Mercado movimenta R$ 291 bilhões ao ano e amplia adoção de soluções digitais para gestão e engajamento
A economia ligada à realização de eventos vem ganhando relevância no ambiente corporativo brasileiro, com impacto direto na geração de negócios e movimentação financeira em diversas frentes.
De acordo com dados da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE), a chamada economia de eventos movimenta R$ 291,1 bilhões por ano no país e sustenta uma rede empresarial formada por 654 mil CNPJs ativos.
Trata-se de um ecossistema que envolve desde montadoras de estruturas, empresas de tecnologia aplicada, audiovisual e logística até grandes centros de convenções, fornecedores de serviços técnicos e agências especializadas em ativações de marcas.
Ainda segundo a entidade, esse conjunto de atividades mantém 3,2 milhões de postos de trabalho no Brasil e gera R$ 42,3 bilhões em tributos federais anualmente, consolidando o setor como um importante vetor econômico.
Mercado corporativo amplia participação na economia de eventos
O crescimento recente do calendário de convenções empresariais, fóruns executivos e feiras de negócios demonstra a consolidação dos eventos como ferramenta para o posicionamento institucional e prospecção comercial.
A realização de encontros presenciais deixou de ser tratada apenas como iniciativa de relacionamento e passou a integrar metas de negócios, sobretudo em setores como tecnologia, serviços financeiros, energia, saúde e agronegócio.
Nesse modelo, empresas têm criado eventos proprietários para fortalecer autoridade de marca, apresentar soluções a públicos segmentados e gerar pipeline comercial qualificado.
O movimento também estimula economias locais, já que cada feira, encontro setorial ou congresso empresarial mobiliza cadeias de hospedagem, alimentação, transporte e serviços temporários nas cidades-sede.
Eventos evoluem com tecnologia e inteligência de audiência
A digitalização reorganizou a operação da indústria de eventos e introduziu novas métricas de desempenho. Ferramentas de credenciamento inteligente, monitoramento de fluxo, leitura de comportamento do público e extração de dados de participação passaram a fazer parte do planejamento de grandes encontros corporativos.
Algumas soluções interativas e plataformas digitais também se tornaram comuns em ativações de marca, substituindo ações estáticas por experiências que geram engajamento mensurável e dados estratégicos para análise pós-evento.
É o que observa Lucas Longhi, CEO da IOXtream, empresa que desenvolve soluções de interatividade para o mercado. “A tecnologia deixou de ser suporte e passou a ser protagonista. Soluções interativas, como totens digitais e plataformas gamificadas, ampliam o engajamento e transformam a experiência do público”, afirma.
Expansão do calendário empresarial sustenta geração de empregos
O aumento do volume de projetos também reflete no emprego formal. As projeções divulgadas pela ABRAPE indicam que a base técnica da indústria de eventos, formada por profissionais de produção, operação, montagem, cenografia, audiovisual e tecnologia, deve alcançar 186,8 mil vagas com carteira assinada em 2025.
Essa evolução está associada ao fortalecimento do segmento B2B, impulsionado por conferências de inovação, rodadas de negócio setoriais, feiras de indústria e convenções internas de grandes grupos empresariais.
A profissionalização crescente também favorece a entrada de empresas especializadas, que passaram a investir em logística operacional, inteligência de dados e soluções digitais para aumentar a competitividade do setor.