Por Bruno Carvalho
Liderar equipes sempre foi um desafio. Mas liderar equipes criativas, que dependem de liberdade e inspiração para entregar o melhor resultado, exige ainda mais jogo de cintura. No modelo híbrido, com parte do time em casa e outra no escritório, a complexidade aumenta, e manter o alto nível sem comprometer o ambiente criativo virou um novo teste de liderança.
Sou da época do 100% presencial. E posso dizer: o tal “bloqueio criativo” era parte da rotina. Frases como “chefe, travei aqui” eram comuns. Quando isso acontecia, a gente trocava a pessoa responsável pela peça, montava uma dupla para destravar a ideia ou deixava o job de lado por um tempo. No modelo híbrido, tudo isso continua possível, mas exige novas estratégias.
O papel do líder mudou. Não se trata mais de controlar tudo o tempo todo, mas sim de conectar pessoas, dar direção, ritmo e segurança, mesmo à distância. Liderar hoje é ter presença emocional, não apenas física.
Essas são algumas práticas que têm funcionado muito bem na amzmp:
1. Conectar pessoas com propósito
Faço questão de entrevistar e escolher cada colaborador. Conheço o perfil, os limites e o potencial de cada um. Com equipes espalhadas por várias cidades (e até países), dedico boa parte do meu tempo a conectar talentos. Quando vejo um desafio surgindo, penso imediatamente em quem pode ajudar a resolver. Muitas vezes, meu trabalho é simplesmente conectar dois profissionais e dar contexto. O resto, eles resolvem.
2. Delegar de verdade
Nada funciona sem uma equipe de liderança bem estruturada. Na amzmp, os papéis são claros. Cada sócio lidera clientes, projetos e departamentos específicos. Se dois sócios estão num projeto que não exige tanta complexidade, usamos uma regra interna: “dois fazendo papel de um? O menos necessário sai e vai resolver outro problema”. É assim que multiplicamos nossa capacidade de atuação.
3. Confiança é a base de tudo
Confiança é a base de tudo. Acreditamos que, para entregar trabalho bom, precisamos de pessoas boas. E mantemos esse compromisso desde o início da agência. Nunca buscamos ser os maiores, mas sempre os melhores. Isso nos trouxe até aqui. E é também o que exige da gente uma melhoria constante, sem acomodação.
4. Usar as ferramentas certas
A tecnologia é nossa aliada. O Worklift, plataforma que co-criei, nos permite gerenciar tarefas, acompanhar o progresso da equipe em tempo real, definir prioridades e ter relatórios detalhados sobre produtividade e margem por cliente. Funciona tão bem que virou um diferencial competitivo, e em breve será lançado ao mercado como um SaaS com fila de espera antes mesmo da estreia.
Hoje, metade da empresa trabalha 100% remoto, e a outra metade vem uma ou duas vezes pra agência na semana. E graças ao Worklift, consigo ver ao vivo o que cada colaborador está fazendo, o que foi entregue no dia anterior, e gerar relatórios com total transparência para os clientes.
A conclusão é simples: é possível, sim, liderar equipes criativas no modelo híbrido. A chave é entender que o que move essas equipes não é onde elas estão sentadas, mas como elas se sentem.
Liderar criatividade é garantir clareza, dar autonomia e oferecer segurança emocional. É sobre estar disponível mesmo à distância. É sobre permitir que cada pessoa dê o melhor de si, esteja no sofá de casa ou na sala da agência.
A pandemia mudou a geografia do trabalho, mas não mudou o que sempre foi essencial: gente boa, processos claros e líderes que saibam ouvir, decidir e conectar.
Sobre o autor:
Bruno Carvalho dos Santos é fundador da agência amzmp, especialista em marketing B2B e co-criador da plataforma Worklift. Com mais de 17 anos de experiência em comunicação, lidera equipes criativas em projetos para grandes marcas do setor industrial no Brasil, Estados Unidos e toda a América Latina. Bruno se posiciona como empreendedor e referência em estratégias de gestão e liderança.