Quatro em cada dez brasileiros já foram vítimas de fraudes. Especialista explica como minimizar os riscos e proteger seus dados
Com o avanço da globalização, a internet tem se tornado cada vez mais central na vida cotidiana, impulsionando o processo de plataformização, especialmente após a pandemia de COVID-19, que obrigou a população a digitalizar várias áreas de suas vidas. Esse fenômeno envolve a reorganização das práticas culturais e dos imaginários sociais em torno das plataformas digitais, que desempenham papel fundamental na forma como as pessoas se conectam e interagem.
De acordo com um estudo da Serasa Experian, quatro em cada dez brasileiros (42%) já foram vítimas de fraudes, sendo que mais da metade sofreu perdas financeiras significativas.
Essas plataformas, que moldam as relações sociais, passaram a centralizar atividades essenciais do dia a dia. O celular, por exemplo, tornou-se um dispositivo indispensável para realizar desde transações bancárias até tarefas pessoais e profissionais. Em um mundo onde tudo está ao alcance de um clique, as plataformas digitais se consolidaram como protagonistas no cotidiano global.
No entanto, essa transformação também traz riscos para os dados pessoais. A digitalização, embora tenha proporcionado muitos avanços, também abriu espaço para novos perigos, aumentando a exposição a criminosos e gerando um volume crescente de golpes virtuais.
Segundo o mais recente Relatório de Inteligência de Ameaças da NetScout, líder global em soluções de cibersegurança, o Brasil continua sendo o principal alvo de ataques de hackers na América Latina e um dos maiores focos no cenário global. O setor de processamento de dados foi um dos mais atingidos, com 25.130 ataques registrados.
“Com a crescente digitalização da sociedade, a exposição a golpes virtuais e fraudes online também aumenta. Identificar sites fraudulentos e reconhecer sinais de golpes tornou-se uma habilidade essencial para todos. As plataformas digitais, que facilitam nosso dia a dia, também podem ser um campo fértil para crimes virtuais. A conscientização e o uso de ferramentas de segurança são fundamentais para proteger dados pessoais e evitar danos”, explica Jonathan Arend, especialista em cibersegurança.
De acordo com a consultoria Redbelt Security, mais de 1.200 sites fraudulentos surgiram desde outubro, com uma média diária de 107 novos sites falsos criados.
Identificar um site fraudulento tem se tornado cada vez mais difícil, pois os criminosos se adaptam constantemente às novas tecnologias. Para o especialista, uma dica importante é verificar a reputação da empresa ou do site em plataformas como o Reclame Aqui, onde é possível confirmar se a empresa realmente existe e é confiável. A seguir, o especialista compartilha algumas dicas para identificar sites confiáveis:
- Verifique a URL: certifique-se de que a URL está correta e não contém erros de digitação ou domínios suspeitos.
- Veja o status do site no Google: use a pesquisa do Google para verificar se o site possui avaliações ou alertas de segurança.
- Confira se a URL tem “HTTPS”: verifique se a URL começa com “HTTPS”, o que indica que a comunicação é criptografada.
- Pesquise a credibilidade do site: procure por opiniões e análises externas sobre o site para verificar sua reputação.
- Busque por selos de segurança: verifique se o site exibe selos de segurança válidos, como SSL ou outros certificados reconhecidos.
- Analise a aparência do site: um design mal feito, com erros de digitação ou links quebrados, pode ser um sinal de site inseguro.
“À medida que a tecnologia avança, os golpistas se tornam mais criativos. Por isso, é fundamental estar sempre atento e bem informado sobre as novas formas de fraude. Proteger seus dados exige um esforço constante. Além disso, usar ferramentas como antivírus e autenticação em dois fatores pode ser um grande aliado na prevenção”, conclui Arend.