A queda capilar hoje não é apenas uma questão estética, evoluiu para uma preocupação amplamente reconhecida sob a ótica dermatológica, psicológica e técnica.
Após 26 anos de atuação especializada na área de cabelos em homens e mulheres e com formação em dermatologia, inclusive com curso realizado na Harvard Medical School, a Dra. Olívia Ribeiro, responsável pela clínica Slim Clinic Transplante Capilar, salienta que o foco principal está no transplante capilar, mas todo cuidado coadjuvante com saúde capilar, em homens e mulheres, é igualmente crítico.
Nos últimos anos, os números evidenciam crescimento expressivo das intervenções: estima-se que, globalmente, foram realizadas cerca de 4,3 milhões de cirurgias de transplante capilar em 2024 e projeções colocam esse número em torno de 4,7 milhões em 2025. O valor de mercado dessa especialidade já atingiu cerca de US$ 11,5 bilhões em 2024 e poderá ultrapassar US$ 40 bilhões até 2033.
As técnicas mais empregadas continuam sendo a Follicular Unit Extraction (FUE) e a Follicular Unit Transplantation (FUT); a FUE já domina o mercado, apresentando taxas de sobrevivência de enxertos na faixa de 90 % a 95 % em centros experientes.
Para a Dra. Olívia, a escolha da técnica, a avaliação criteriosa do doador-capilar e o planejamento individualizado considerando gênero, idade, padrão de calvície, expectativas e cuidados pós-operatórios — são determinantes para o sucesso.
Ela destaca que “o transplante capilar não é ‘colocar cabelo’ e pronto: exige maturação, aderência aos cuidados e, por vezes, complementação com terapias médicas para estabilizar a queda residual”. A especialista observa ainda que o perfil dos pacientes está se ampliando: embora ainda predominem homens, a participação de mulheres vem aumentando e o tratamento precoce está sendo valorizado.
Além disso, a tecnologia de suporte tem se tornado cada vez mais presente: sistemas robóticos, dispositivos de implantação direta e técnicas minimamente invasivas reduzem o trauma, aceleram a recuperação e elevam a taxa de sobrevivência dos enxertos, segundo estudos, em clínicas com grande expertise, a taxa de insucesso é inferior a 2%.
No entanto, ela adverte que resultados “milagrosos” sem indicação clara ou diagnóstico adequado podem gerar frustrações. A densidade do cabelo natural, qualidade do fio e expectativas realistas devem ser discutidas com clareza. Informar-se e escolher o profissional correto faz toda diferença.
Em suma, o transplante capilar deixou de ser tabu e tornou-se solução cada vez mais refinada e difundida mas, não basta corrigir o que se perdeu: é preciso cuidar do que já tem, prevenir o que ainda pode se perder e tratar com visão global.