Automação de tarefas repetitivas, suporte a decisões arquiteturais e aceleração de testes já mudam a rotina de profissionais experientes na área de tecnologia.
Criação de códigos, sugestão de testes, revisão de documentação técnica e análise de riscos em segundos. A inteligência artificial generativa deixou de ser um experimento para se tornar parte da rotina de quem trabalha com engenharia de software. Transformando a forma como times técnicos estruturam decisões e constroem soluções, a tecnologia está aprimorando o dia a dia dos desenvolvedores e a lógica de operação de empresas inteiras.
Segundo levantamento da Bain & Company, 58% dos executivos brasileiros consideram a adoção da inteligência artificial uma prioridade estratégica para os próximos anos. O estudo também revela que 80% das empresas estão testando ou implementando a tecnologia de forma ativa, e mais da metade já percebe ganhos de produtividade e competitividade nos primeiros meses de uso.

Código, contexto e decisão — tudo ao mesmo tempo
Para Gabriel Rodrigues, gerente de engenharia da Sears e professor na Link School of Business, a principal mudança não está só na velocidade, mas na qualidade das decisões que a IA ajuda a tomar. “A IA generativa está se tornando uma copilotagem real. Ela não substitui o raciocínio humano, mas aponta caminhos, sugere boas práticas, antecipa erros. Isso acelera o desenvolvimento sem comprometer a arquitetura dos sistemas”, explica.
O apoio da IA em decisões arquiteturais e na modelagem de soluções também ganha força, especialmente em times maduros. “Quando bem usada, a IA ajuda até na priorização de features e na análise de impacto. A diferença é que agora temos uma máquina capaz de entender o contexto e gerar propostas em tempo real”, afirma Gabriel.
O novo papel das equipes técnicas
Para os engenheiros de software, o desafio não é mais apenas saber codar, mas entender como usar a IA a favor do processo. “Não adianta ter uma IA potente se a pessoa não sabe validar o que ela entrega. O senso crítico ficou ainda mais importante”, observa Gabriel. Segundo ele, o profissional de tecnologia hoje precisa ter domínio técnico, mas também capacidade de julgamento, visão sistêmica e consciência ética.
A adoção da IA também muda o jeito de trabalhar em equipe. “O desenvolvedor que ficava preso a tarefas repetitivas agora pode colaborar mais ativamente nas decisões do produto. Isso exige que os times tenham mais autonomia, confiança mútua e um modelo de trabalho menos hierárquico”, pontua.
Para Gabriel, o futuro próximo não será sobre substituir engenheiros por máquinas, mas sobre potencializar talentos humanos com ferramentas que otimizam tempo, ampliam a visão e aumentam a qualidade do que se entrega. “O profissional que entende isso vai continuar relevante — e vai entregar mais do que nunca”, finaliza.
Sobre Gabriel Rodrigues
Gabriel Rodrigues é Gerente de Engenharia na Sears e Professor na Link School of Business. Acumula mais de 11 anos de experiência em engenharia de software, arquitetura de sistemas e DevOps. Graduado em Engenharia de Computação e especialista em Arquitetura de Software, atuou em empresas como PayPal, Autonomic e Estated, liderando times de desenvolvimento, modernizando infraestruturas e otimizando processos para garantir soluções escaláveis e de alto desempenho. Além de sua atuação técnica, dedica-se à formação e mentoria de profissionais, ajudando no desenvolvimento de talentos e na construção de equipes de alta performance.