Com mais de três décadas de atuação, o advogado reflete sobre a responsabilidade ética do profissional do direito e a importância de unir técnica e sensibilidade na construção da justiça
A lei pode ser precisa, mas a vida raramente é. Entre o que está escrito e o que acontece existe um espaço de interpretação, conflito e escolha. É nesse intervalo que a advocacia revela sua verdadeira natureza: mais do que aplicar normas, ela precisa compreender pessoas. Para o advogado Álvaro Luiz Carvalho da Cunha, inscrito na OAB do Rio, do Distrito Federal e de Minas Gerais, o exercício do direito só faz sentido quando está a serviço da dignidade humana.
Com mais de trinta anos de experiência, Álvaro construiu uma trajetória que une erudição técnica e compromisso ético. Atuando nas áreas trabalhista, educacional, consumerista e do terceiro setor, ele enxerga em cada processo a chance de restaurar equilíbrio e devolver segurança às relações humanas. Essa visão molda sua forma de advogar, escrever e ensinar. “A advocacia cumpre seu papel quando protege a pessoa antes do conflito e orienta a agir com justiça depois dele”, afirma.
A origem dessa postura está na convicção de que o advogado é um mediador entre mundos. De um lado, o rigor da norma; do outro, as urgências da realidade. No meio, a responsabilidade de traduzir uma em benefício da outra. Em suas palavras, o advogado deve ser ponte entre o direito e a vida, entre o texto e o sentido. Essa perspectiva se reflete em cada parecer, contrato ou petição que elabora, sempre com o cuidado de equilibrar argumentação sólida e linguagem clara.

Entrega oficial do Protocolo da Rede Piedade de Educação — documento de Prevenção a Abusos Sexuais de Menores e Pessoas Vulneráveis, elaborado com minha supervisão e orientação jurídica, ao Bispo da Arquidiocese de Brasília (DF). Na foto, ao lado da Irmã Ribamar, então diretora do Instituto São José, em Sobradinho (DF).
Sua atuação em defesa de instituições de ensino, organizações sociais e na congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, mantenedora da Rede Piedade de Educação reforça esse ideal. Nesses espaços, a advocacia não é apenas defesa processual, é instrumento de sustentabilidade institucional. Revisar regulamentos, criar políticas internas, orientar dirigentes e prevenir riscos jurídicos significa, para ele, proteger missões que servem à coletividade. A técnica, nesse contexto, é a base que sustenta a vocação social.
A dimensão humana do seu trabalho também aparece nas causas consumeristas e bancárias, especialmente nas que envolvem a proteção de dados e a responsabilização por práticas abusivas. Cada caso, segundo ele, é uma oportunidade de reafirmar que o direito do consumidor é parte essencial da cidadania. “A justiça começa quando o indivíduo compreende que pode se proteger e exigir respeito”, explica.
Ao longo da carreira, Álvaro consolidou uma forma de pensar o direito que combina combatividade e empatia. Ele acredita que a verdadeira vitória não está apenas na sentença favorável, mas na capacidade de transformar o processo em aprendizado — para instituições, empresas e cidadãos. Sua escrita reflete essa postura: é firme, fundamentada em jurisprudência e doutrina, mas também didática e transparente, porque acredita que clareza é uma forma de respeito.
O advogado que estuda e ensina também escreve sobre filosofia, espiritualidade e ética, buscando ampliar o olhar sobre o papel do direito na sociedade contemporânea. Para ele, justiça e humanidade são ideias inseparáveis. O processo é um meio, não um fim; a lei é um instrumento, não um limite. “A advocacia só cumpre sua missão quando devolve sentido às relações, quando faz a lei se curvar à vida e não o contrário”, resume.
Ao defender a dignidade humana como essência da profissão, Álvaro Luiz Carvalho da Cunha reafirma que o direito não é apenas uma linguagem do Estado, mas uma expressão da consciência coletiva. Advogar, em sua visão, é cuidar da relação entre pessoas, preservar a confiança e construir pontes onde o conflito ergue muros. É dessa compreensão que nasce uma advocacia que não se encerra nos tribunais, mas se prolonga na forma como ensina a sociedade a buscar justiça.
