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A evolução sustentável da indústria calçadista: a transição dos adesivos à base de solvente para adesivos à base de água

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*Eduardo Blos

A Indústria Calçadista, por ser uma indústria de manufatura, utiliza muitas pessoas no processo de fabricação. Por não ser um processo automatizado, exige-se um constante treinamento e verificação de cada etapa do processo realizado pelas pessoas. Sendo assim, uma vez dominada determinada etapa de fabricação, é natural que as pessoas resistam as mudanças, por certo receio de alterar algo que está sob controle.

Com o passar dos anos, aumentou a necessidade de todas as empresas se adequarem às novas exigências do mercado, não somente em relação aos seus produtos, mas também em relação as suas práticas de trabalho.

Um dos fatores mais sensíveis a mudanças na indústria calçadista são os vários processos de colagens que existem na fabricação dos produtos. Para isto se usam vários tipos de adesivos fornecidos por indústrias químicas muito especializadas. Os fornecedores de adesivos têm para a indústria calçadista produtos específicos para este nicho conforme a finalidade, processo, exigência de resistência final, matéria prima a ser colada e preço.

Tradicionalmente, os adesivos utilizados na indústria calçadista são a base de solventes. As indústrias químicas fabricantes destes adesivos, também buscando adequação as exigências de mercado desenvolveram adesivos substituindo os solventes por água, tornando estes produtos muito melhores para os colaboradores em contato com o produto e para o ambiente.

A diferença entre adesivos à base de solvente e adesivos à base de água está principalmente na composição química dos seus veículos (o componente que dissolve ou dispersa os materiais formadores de filme) e nos aditivos que auxiliam no processo de adesão. Aqui estão as principais distinções:

Adesivos à Base de Solvente

  1. Veículo: Utilizam solventes orgânicos como tolueno, acetona, ou etanol para dissolver os polímeros. Esses solventes são voláteis e evaporam durante o processo de cura, deixando o polímero formar a ligação adesiva.
  2. Polímeros: Comumente são resinas sintéticas como poliuretano, policloropreno ou outros elastômeros solúveis em solventes.
  3. Propriedades:
    • Alta resistência inicial e final.
    • Boa adesão a uma ampla variedade de substratos.
    • Podem ser inflamáveis e emitem compostos orgânicos voláteis (VOCs), prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
  4. Aplicação: Mais apropriados para condições de alta umidade ou superfícies oleosas, devido à rápida evaporação do solvente.

Adesivos à Base de Água

  1. Veículo: Substituem os solventes orgânicos por água como meio dispersante ou solubilizante para os polímeros.
  2. Polímeros: São dispersões aquosas de polímeros como acrílicos, poliuretanos ou vinil-acetato-etileno (VAE). Os polímeros não são dissolvidos, mas dispersos em micelas na água.
  3. Propriedades:
    • Menor toxicidade e emissão de VOCs.
    • Processo de cura mais lento, dependente da evaporação da água.
    • Melhor segurança no ambiente de trabalho devido à ausência de solventes inflamáveis.
  4. Aplicação: Requerem superfícies mais limpas e menos contaminadas para uma boa adesão e são mais sensíveis à umidade no ambiente.

Impacto Ambiental e Saúde

  • Adesivos à base de solvente: Geram resíduos tóxicos e podem causar problemas respiratórios ou alergias devido à emissão de VOCs.
  • Adesivos à base de água: São mais sustentáveis, reduzindo a pegada de carbono em até 40% em comparação aos adesivos à base de solvente​

Essas diferenças fazem com que os adesivos à base de água sejam preferidos em indústrias que buscam conformidade ambiental, enquanto os adesivos à base de solvente ainda são usados em aplicações que requerem maior resistência e condições desafiadoras.

VOCs: compostos orgânicos voláteis (do inglês Volatile Organic Compounds), são substâncias químicas que possuem alta volatilidade, ou seja, evaporam rapidamente em temperatura ambiente. Eles são compostos orgânicos que contêm carbono em sua estrutura e podem ser encontrados em uma ampla variedade de produtos e processos industriais.

Fontes Comuns de VOCs

  • Produtos químicos: Solventes usados em tintas, adesivos, vernizes e limpadores.
  • Atividades industriais: Processos de fabricação que utilizam solventes orgânicos.
  • Produtos do dia a dia: Perfumes, cosméticos, aerossóis e combustíveis.

Impactos dos VOCs

  1. Saúde Humana:
    • Em altas concentrações, podem causar irritação nos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça, náuseas e danos ao fígado, rins ou sistema nervoso.
    • A exposição prolongada pode estar ligada a efeitos crônicos, incluindo problemas respiratórios e câncer.
  2. Meio Ambiente:
    • Os VOCs contribuem para a formação de ozônio troposférico (um componente do smog).
    • São poluentes que prejudicam a qualidade do ar, especialmente em áreas urbanas.

Regulação e Redução

Muitos países têm regulamentações para limitar a emissão de VOCs em produtos e processos industriais. Tecnologias como o uso de adesivos à base de água ajudam a reduzir as emissões de VOCs, promovendo práticas mais sustentáveis e seguras para trabalhadores e o meio ambiente​

Mas apesar das visíveis vantagens do adesivo a base de água na saúde do trabalhador e no meio ambiente, os fabricantes de adesivos enfrentaram dificuldades em introduzir estes produtos na indústria calçadista, justamente pela necessidade de mudança de processos já dominados com o adesivo a base de solventes e por ser o adesivo a base de água mais sensível a alguns fatores como umidade e materiais com teor de óleo mais elevado.

Nos últimos anos, o mercado de adesivos à base de água vem apresentando um crescimento consistente, particularmente na indústria calçadista e em outras aplicações industriais. Globalmente, a taxa composta de crescimento anual (CAGR) para adesivos à base de água foi estimada em cerca de 5% a 6% para o período de 2022 a 2027, com impulsos vindos de regulamentações ambientais mais rigorosas e a busca por alternativas mais sustentáveis às soluções à base de solvente.

O mercado de adesivos no Brasil como um todo também está acompanhando essa expansão, com forte presença em setores como embalagens, construção civil e calçados. Estimativas globais indicam que o segmento de adesivos à base de água no setor de calçados deve continuar crescendo, alinhado a demandas ambientais e a inovações tecnológicas em resinas mais eficientes e duráveis. A segmentação por tipo de resina e aplicação no mercado brasileiro segue similar à tendência internacional, com destaque para emulsões de acetato de polivinila (PVA) e polímeros acrílicos.​

Mas em termos de participação, estima-se que no Brasil, os adesivos à base de água representam cerca de 25% do mercado total de adesivos utilizados, enquanto a base solvente ainda domina com aproximadamente 70% e outras tecnologias compõem os 5% restantes.

Ou seja, depois de muita pesquisa e adequação de processos, o adesivo a base de água está substituindo os nocivos adesivos a base de solvente, mas ainda tem muito espaço para crescer.

Sobre Eduardo Blos

O especialista trabalhou por mais de três décadas na área industrial, com foco no setor de manufatura de calçados no Brasil, em grandes empresas do mercado nacional e exportador. Essa experiencia permitiu que ele se envolvesse em projetos com diversos tipos de calçados e materiais, além de desenvolver uma sólida trajetória na liderança de equipes. Essa vivência prática, somada à formação acadêmica em Engenharia de Produção e ao Mestrado em Administração, resultou em uma qualificação robusta, que agora é direcionada para empreender e suprir uma lacuna de conhecimento no mercado dos Estados Unidos.

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Brasil no campo dos EUA: como a experiência de João Schumaikel pode impulsionar a horticultura norte-americana

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Com domínio técnico, gestão estratégica e acesso global a genéticas diferenciadas, empresário brasileiro projeta novo padrão de produtividade e diversidade para o setor hortícola dos Estados Unidos

A entrada de João Henrique Kozlik Schumaikel no mercado agrícola norte-americano pode representar mais do que a internacionalização de uma empresa brasileira. Com 27 anos de atuação no setor de sementes e insumos agrícolas e uma base consolidada de mais de 3 mil clientes no Brasil, o empresário paranaense enxerga uma oportunidade concreta de transformar práticas e resultados na cadeia produtiva dos EUA, especialmente no segmento de hortaliças com alto valor agregado.

“O mercado americano é maduro, mas carente de inovação genética em algumas culturas. Acreditamos que nossa experiência pode contribuir para elevar padrões de qualidade, produtividade e eficiência no campo”, afirma Schumaikel, gestor geral da empresa que lidera desde 2007.

A proposta do empresário dialoga com dados do próprio Departamento de Agricultura dos EUA (USDA): apesar de os Estados Unidos serem o terceiro maior produtor de hortaliças do mundo, o país depende fortemente da importação de sementes híbridas e enfrenta desafios relacionados à adaptação varietal e resistência a pragas. Segundo o órgão, cerca de 45% da demanda por sementes hortícolas é atendida por fornecedores estrangeiros.

É nesse contexto que a atuação de Schumaikel pode agregar valor. A empresa brasileira trabalha com genéticas vindas de 15 países e já adaptou mais de 200 variedades ao clima e ao solo brasileiros, com foco em resistência, sabor, coloração e rendimento. “Essa expertise pode ser aplicada em regiões como a Califórnia e a Flórida, que possuem clima e sazonalidade semelhantes às áreas onde atuamos no Brasil”, explica.

Além disso, a horticultura dos EUA passa por uma transição geracional e tecnológica. Segundo levantamento da Purdue University, mais de 60% das fazendas familiares hortícolas estão em processo de sucessão e buscam alternativas mais sustentáveis e rentáveis. A introdução de cultivares com maior tolerância a estresses climáticos e menos exigência em insumos é considerada uma das principais estratégias de modernização.

“Nosso modelo combina ciência agrícola com inteligência comercial. Levamos ao produtor não apenas uma semente, mas um pacote completo: genética testada, assistência técnica, adaptação por região e suporte logístico. Isso gera impacto direto no resultado da lavoura”, resume o empresário.

A expectativa de Schumaikel é estabelecer, inicialmente, uma unidade comercial e campos de validação varietal nos Estados Unidos. A partir disso, o plano é expandir a operação para distribuição própria e até mesmo parcerias produtivas locais. Ele aposta no crescimento do mercado de hortaliças funcionais, que movimentou US$ 24 bilhões em 2023, segundo dados da NielsenIQ, com projeção de alta de 8% ao ano.

“O consumidor americano está atento à composição dos alimentos. Hortaliças com maior teor de antioxidantes, por exemplo, têm ganhado espaço nos supermercados e feiras orgânicas. Nossa proposta é atender essa demanda com inovação genética e consistência técnica”, diz.

Para analistas do setor, a entrada de empresas brasileiras com know-how em adaptação genética pode contribuir para reequilibrar o mercado de sementes nos EUA, hoje dominado por poucos grupos multinacionais. Além disso, o intercâmbio técnico pode favorecer o desenvolvimento de cultivos mais resilientes às mudanças climáticas, um dos principais riscos apontados pela ONU para a segurança alimentar global.

Ao cruzar fronteiras com a bagagem de quem conhece o campo de perto, João Schumaikel insere o agronegócio brasileiro em um novo patamar de influência e colaboração internacional. “Somos mais do que exportadores de commodities. Podemos ser parceiros estratégicos em soluções agrícolas de ponta”, conclui.

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A Mais Cabello marcou presença no Rio Innovation 2025 maior conferência global de tecnologia e inovação

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Na última sexta-feira, 15 de agosto, a Mais Cabello, referência nacional em saúde capilar, marcou presença no Rio Innovation Week 2025, maior conferência global de tecnologia e inovação, realizada no Píer Mauá, Rio de Janeiro.

A empresa, líder e pioneira no segmento de transplantes e tratamentos capilares no Brasil, teve um stand exclusivo na área Gamer, destacando sua atuação inovadora e compromisso com soluções que unem ciência, tecnologia e cuidado humano. O espaço recebeu visitantes para troca de experiências, demonstrações de técnicas e apresentação das mais recentes inovações em medicina regenerativa aplicada à saúde capilar.

Participação de peso

O evento contou ainda com a presença do sócio e ator Malvino Salvador, que atua como embaixador da marca, e da diretora médica, Dra. Cecília Bello, que participou de uma mesa redonda especial sobre a nova visão da saúde e estética masculina.

Referência no setor

Com unidades espalhadas por todo o Brasil, a Mais Cabello é reconhecida por seu atendimento especializado, resultados transformadores e por colocar a autoestima e o bem-estar dos pacientes no centro de sua atuação.

Segundo a diretoria, a participação no evento reforça o posicionamento da marca como protagonista no setor:

“Voltamos ainda mais inspirados para seguir cuidando da saúde e autoestima dos nossos pacientes, unindo inovação, ciência e humanidade”, destacou Flávia Nobre

Fotos : Mais Cabello

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Superaprendizagem e Dr. George Marmelstein lideram capacitação em Escrita Jurídica com Inteligência Artificial no cenário da Justiça 4.0

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A transformação digital do Judiciário brasileiro já tem protagonistas. À frente desse movimento está o juiz federal Dr. George Marmelstein, referência nacional na aplicação prática da inteligência artificial ao Direito, e a Superaprendizagem, organização responsável por capacitar mais de 5 mil profissionais — incluindo magistrados, procuradores, defensores e servidores — na Escrita Jurídica com Inteligência Artificial.

Com metodologia “hands-on” e foco em resultados imediatos, a formação conduzida pelo Dr. George entrega redução média de 35% no tempo de redação e 25% menos retrabalho em órgãos públicos. Reconhecida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e adotada por instituições como STF, TSE, AGU, Defensorias Públicas, Ministérios Públicos e Tribunais de Justiça em diversos estados, a capacitação alia profundidade acadêmica, experiência prática e domínio tecnológico para elevar a produtividade e a qualidade das decisões.

O conteúdo é ministrado por um profissional com mais de 20 anos de magistratura, doutorado pela Universidade de Coimbra, mestrado em Direito Constitucional pela UFC, experiência como juiz auxiliar do STF e autor de obras jurídicas citadas em votos do Supremo Tribunal Federal. Essa combinação rara de erudição, prática e tecnologia garante que a adoção da IA seja feita com segurança jurídica, governança e alinhamento à LGPD.

Esse movimento de modernização se insere no contexto do Programa Justiça 4.0, iniciativa do CNJ e do PNUD que incorpora inteligência artificial e soluções digitais para aproximar o Judiciário da sociedade. Ao automatizar atividades, otimizar fluxos e capacitar profissionais, o programa busca ampliar o acesso à Justiça, aumentar a eficiência e reduzir custos.

A formação da Superaprendizagem representa, na prática, a materialização dos objetivos da Justiça 4.0: inovação com impacto real no dia a dia dos tribunais e procuradorias, tornando-os mais céleres, transparentes e preparados para as demandas da sociedade.

(Fotos : Superaprendizagem)

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