Por Flávia Alves
A criatividade sempre foi um espaço de resistência e reinvenção para as mulheres. Muito antes de termos nossos nomes nos créditos, nossas vozes nos palcos ou nossas ideias nos cargos de decisão, já estávamos criando. Reinventando a rotina, bordando sonhos, escrevendo cartas, embalando canções e imaginando futuros possíveis. A criatividade feminina, antes de tudo, é uma força ancestral e afetiva.
Nos últimos anos, esse movimento ganhou força, e vejo cada vez mais mulheres ocupando espaços e contando suas histórias com autenticidade. E não falo apenas das artistas que estão nos holofotes, mas de tantas mulheres que, em seus trabalhos, suas casas e suas comunidades, usam a criatividade como ferramenta de transformação.
“Para mim, criatividade não é só sobre estética, é sobre sentido. É transformar o comum em especial, é usar a nossa história como matéria-prima para narrativas que inspiram e conectam”, compartilho, porque acredito que o ato de criar carrega em si um desejo de comunicar e de existir.
Quando decidi migrar da publicidade para os palcos e para o digital, compreendi que mais do que projetos, eu queria construir pontes. Pontes entre o Brasil e a Europa, entre tradição e inovação, entre histórias esquecidas e vozes emergentes. “Criar é dar corpo a ideias que antes não tinham espaço e fazer do mundo um palco para nossas verdades.”
O protagonismo feminino passa, inevitavelmente, pela liberdade criativa. E isso significa questionar modelos prontos, experimentar novos formatos e, principalmente, se permitir errar e recomeçar. Afinal, fomos ensinadas a buscar perfeição, quando o mais poderoso que podemos fazer é sermos autênticas.
Hoje, vejo a criatividade feminina como uma ferramenta política, cultural e emocional. É ela que permite que mulheres se reinventem profissionalmente, que lancem seus projetos autorais, que se expressem nas redes sociais e que ocupem os palcos da vida, seja aos 20 ou aos 60 anos.
“A cada vez que uma mulher ousa criar, ela não faz isso apenas por si. Ela abre caminho para muitas outras. Ela sinaliza que é possível.”
E como ativar essa criatividade que, muitas vezes, fica adormecida no meio da rotina?
A primeira dica é permitir-se desconectar. “Silenciar o barulho externo e prestar atenção no que você sente, no que te emociona, é um exercício fundamental para desbloquear ideias.” Outra dica é consumir referências diversas. Não só daquilo que você trabalha ou gosta, mas de áreas completamente diferentes. Um filme antigo, uma exposição, uma conversa com alguém de outra geração ou cultura podem despertar novas ideias.
Também recomendo colocar as mãos em movimento. “Escreva, desenhe, grave áudios, faça colagens, cante no banho. Criatividade não é só inspiração, é prática.” E, por fim, confie na sua história. Ninguém tem a sua trajetória, os seus aprendizados e a sua forma de olhar o mundo. É desse lugar único que surgem as melhores criações.
Que a criatividade siga sendo esse território livre e potente onde somos protagonistas das nossas histórias e autoras das próximas narrativas. Porque quando mulheres criam, o mundo muda.
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