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Saúde

Retinoblastoma e os benefícios do INSS

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Retinoblastoma. Quem tem esse tipo de câncer tem direito a algum benefício no INSS? Descubra tudo nesse conteúdo.

Todo dia 18 de Setembro de cada ano, comemora-se o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, um tipo de câncer ocular que afeta principalmente crianças com até 5 (cinco) anos de idade. Este é o câncer ocular mais comum nessa faixa etária.

Atualmente, não existe uma lei específica no Brasil para pessoas com retinoblastoma. Portanto,  a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), assegura direitos e proteção às pessoas com deficiência.

IMPORTANTE: Crianças diagnosticadas com retinoblastoma e suas famílias têm direito a benefícios fornecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para auxiliar no tratamento e no apoio durante esse desafio, se constatada a deficiência de longa duração e estado de pobreza do grupo familiar.

O que é Retinoblastoma?

O retinoblastoma é um tipo raro de câncer ocular. Contudo, de acordo com o Ministério da Saúde, é o tumor ocular mais comum em crianças, representando cerca de 3% dos cânceres infantis, chegando a uma média de 400 casos por ano.

Existem 3 tipos de retinoblastoma:

  • unilateral: que afeta um olho
  • bilateral: que afetam os dois olhos;
  • trilateral: é quando uma criança com tumor nos dois olhos também apresenta tumor associado nas células nervosas primitivas do cé

O retinoblastoma é um tipo de câncer que se desenvolve na retina, a camada sensível à luz localizada na parte de trás do olho. Existem duas formas principais de retinoblastoma: a forma esporádica e a forma hereditária.

  • Forma Esporádica: Esta forma é responsável pela maioria dos casos de retinoblastoma (entre 60% a 75%). Ocorre devido a uma mutação somática no gene RB1 em uma célula da retina. Essa mutação faz com que a célula se multiplique de forma descontrolada, originando o tumor;
  • Forma Hereditária: Cerca de 40% dos casos de retinoblastoma são hereditários e são causados por uma mutação germinativa no gene RB1, que está presente em todas as células do corpo. Isso significa que a criança herda a mutação de um dos pais.
  • Forma Esporádica: Esta forma é responsável pela maioria dos casos de retinoblastoma (entre 60% a 75%). Ocorre devido a uma mutação somática no gene RB1 em uma célula da retina. Essa mutação faz com que a célula se multiplique de forma descontrolada, originando o tumor;
  • Forma Hereditária: Cerca de 40% dos casos de retinoblastoma são hereditários e são causados por uma mutação germinativa no gene RB1, que está presente em todas as células do corpo. Isso significa que a criança herda a mutação de um dos pais.

Detecção precoce do Retinoblastoma

O retinoblastoma pode ser identificado pelo “Teste do Olhinho”, um exame oftalmológico simples que pode ser realizado em recém-nascidos para detectar anormalidades oculares. Além disso, o diagnóstico pode ser feito por meio do exame de fundo de olho, que permite ao médico visualizar o tumor na retina.

Lembrando que quanto mais cedo o retinoblastoma for detectado, maiores serão as chances de cura. Portanto, é fundamental que os pais e cuidadores estejam atentos a sinais como o reflexo branco na pupila e busquem atendimento médico especializado imediatamente caso notem qualquer anormalidade nos olhos de seus filhos.

Sintomas do Retinoblastoma

Os sintomas do retinoblastoma podem incluir:

  • Reflexo branco visível na pupila: Isso é conhecido como “reflexo do olho de gato” (leucocoria) e é especialmente visível em fotografias com flash.
  • Estrabismo: Os olhos podem parecer desalinhados.
  • Vermelhidão ocular: A criança afetada pode apresentar vermelhidão nos olhos.
  • Dor nos olhos: Alguns pacientes podem sentir dor nos olhos.
  • Cegueira ou visão deficiente: A visão pode ser afetada nos olhos afetados.

A conscientização sobre o retinoblastoma ganhou destaque quando o apresentador Tiago Leifert e a jornalista Daiana Garbin compartilharam o diagnóstico de sua filha, Lua. Eles destacaram a importância do diagnóstico precoce. No Brasil, estima-se que, grande parte dos casos são diagnosticados muito tarde (aproximadamente 60% dos casos).

Direitos das crianças com Retinoblastoma no INSS:

É fundamental ressaltar que crianças diagnosticadas com retinoblastoma e suas famílias têm direito a benefício do INSS que podem ajudar significativamente no enfrentamento dessa condição. O principal benefício é o benefício assistencial.

Benefício Assistencial (BPC/LOAS):

O Benefício de Prestação Continuada (BPC), também conhecido como LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), é um benefício de assistência social destinado a pessoas com deficiência e idosos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Para que a criança com retinoblastoma seja elegível a esse benefício, é necessário:

  • Comprovar a incapacidade da criança para a vida independente ou de longa duração, o que é geralmente atendido devido à condição de saúde.
  • Apresentar impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
  • Não ter meios de prover sua subsistência ou de tê-la provida por sua família;
  • Comprovar a condição de risco (vulnerabilidade) social, ou seja, não ter meios de prover a própria subsistência, nem de tê-la provida por sua família;
  • Ter renda familiar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo vigente (atualmente – Maio/2023 R$ 330,00);
  • Não receber outros benefícios previdenciá

O BPC/LOAS pode ser uma fonte indispensável de suporte financeiro às famílias que enfrentam os desafios associados ao tratamento do retinoblastoma em seus filhos.

IMPORTANTE: o BPC/LOAS é destinado a pessoas em situação de extrema pobreza e que o cálculo da renda per capta familiar leva em consideração todas as fontes de renda da família, inclusive benefícios previdenciários e pensões.

Para calcular a renda per capita também é levando em consideração todas as despesas como alugueis, conta de energia, água, alimentação especial, fraldas, gastos com medicamentos, gastos com tratamentos médicos, gastos com exames médicos, tratamentos em geral.

Com relação as pessoas com deficiência devem comprovar a existência de impedimentos de longo prazo que afetem a participação plena e efetiva na sociedade, como é o caso das crianças portadores de retinoblastoma.

O BPC/LOAS não é um benefício vitalício e pode ser convocado para perícia do PENTE FINO, eventualmente, cada dois anos. Para isso, é necessário passar por uma avaliação da renda com assistente social e de uma perícia médica para avaliar o impedimento de longo prazo e condição de saúde. Ambas avaliações são realizadas pelo INSS.

Como solicitar o BPC/LOAS para portadores de retinoblastoma:

Para solicitar o BPC/LOAS, é necessário seguir passo-a-passo:

  1. Agendamento:
  • Entre em contato com o INSS através do telefone 135 ou pelo site oficial do órgão e agende seu atendimento presencial;
  • O agendamento também pode ser feito diretamente em uma agência do INSS.
  • Entre em contato com o INSS através do telefone 135 ou pelo site oficial do órgão e agende seu atendimento presencial;
  • O agendamento também pode ser feito diretamente em uma agência do INSS.
  1. Reúna a documentação:
  • Organize todos os documentos necessários para a solicitaçã
  1. Compareça à agência do INSS:
  • No dia e horário agendados, dirija-se à agência do INSS onde está agendado a avaliação social e a perícia médica;
  • Leve consigo todos os documentos necessá
  1. Realize o atendimento:
  • No INSS, você será atendido por um servidor público que analisará sua documentação e orientará sobre o processo de solicitação do benefício;
  • É importante esclarecer todas as suas dúvidas nesse momento.
  1. Acompanhe a análise:
  • Após a entrega dos documentos, o INSS realizará a análise do seu pedido;
  • Você pode acompanhar o andamento do processo através do site ou telefone do INSS.
  1. Resultado da análise:
  • O INSS informará o resultado da análise por meio do aplicativo do MEU INSS, de carta (comunicado de decisão), e-mail ou SMS;
  • Em caso de aprovação, você receberá o benefício retroativo à data da solicitação

Resumindo:

  1. Verificar se você atende aos requisitos necessários para solicitar o benefício;
  2. Verificar se possui Cadastro Único – CadÚnico e se o cadastro está atualizado;
  3. Agendar uma avaliação social e perícia médica em uma Agência do INSS, através do telefone 135 ou do aplicativo do Meu INSS;
  4. Comparecer à avaliação social com todos os documentos necessários em mãos (veja lista abaixo);
  5. Comparecer na perícia médica com todos os documentos médicos em mãos (atestados, exames, relatórios, prontuários médicos e etc);
  6. Aguardar a análise do pedido e a resposta do INSS.

DICA: Comparecer à avaliação social com todos os documentos necessários em mãos (veja lista abaixo). No dia da Perícia Médica comparecer na perícia com todos os documentos médicos em mãos (atestados, exames, relatórios, prontuários médicos e etc).

Documentação necessária para solicitar o BPC/LOAS:

Para pedir o Benefício de Prestação Continuada, é necessário apresentar a documentação correta. A seguir, listamos os principais documentos que o INSS pede para a solicitação do benefício:

  • Cadastro Único – CaDÚnico;
  • Cadastro de Pessoa Física (CPF);
  • Comprovante de residência;
  • Laudo médico atualizado que comprove a deficiência;
  • Comprovantes de renda de todos os membros da família;
  • Comprovantes de despesas, como aluguel, água, luz, gás, medicamentos, tratamentos, recibos de médicos, alimentação especial, etc.

Além desses documentos básicos, é importante verificar junto ao INSS se há alguma exigência adicional para o processo de solicitação do benefício. O ideal é buscar informações precisas e atualizadas no momento da solicitação.

É válido lembrar que, em alguns casos, o benefício pode ser negado na primeira análise. Se isso acontecer, é possível entrar com recurso administrativo para revisão da decisão ou buscar auxílio jurídico com advogado especialista para ingressar com uma ação judicial. Nesse sentido, contar com o apoio de um advogado especializado em direito previdenciário pode ser fundamental para garantir seus direitos.

Prazo para o INSS analisar do pedido:

O prazo para análise do pedido de BPC/LOAS pode variar, mas o INSS tem no máximo de 90 dias para concluir e dar a decisão do processo administrativo, a contar da data da solicitação do benefício. Caso o prazo seja ultrapassado, é possível fazer uma reclamação através do telefone 135 ou do site do INSS.

Existe uma lei que regulamenta os Processo Administrativos que determina que o INSS tem 30 DIAS após o protocolo do pedido de benefício para dar uma decisão administrativa no processo, ou seja, negar ou conceder. Mas, na prática, sabemos que não é isso que acontece.

O prazo pode ser prorrogado por mais 30 dias, caso o INSS expresse a motivação do porquê de não ter conseguido concluir a analise do seu benefício no período determinado pela lei.

Abaixo uma tabela para você entender melhor como ficam os prazos para analise e conclusão do seu pedido de benefício no INSS:

Tipo de Benefício do INSS Prazo
Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) 90 dias
Aposentadorias 90 dias
Benefícios por Incapacidade (Aposentadoria por Invalidez e Auxílio-Doença) 45 dias

O que fazer após a análise do pedido?

Análise do pedido e concessão do benefício: Após a solicitação do BPC INSS, o pedido é analisado pelo INSS. Durante essa análise, o órgão pode solicitar informações adicionais ou realizar uma avaliação social para verificar se o requerente atende aos requisitos do benefício. Se tudo estiver de acordo, o benefício é concedido e o pagamento é iniciado.

Após a análise do pedido, o INSS irá emitir um comunicado de decisão e notificar quem solicitou da decisão. Em caso de deferimento, será concedido o benefício, e o valor será depositado na conta que o INSS irá abrir automaticamente para depositar o benefício mensalmente. Após o primeiro saque dos valores o beneficiário poderá alterar a conta e local do pagamento.

No caso de negatória ou indeferimento do pedido, o requerente pode recorrer da decisão por meio de recurso administrativo dentro do próprio INSS. O prazo que o recurso deve ser feito e protocolado é de 30 (trinta) dias contados a partir da data de ciência da decisão.

Qual o valor e duração do benefício?

Valor e duração do BPC INSS: O valor do BPC INSS é de um salário mínimo vigente (em Setembro de 2023 – R$ 1.320,00). Além disso, é importante destacar que o benefício não é vitalício. Ele pode ser suspenso ou cancelado, através da revisão do Pente-Fino, e, caso haja mudança na condição do beneficiário ou se ele deixar de atender aos requisitos necessários.

Como um advogado pode ajudar?

Em situações em que o pedido é negado no INSS ou há dificuldades no processo de solicitação, é recomendável buscar o apoio de um advogado especializado em direito previdenciário. Esse profissional pode auxiliar na reunião dos documentos necessários, apresentação de recursos administrativos e até mesmo na entrada de ações judiciais para garantir os direitos do segurado.

Um advogado previdenciário possui conhecimento das leis e regulamentos previdenciários, além de experiência com o INSS. Eles podem orientar sobre quais documentos são necessários, como reunir as provas adequadas e como apresentar o caso de forma mais convincente.

Um advogado previdenciário pode ajudá-lo em diversas etapas do processo, desde a preparação da documentação até o acompanhamento da perícia médica. Eles podem orientá-lo sobre quais documentos são necessários, como reunir as provas adequadas e como apresentar o seu caso de forma mais convincente.

A atuação de um advogado previdenciário pode ser especialmente importante quando da concessão do BPC/LOAS para as crianças portadora de retinoblastoma e suas famílias. Eles estão familiarizados com as regras e normas do INSS, incluindo os critérios de cálculo aplicados ao benefício

Conclusão:

O retinoblastoma é uma condição muito séria que afeta principalmente crianças pequenas. A conscientização sobre a doença e o diagnóstico precoce são fundamentais para garantir o tratamento adequado e, consequentemente, uma maior chance de cura.

Além disso, é essencial que as famílias estejam cientes dos direitos das suas crianças com retinoblastoma no INSS, como o benefício assistencial (BPC/LOAS). Esse benefício pode fornecer o suporte financeiro necessário durante o tratamento e ajudar as famílias a enfrentar os desafios associados a essa doença.

O BPC/LOAS é um importante benefício, instituído através de uma política pública de assistência social que garante o sustento de pessoas em situação de risco (vulnerabilidade) social. Neste conteúdo, explicamos um pouco, sobre o que é benefício BPC/LOAS para crianças portadoras de retinoblastoma, quem tem direito, como solicitar, quais são os valores e prazos para concessão, além de como recorrer de uma negativa e quais cuidados devem ser tomados na hora de pedir o benefício no INSS.

Além disso, se necessário, contar com um especialista em direito previdenciário pode simplificar o processo aumentando as chances de receber os benefícios que podem fazer uma diferença significativa no tratamento das crianças afetadas e em suas famílias. Lembre-se, seus direitos de segurado do INSS podem ser a chave para enfrentar desafios de saúde com mais tranquilidade.

Saiba mais: https://andrebeschizza.com.br/retinoblastoma/

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A dor invisível das mães solo de crianças neuroatípicas

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Quando o amor sustenta o impossível em meio à sobrecarga e à ausência de políticas públicas eficazes

Entre as rotinas clínicas e os relatos de quem vive o cotidiano da parentalidade atípica, há uma figura que, por vezes, se dissolve na invisibilidade do cuidado: a mãe solo. Ela não chega apenas com a criança no colo. Chega com diagnósticos, formulários, laudos, e uma agenda emocional que transborda: medo, culpa, exaustão e amor incondicional.

Este artigo propõe uma análise reflexiva, com base em evidências neurocientíficas e observações clínicas, sobre os efeitos do cuidado isolado em mães solo de crianças neuroatípicas — especialmente aquelas diagnosticadas com transtornos do espectro autista (TEA), transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e deficiências intelectuais.

A neurobiologia da sobrecarga materna

O impacto do estresse crônico sobre o cérebro é amplamente documentado pela literatura científica. A ativação prolongada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), diante de demandas emocionais constantes, eleva os níveis de cortisol e compromete o equilíbrio neuroendócrino. Isso se reflete em distúrbios do sono, alterações cognitivas, fadiga crônica, depressão e vulnerabilidade imunológica.

Mães solo de crianças neurodivergentes frequentemente vivenciam um estado de hipervigilância contínua, caracterizado por tensão muscular, fadiga central e reatividade emocional exacerbada. Trata-se de um perfil neurofisiológico próximo ao de indivíduos expostos a traumas cumulativos — o que, em termos clínicos, já é reconhecido como “trauma relacional complexo”.

Relatos que falam mais que diagnósticos

No contexto clínico, é comum ouvir relatos que expressam com precisão a solidão e a sobrecarga dessas mulheres: “Meu filho tem uma equipe. Eu só tenho a mim mesma”, desabafa uma mãe. Outra confessa: “Não durmo bem há anos. Quando não estou cuidando dele, estou prevendo a próxima crise.” Em uma das falas mais contundentes, uma mãe resume o medo que carrega diariamente: “Meu maior medo não é o transtorno. É o mundo sem mim.”

Essas falas revelam não apenas sofrimento psíquico, mas uma arquitetura emocional marcada por sobrecarga sem redistribuição. A ausência de suporte afetivo, familiar ou institucional torna essas mulheres não apenas cuidadoras primárias, mas estruturas inteiras de sustentação física, emocional e financeira.

O cuidado isolado e a lacuna da corresponsabilidade social

Ainda que políticas públicas avancem no reconhecimento da neurodivergência infantil, observa-se uma insuficiência de dispositivos sistemáticos de apoio às mães cuidadoras — especialmente as que exercem a maternidade sozinhas. Não se trata de omissão direta, mas de um vazio estrutural ainda pouco debatido.

Nesse cenário, mães se tornam pesquisadoras autodidatas, especialistas no diagnóstico dos filhos, intérpretes de linguagem não verbal, organizadoras de múltiplas terapias, articuladoras de direitos e, ao mesmo tempo, responsáveis pelo sustento e pelo afeto.

Como médica pediatra — com formações em Transtornos do Neurodesenvolvimento, Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência, Neurociências e Autismo, e Educação Parental — venho aprendendo, a cada escuta, que o cuidado vai muito além do diagnóstico.

Ao longo dos anos à frente da Clínica Innovare Saúde & Bem-Estar, centro especializado no atendimento a crianças neuroatípicas, testemunho de perto os efeitos dessa sobrecarga emocional silenciosa que recai sobre mães solo.

Aprendi que, antes de qualquer conduta, é preciso escutar — não só a criança, mas o coração de quem cuida.

No consultório, essa dor aparece nas entrelinhas: no olhar cansado, nas pausas longas, nas frases contidas. São mães que adoecem no mesmo ritmo em que lutam pela saúde de seus filhos. Que vivem em alerta constante. Que se doam inteiras — até sumirem de si mesmas.

Elas não pedem ajuda. Mas gritam em silêncio com seus corpos exaustos, suas noites em claro, sua solidão persistente.

São cuidadoras de mundos inteiros. E o mundo ainda não aprendeu a cuidar delas.

Da exaustão à resistência: redes maternas como fator de proteção

Apesar da sobrecarga, há potência. Muitas dessas mulheres se reinventam em líderes, ativistas, escritoras e comunicadoras. Criam redes de apoio, constroem pontes com outras famílias, difundem conhecimento e influenciam políticas públicas. O pertencimento, segundo a neurociência afetiva, é um potente fator de proteção. O vínculo com outras mulheres em situação semelhante reduz os marcadores de estresse, aumenta a sensação de validação e favorece o enfrentamento coletivo.

Essas mães transformam dor em propósito. E o isolamento, em movimento social.

Propostas para um ecossistema de cuidado mais justo

Falar da dor não basta — é necessário propor soluções realistas e integradas. Eis algumas diretrizes baseadas em práticas com eficácia comprovada:

* Promoção de redes comunitárias de apoio;
Grupos de escuta terapêutica gratuita ou subsidiada;
* Reconhecimento da maternidade cuidadora nas relações de trabalho;
• Formação continuada de profissionais da saúde e educação;
• Acesso à informação científica e ferramentas digitais inclusivas.

O desenvolvimento saudável de uma criança depende diretamente da saúde emocional e física de seu cuidador primário. A neurociência já demonstrou que vínculos seguros e ambientes reguladores são cruciais para o amadurecimento cerebral. Portanto, não se pode mais ignorar a saúde de quem sustenta esse vínculo.

Mães solo de crianças neuroatípicas não precisam de mitificação. Precisam de acolhimento, visibilidade, escuta e políticas sensíveis às suas realidades. Precisam que deixemos de vê-las como heroínas incansáveis — e passemos a reconhecê-las como mulheres humanas, complexas e legítimas em seu direito ao cuidado.

Este artigo é, antes de tudo, um tributo. Àquelas que, mesmo cansadas, seguem amando com coragem. E um chamado para que nos tornemos parte ativa da rede que sustenta — e nunca mais da estrutura que pesa.

Dra. Vera Lúcia Oliveira do Nascimento
Médica Pediatra – CRM/CE 16799 | RQE 7237
Pós Graduada em Transtornos do Neurodesenvolvimento, Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência, Neurociências e Autismo e Educação Parental
Fundadora da Clínica Innovare Saúde & Bem-Estar, referência em atendimento pediátrico interdisciplinar e acolhimento a famílias neuroatípicas.

Para conhecer mais sobre o trabalho da especialista, acesse: https://www.draverapediatra.com.br
Instagram: @dravera.pediatra

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Saúde

Locação de poltronas para pós-operatório em Caxias do Sul: conforto e acolhimento no seu processo de recuperação

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A locação de poltronas para pós-operatório em Caxias do Sul ganha um novo padrão de qualidade com a chegada da Conforte-se, empresa especializada em oferecer soluções ergonômicas e acolhedoras para quem está em recuperação. Sabemos que este é um momento que exige cuidados especiais, e é por isso que nossa missão é estar ao seu lado, proporcionando conforto, segurança e tranquilidade.

Na Conforte-se, cada detalhe é pensado com carinho: desde a seleção de poltronas ergométricas e elétricas — desenvolvidas para oferecer o máximo de apoio ao corpo — até a entrega rápida e o atendimento humanizado. Queremos que você se sinta acolhido desde o primeiro contato, com uma equipe sempre pronta para atender e tirar dúvidas com empatia e eficiência.

Se você está em busca de locação de poltronas para pós-operatório em Caxias do Sul, encontrará na Conforte-se uma parceira comprometida com o seu bem-estar. Nossos equipamentos ajudam a reduzir o esforço físico, promovem melhor postura e contribuem diretamente para uma recuperação mais tranquila e confortável.

Escolher a Conforte-se para a locação de poltronas para pós-operatório em Caxias do Sul é priorizar sua saúde, com soluções práticas, seguras e acolhedoras. Afinal, seu foco deve estar onde realmente importa: em cuidar de si mesmo. Nós cuidamos do resto.

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Saúde

Conforte-se Teresina com solução inovadora em locação de poltronas para pós-operatório

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Teresina agora conta com uma nova aliada na promoção da saúde e do bem-estar de pacientes em recuperação cirúrgica: a Conforte-se, empresa especializada na locação de poltronas ergonômicas e reclináveis voltadas para o período pós-operatório, acaba de iniciar suas atividades na capital piauiense.

Com foco em conforto, segurança e praticidade, a chegada da Conforte-se Teresina representa um avanço significativo no cuidado domiciliar e na humanização do processo de reabilitação. As poltronas fornecidas são desenvolvidas para proporcionar o máximo de apoio durante a recuperação, com mecanismos que reclinam até 90 graus, facilitando os movimentos de sentar e levantar e minimizando o esforço físico do paciente.

A Conforte-se Teresina oferece equipamentos que contribuem para a autonomia e segurança dos usuários, além de posições ideais para descanso e sono, promovendo melhor circulação sanguínea e relaxamento muscular — elementos fundamentais para uma recuperação eficaz.

A Conforte-se Teresina já está em pleno funcionamento, disponibilizando planos de locação flexíveis e atendimento personalizado em toda a região. Combinando tecnologia, ergonomia e cuidado humanizado, a empresa se propõe a transformar a experiência de quem enfrenta o delicado período pós-cirúrgico.

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