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Canudos de papel e millenials: quem ganha a guerra do ESG?

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Por Roberto Gonzalez (*)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, há alguns meses, citou uma ordem executiva que encerraria o “ridículo impulso de Biden pelos canudos de papel, que não funcionam. DE VOLTA AO PLÁSTICO!” As aspas, retiradas de sua rede social são apenas um indício de que a agenda ESG (ambiental, social e governança) não é algo prioritário do político. Ao contrário, ela tende a perder força e ser revertida, ao menos no que tange à política econômica americana.

Ironicamente, não existe lei federal que obrigue o uso de canudos de papel nos Estados Unidos. Portanto a ordem tem caráter limitado. O problema maior é outro: trata-se da regressão da agenda ESG nos EUA, país tido como exemplo por outras nações. Trump retirou o país do Acordo de Paris, suspendeu as restrições sobre poluentes industriais e assinou uma série de ordens executivas que revogam políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) implementadas nas administrações anteriores.

O descaso de um presidente estadunidense ao conceito ESG não é inédito. O republicano George W. Bush, o filho, durante sua campanha à presidência, em 2000, também tinha um discurso contra a sustentabilidade, ao contrário do seu adversário, o democrata Al Gore. Bush venceu o pleito e tomou posse em janeiro de 2001, mas a agenda da sustentabilidade não parou, apenas andou mais lentamente. O que assusta na atualidade, é que Trump não se limita a reduzir o ritmo. Pelo contrário, tem agido com ferocidade, neste segundo mandato, contra o conceito ESG.

A revogação das políticas DEI, por exemplo, levou grandes companhias a também abandonarem seus compromissos, como rede de fast food McDonald´s, Walmart, Nissan Motors, Boeing, Ford, Toyota, Meta e Harley. Já companhias como Johnson & Johnson, Coca-Cola e Uber retiraram ou suavizaram, nos seus relatórios corporativos, menções a critérios de diversidade em suas políticas de remuneração.

É a questão do espelho. Se o governo da maior nação do mundo trata as metas ESG com descaso, a iniciativa privada não vê motivos para investir nas práticas, assim como outros países menores. Afinal, manter práticas sustentáveis também tem um custo financeiro.

O que não se pode esquecer é que ao deixarem as metas ESG de lado, as empresas podem ter um custo ainda maior. Investidores, consumidores e até os profissionais das empresas são cada vez mais críticos e exigentes. E o dinheiro continua a fluir para fundos sustentáveis. Para se ter uma ideia, houve uma entrada líquida global adicional de US$ 10,4 bilhões (R$ 63,08 bilhões) no terceiro trimestre de 2024, de acordo com dados da Morningstar.

Outro ponto importante é o crescimento da participação das novas gerações, tanto no que tange a consumo quanto investimentos. O estudo Navigating the Future of Wealth 2024, elaborado e divulgado recentemente pela Multipolitan, plataforma de migração global de investidores que acaba de ingressar no mercado brasileiro, demonstra que impressionantes US$ 84 trilhões serão repassados globalmente dos chamados Baby Boomers para os Millennials e a Geração X até 2045. Esta é a maior transferência de riqueza da história.

O que essas novas gerações têm em comum é buscar o investimento sustentável e de impacto e esta abordagem vai além do foco tradicional na maximização de retornos, priorizando investimentos que também gerem resultados sociais e ambientais positivos. De acordo com dados de uma pesquisa do Morgan Stanley, 95% dos Millennials manifestaram interesse em investimentos sustentáveis. A geração Millennials e a Geração Z estão liderando o caminho para um mundo mais sustentável, e o seu impacto se reflete no aumento dos investimentos sustentáveis.

Os investidores estão cada vez mais conscientes de questões como as alterações climáticas e a desigualdade social, e se sentem obrigados a procurar soluções financeiras para contribuírem para uma mudança positiva.  Outro ponto é que as empresas com forte desempenho ESG têm superado consistentemente o desempenho tradicional benchmarks, sugerindo que a sustentabilidade é boa para o planeta, a sociedade e os negócios.

Sem dúvidas, a política atual adotada por Trump é um retrocesso ao país, mas não representará o fim do ESG. Pode ser que os canudos de plástico retornem, mas as pessoas mais conscientes vão querer utilizar? Pode ser que as companhias relaxem com as práticas DEI, porém elas vão entender o perfil diversificado do mercado consumidor? Sem esse propósito vão reter talentos? Como fica sua reputação no mercado? Claro que algumas companhias devem se aproveitar da abertura da porteira para deixar a boiada passar, como ouvimos de um antigo ministro, mas sabe-se que adotar práticas não sustentáveis não se sustenta por muito tempo assim.

(*) Roberto Gonzalez é consultor de governança corporativa e ESG e conselheiro independente de empresas. Foi um dos idealizadores do ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3. Conquistou o prêmio ABAMEC em 2004 defendendo o ESG na Análise Fundamentalista. É autor do livro “Governança Corporativa – o poder de transformação das empresas”

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FIDCs: A revolução silenciosa no mercado de crédito brasileiro

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Por Eduardo Sgobbi (*)

O mercado de crédito brasileiro está passando por uma transformação profunda e irreversível. Em meio a um cenário econômico desafiador, marcado pela taxa Selic em patamares elevados e pela retração do crédito bancário tradicional, os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) emergem como uma solução estratégica para empresas e investidores.

A venda de recebíveis, uma prática cada vez mais adotada pelos lojistas, apresenta vantagens significativas. Ao optar por essa solução, os empresários ficam isentos do pagamento de IOF e se beneficiam de taxas de deságio competitivas, inferiores aos juros médios do mercado. Para as instituições ofertantes, a redução do risco de inadimplência é um dos maiores benefícios, permitindo operações financeiramente saudáveis e atraentes para investidores.

O impacto dos FIDCs vai além das vantagens financeiras imediatas. Com a taxa básica de juros em 14,25%, o crédito bancário tornou-se inacessível para muitas empresas e consumidores. Esse cenário tem levado a uma busca por alternativas no mercado de capitais, onde os FIDCs se destacam como uma solução viável e eficiente. Estudos indicam que, até 2039, os bancos representarão apenas 32% do segmento de crédito, enquanto produtos como FIDCs, entre outros, concentrarão os 68% restantes.

E esta é a razão para as fintechs começarem a entrar neste segmento. Como exemplo, o Edan Finance Group anunciou a estruturação de um FIDC de R$ 60 milhões, com o objetivo de fortalecer sua estratégia de parceria com comerciantes por meio de maquininhas (POSs), contas digitais sem mensalidade e antecipação de recebíveis de cartões. A iniciativa destina 70% dos recursos para financiar a antecipação de recebíveis de cartão de crédito originados em estabelecimentos como farmácias, supermercados e restaurantes.

Essa abordagem não apenas oferece liquidez financeira aos lojistas, mas também reduz custos operacionais, criando um ambiente mais competitivo e sustentável. É também uma oportunidade de acesso a crédito diferenciado para estabelecimentos de pequeno e médio portes. Grandes empresas já conhecem e aproveitam os benefícios da modalidade, muito mais do que os menores e o que vemos é a democratização de mais um canal de financiamento no mercado.

Sejamos honestos, se a tendência é o setor tradicional de crédito dar lugar ao mercado de capitais, nada mais acertado do que uma instituição financeira, independentemente do porte, antecipar-se ao movimento e começar a navegar na nova onda que surge. Nesse sentido, a estruturação de FIDCs é uma das colunas mais importantes do planejamento estratégico da corporação em questão. Tanto que a meta para este ano é lançar outros dois FIDCs, de R$ 500 milhões cada, o primeiro até o final de Maio e o segundo no próximo semestre, totalizando R$ 1 bilhão para intensificar o apoio ao varejo. Não há dúvidas de que a iniciativa será copiada por outros players.

A evolução dos FIDCs é impressionante. Segundo a Anbima, em 2024 este tipo de fundo captou R$ 113 bilhões, quase o triplo dos R$ 40 bilhões arrecadados em 2023. Esse crescimento reflete uma mudança de paradigma, impulsionada por fatores como digitalização, open finance e fintechs, além da popularização do crédito privado e da criação da Lei da Liberdade Econômica. Com rentabilidade acima do CDI, liquidez mensal e redução de custos tributários, os FIDCs oferecem uma alternativa robusta e sustentável para empresas e investidores.

Em um momento em que o mercado brasileiro enfrenta desafios internos e externos, como a concorrência com produtos chineses e a política protecionista dos Estados Unidos, os FIDCs surgem como uma ferramenta essencial para garantir a estabilidade e o crescimento econômico. A securitização de créditos, impulsionada por iniciativas como a citada acima, é uma tendência irreversível que merece atenção e sua adoração na estratégia das empresas.

(*) Eduardo Sgobbi é co-founder & CEO do EDAN Finance Group

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Revista New promete inovação no mercado internacional; veja a novidade

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O mercado editorial internacional se prepara para a chegada de um novo player: a Revista New. Com uma proposta que une tecnologia, jornalismo analítico e foco em tendências globais, a publicação pretende se posicionar como uma referência entre leitores e especialistas que acompanham a evolução de negócios, cultura e inovação ao redor do mundo.

A Revista New nasce em um contexto de transformação profunda na indústria midiática, marcada pela digitalização e pela busca por conteúdos mais objetivos e aprofundados. Diferente de veículos tradicionais, que muitas vezes apostam em narrativas opinativas ou excessivamente comerciais, a proposta da nova revista é oferecer reportagens com rigor jornalístico, entrevistas exclusivas e análises embasadas, direcionadas a um público exigente e qualificado.

Segundo informações divulgadas pela equipe editorial, a publicação terá circulação internacional, com versões em português, inglês e espanhol, e pretende estabelecer parcerias com centros de pesquisa, universidades e organizações de mídia em diversos países. A meta é posicionar a Revista New como uma plataforma de conexão entre profissionais, empresários e formadores de opinião.

Além disso, a revista aposta na inovação tecnológica como diferencial competitivo. O projeto editorial contempla uma versão digital com recursos interativos, inteligência artificial para curadoria de conteúdo e uma área exclusiva para assinantes, que permitirá acesso antecipado a reportagens e estudos inéditos.

Para especialistas do setor, a entrada da Revista New no mercado pode representar uma renovação no modo como se produz e se consome informação. “O segmento editorial precisa de iniciativas que combinem credibilidade com inovação, e esse lançamento é um indicativo de que há espaço para novos modelos de negócios na comunicação”, afirma André Lima, consultor de mídia e inovação.

A expectativa é que o lançamento oficial da Revista New ocorra no segundo semestre de 2025, com eventos simultâneos em São Paulo, Lisboa e Miami, três polos estratégicos para a internacionalização da marca.

O mercado aguarda para ver se a promessa de inovação se converterá em resultados concretos e sustentáveis em um setor cada vez mais competitivo e desafiador.

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Negócios

Troféu Destaque Digital 2025 celebra mulheres genuínas e responsáveis na era da influência

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(As homenageadas receberam o Troféu Destaque Digital 2025)

Em uma noite marcada por emoção, elegância e inspiração, a quinta edição do Troféu Destaque Digital, promovido pela @addora_comunicacao, consagrou-se como um dos eventos mais glamourosos e relevantes do cenário digital e social. Realizado no sofisticado showroom da Predilecta, em Piracicaba, a cerimônia homenageou oito mulheres que, além de acumularem milhares de seguidores nas redes sociais, são referência pela forma ética, responsável e autêntica com que influenciam e atuam profissionalmente.

Num universo cada vez mais povoado por vozes e imagens digitais, o Troféu Destaque Digital reafirma sua credibilidade ao enaltecer mulheres que fazem da sua presença online um verdadeiro compromisso social, pautado por conteúdo de qualidade e inspiração genuína. São protagonistas que influenciam com propósito, longe de modismos vazios, construindo trajetórias sólidas tanto nas redes quanto fora delas.

(Luciana Paula e Juliano Fantazia apresentadores oficiais do evento)

A celebração foi conduzida com maestria pelos apresentadores Luciana Paula e Juliano Fantazia, sob a batuta impecável de @patriciapollacerimonialista. O brunch, assinado pelo refinado Paula Diniz Buffet, com doces da Bolo Da Madre e os refrescantes Life Sucos, proporcionou uma experiência sensorial à altura das homenageadas.

A atmosfera do evento foi enriquecida com a trilha sonora vibrante do DJ Pohl, o toque delicado das flores da Le Noblesse e os registros impecáveis da fotógrafa Aline Aragon. Os troféus, símbolos da excelência e do reconhecimento, foram produzidos pela conceituada @rossiniacrilicos.

(Gislaine Basso Gusson, Líbera Favoretto, André Zem, Amanda Oliver e Juliano Fantazia)

As homenageadas da edição 2025:
• Ana Guari
• Aninha Barros
• Cassi Facco
• Dra. Thaís Rodrigues
• Gra Nogueira
• Graciette Simioni
• Júlia Simões
• Sabrina Scarpare

Cada uma delas representa a força de quem transforma a influência digital em ferramenta de inspiração, conscientização e empoderamento. Mulheres que não apenas acumulam números expressivos de seguidores, mas que, acima de tudo, compartilham valores, saberes e histórias reais com sua audiência.

O evento contou ainda com o apoio essencial de parceiros que elevaram a experiência: Aqualax (banheiras, spas e ofurôs), os irresistíveis doces da Amanda Oliver Doces Gourmet, os brindes corporativos da Foto Art, a delicadeza da Encantti Piracicaba e a produção audiovisual assinada por Manu Remp.

O Troféu Destaque Digital é, mais do que uma celebração, um manifesto pela influência consciente e pela valorização de mulheres que impactam positivamente a sociedade com talento, autenticidade e responsabilidade.

Parabéns às homenageadas que seguem inspirando não só nas redes sociais, mas, sobretudo, na vida real! 🌟

Matéria: Addora Comunicação

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