acessível para a casa própria. Quando o jovem ou a família conhecem os custos envolvidos, conseguem avaliar de forma consciente e transformar o consórcio em uma estratégia de conquista patrimonial “, afirma.
Apesar de tais taxas embutidas, o modelo de investimento de consórcio ainda se destaca por oferecer previsibilidade e flexibilidade no uso da carta de crédito, que pode ser aplicada não apenas na compra de imóveis novos ou usados, mas também em terrenos, construção e reformas. Para consumidores que sabem esperar a contemplação, a modalidade tende a ser menos onerosa do que o financiamento bancário de longo prazo. Raubach reforça que a informação é a principal aliada do comprador: “O consumidor precisa analisar com atenção o contrato e compreender todos os encargos cobrados. Esse cuidado evita surpresas futuras e permite que ele planeje melhor a utilização do crédito, sem comprometer seu orçamento”.
Já Dornellas, também especialista em educação financeira, destaca que, ao contrário do que muitos imaginam, o consórcio pode ser uma oportunidade de educação financeira na prática: “Quando o participante assume o compromisso mensal, ele cria disciplina e direciona recursos para um objetivo claro. Isso fortalece a relação com o dinheiro e aumenta as chances de alcançar a casa própria de forma sustentável”.
Emerson Dornellas, CEO da Dornellas Cred
Com expansão contínua e milhões de cotas ativas no país, o consórcio imobiliário se consolida como uma alternativa relevante no mercado. Mesmo com impostos embutidos nas taxas, especialistas apontam que a modalidade permanece competitiva diante do financiamento tradicional e tende a ganhar ainda mais espaço entre brasileiros que buscam planejamento e segurança na compra da casa própria.
Serviço:
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https://dornellascred.com.br