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Negócios

Fundos de pensão são desafiados a ampliar conexão com os jovens

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Por Alexandre Teixeira

A pirâmide etária brasileira está se invertendo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, a partir de 2030, a quantidade de idosos no País será maior do que a soma de crianças entre zero e 14 anos. Outro levantamento, desta vez do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta que, até 2050, 57% da população economicamente ativa terá mais de 45 anos de idade.

Estas informações, somadas ao fato de que os brasileiros estão vivendo cada vez mais traz uma real preocupação a respeito de como garantir a qualidade de vida dessa crescente população que será formada por pessoas da terceira idade com grande parte dela fora do mercado de trabalho. Segundo a Organização das Nações Unidas, a expectativa de vida no Brasil em 1950 era em média de 48,1 anos. Agora, em 2023, é de 76,2 anos e em 2100 deve alcançar 88,2 anos.

Não por acaso foi necessária uma reforma no sistema previdenciário do INSS aumentando a idade da aposentadoria das mulheres para 62 anos e a de homens para 65, assim como o aumento do tempo de contribuição de mulheres e homens, respectivamente para 35 e 40 anos (antes era 30 e 35 anos), para que o sistema se mantivesse em condições de continuar a efetuar o pagamento de benefícios não só para os atuais aposentados como para os novos.

Acontece que, daqui a alguns anos, possivelmente será preciso uma nova reforma porque o número de pessoas em idade de se aposentar está aumentando e, ao viverem mais, naturalmente elas recebem o benefício por mais tempo. Para piorar as contas, a queda na taxa de natalidade faz com que a cada ano haja menos cidadãos economicamente ativos.

A lógica é simples, menos gente trabalhando significa menos gente produzindo e contribuindo com a previdência. Na outra ponta, aumenta o número de pessoas com direito a receber.

Neste cenário, não há dúvidas de que a previdência privada complementar fechada é a solução para manter uma boa qualidade de vida das pessoas que encerrarem o período produtivo e se aposentarem. Na medida em que o sistema público oficial perde sua capacidade de garantir boas remunerações, uma renda extra proporcionada pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs) possibilitará aos brasileiros manterem o padrão de vida que estão acostumados e que desejam ao fim de anos de labuta.

Mas há um desafio à frente das EFPCs para que elas possam de fato contribuir para o bem-estar social da maioria e não apenas de um nicho como é hoje. Existe a necessidade de maior aproximação de seu público, principalmente os mais jovens que enxergam a aposentaria como algo distante e um assunto que pode ser deixado para depois. Não se trata apenas de uma avaliação incorreta por parte deles. É, acima de tudo, um traço da nossa cultura deixar para se preocupar com a aposentadoria em cima da hora, quando pouco pode ser feito para garantir uma renda adequada para viver bem.

E a solução para que esse desafio seja vencido pelas EFPCs passa pela digitalização de seus processos, o que exige investimento em tecnologia e inovação, assim como a aplicação de ferramentas atualizadas de marketing e comunicação para alcançar o público mais jovem. É essencial entender e criar novos formatos e linguagens digitais porque elas são capazes de agregar ao setor de previdência privada um ponto de intersecção entre as distintas gerações, tornando-a atrativa para todos e não só para as gerações mais velhas.

Necessário se faz que as entidades de previdência privada desenvolvam e ofereçam um ecossistema de produtos personalizados para essa variedade etária de público, assim como fazer um marketing alinhado às dores e necessidades desses perfis. É nesse contexto, para resolver essas questões, que as prevtechs ou pensiontechs, startups especializadas em soluções para o setor previdenciário, entram no circuito.

Em primeiro, elas garantem às EFPCs a possibilidade de se digitalizarem rapidamente oferecendo aos seus participantes plataformas e aplicativos de celulares com diversos serviços e a mesma segurança dos aplicativos dos bancos digitais. Além da agilidade, o investimento para a adaptação é bem menor do que se o fundo de pensão fosse partir do zero, criando suas próprias plataformas.

Por serem empresas novas e criadas em meio à transformação digital, as startups também falam melhor com o público jovem. A mesma tecnologia que dá transparência e se alinha perfeitamente ao estilo de vida das gerações mais jovens, permite uma comunicação mais rápida e eficiente com os participantes, a realização de pesquisas, a oferta de produtos e serviços que no modelo analógico seriam inviáveis. Um exemplo de vantagem é que por meio de um aplicativo, fica muito mais fácil para o beneficiário tomar crédito, já que ele pode resolver tudo sem sair de casa, apenas usando seu smartphone ou computador pessoal. O resultado é a melhora da performance da própria instituição que passa a acumular mais com os juros provenientes dos financiamentos, além do fato de que essa possibilidade se torna um atrativo para novos entrantes.

O melhor de tudo é que as EFPCs não precisam se preocupar com o processo de transformação, pois as pensiontechs se responsabilizam por todo o processo. Ou seja, as fundações podem se manter focadas naquilo que mais sabem fazer que é gerir os recursos dos seus participantes para cumprir as suas metas atuariais e benchmarks. Apesar de tantas vantagens, são poucas ainda as EFPCs que buscam e implantam as soluções oferecidas pelas pensiontechs.

Uma das razões é o próprio conservadorismo existente no setor. Como usar tecnologia e marketing para alcançar os mais diferentes objetivos? Por questões culturais ainda existe o medo de que a implantação de ferramentas digitais e modelos de marketing e comunicação mais modernos elevam demasiadamente os custos operacionais.
No entanto, é exatamente o contrário que ocorre. A digitalização é escalável e, depois de implantada, permite atingir cada vez mais pessoas sem aumento de custos, ao contrário do que acontece com sistemas analógicos, em que o crescimento exige estruturais maiores. Além disso, a tecnologia traz mais precisão e agilidade, permite fazer mais com muito menos custo e alta assertividade. Sem contar que o tempo para desenvolvimento da solução deixa de ser preocupação porque a pensiontech já resolveu isso.

Por fim, frisando o que foi dito nas linhas acima, a digitalização não só facilita a vida de quem já faz parte do sistema como faz do produto “previdência privada” algo mais atrativo para a Geração Z, bastante acostumada à tecnologia e cada vez mais resistente e desinteressada dos métodos tradicionais e analógicos de atendimento e operação.

Ao abraçar tecnologia, inovação e marketing como pilares do negócio, o setor se torna mais atrativo, desvencilhando-se da ideia de que contribuição previdenciária é coisa de “velho” e antiquada e embutindo na cultura a consciência de que ao contrário disso, é sim um investimento seguro, saudável e alinhado ao propósito de cada geração.

Alexandre Teixeira é sócio e CEO da uFund

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Empresário Fernando Costa cobra prioridade para a educação superior no Brasil

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Durante evento do Instituto IEJA, com palestra do Ministro Jorge Messias, líder empresarial do setor de educação destaca necessidade de um pacto nacional pela educação no brasil.

Brasília – Em mais uma edição do prestigiado Tá na Mesa, promovido pelo Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (IEJA), lideranças dos Três Poderes, do setor produtivo e da sociedade civil reuniram-se em Brasília para um debate de alto nível sobre os desafios estruturais do Brasil. O encontro contou com a palestra magna do Ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que abordou o papel do Estado na garantia da segurança jurídica e no fomento ao desenvolvimento sustentável.

Na ocasião, o empresário Fernando Costa – reconhecido defensor da educação e da modernização institucional no brasil — fez um pronunciamento enfático sobre a urgência de reavaliar a forma como o Estado se relaciona com quem produz no país. “Precisamos urgentemente de mais eficiência dos órgãos estatais.

O Brasil só avançará quando o governo colocar a educação, no centro das políticas públicas” Para o CEO do IEJA, Renato Mello, a presença de autoridades como o Ministro Jorge Messias e lideranças empresariais como Fernando Costa reforça o papel do Instituto como espaço de articulação estratégica. “A integração entre os Poderes e o setor produtivo é vital para construirmos um país mais moderno, justo e eficiente. A educação é a base de tudo — e precisa ser tratada como tal”, afirmou.

Consolidado como um dos principais fóruns de interlocução institucional do país, o Tá na Mesa reafirma a missão do IEJA de promover debates de alto impacto sobre os temas mais relevantes para o Brasil contemporâneo.

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Negócios

Ferragens no TikTok? Empresas apostam no marketplace da geração Z para vender dobradiças e ímãs de neodímio

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Com o crescimento acelerado do TikTok Shop no Brasil, marcas como a Fácil Negócio Importação apostam na plataforma para vender produtos técnicos com vídeos virais e cupons em tempo real.

De danças e dublagens para um novo centro de consumo digital. O TikTok está se consolidando como uma plataforma de vendas no Brasil, e o fenômeno vai além de moda e beleza: agora, até o setor de ferragens está entrando na onda. É o caso da Fácil Negócio Importação, que passou a vender dobradiças, ímãs de neodímio, botões magnéticos e puxadores industriais diretamente pelo TikTok Shop, o marketplace integrado ao aplicativo.

A empresa, com sede em São Paulo e atuação nacional, é uma das primeiras do segmento a apostar nesse canal. “A gente percebeu que vídeos curtos mostrando a força de um ímã ou a instalação de uma dobradiça têm alto poder de engajamento. É como se fosse um tutorial com potencial de venda imediata”, afirma Rodolfo Granada Midea, CEO da Fácil Negócio.

Na loja oficial da marca dentro do TikTok, é possível encontrar desde kits com botões magnéticos a partir de R$ 8, até puxadores italianos de aço por mais de R$ 120, com frete grátis, cupons progressivos e descontos de até 20%. Os produtos são organizados por categoria e apresentados com vídeos práticos e demonstrativos, que funcionam como um conteúdo técnico embutido em entretenimento.

Um novo canal para um público inesperado

Segundo a consultoria SensorTower, o TikTok Shop já movimenta mais de US$ 20 bilhões por ano no mundo, e o Brasil está entre os países prioritários da expansão. Dados do próprio marketplace apontam que empresas que combinam vídeos demonstrativos com ofertas rápidas podem converter até 3x mais do que e-commerces tradicionais.

“Estamos usando a plataforma não só para vender, mas para explicar e mostrar os usos do produto. E esse tipo de conteúdo, quando bem feito, viraliza”, reforça Midea. Alguns vídeos da Fácil Negócio já ultrapassaram 50 mil visualizações mesmo sem investimento em mídia, apenas pela curiosidade do público com aplicações como pesca magnética, organização de ferramentas e marcenaria.

Ferragens viram conteúdo

A estratégia da marca inclui participação no programa de afiliados do TikTok Shop, que conecta criadores de conteúdo aos produtos da loja. Isso permite que influenciadores de nicho — como marceneiros, montadores de móveis e perfis DIY — incluam os itens da Fácil Negócio em seus vídeos, recebendo comissão por venda. A empresa também aposta em lives com testes e demonstrações ao vivo, criando senso de urgência para compras imediatas.

Para especialistas em varejo, o movimento é estratégico. “O TikTok está criando um modelo de compra por descoberta, em que o vídeo é mais importante do que a busca por categoria. Isso abre espaço para produtos que antes eram restritos a B2B ou ao público técnico”, analisa a consultora de marketplaces digitais Marina Campos.

Oportunidade para o setor

O segmento de ferragens, tradicionalmente vinculado ao varejo físico ou a marketplaces convencionais como Mercado Livre, começa a enxergar no TikTok uma forma de alcançar um novo público — inclusive consumidores finais com interesse em reformas, hobbies manuais ou soluções práticas para o dia a dia.

Para Midea, o TikTok é mais do que uma vitrine: é uma alavanca para inovação. “Estamos mostrando que até um produto técnico pode ser apresentado de forma criativa, gerando interesse, engajamento e venda — tudo dentro do mesmo ambiente.”

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Negócios

Popolare Eldorado é inaugurada com recepção intimista para convidados especiais

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Em uma noite marcada por afeto, sabores artesanais e boa conversa à mesa, as anfitriãs Carina Popolare e Chaiany Jorge Silva receberam convidados especiais para a inauguração da nova unidade da Popolare Massas e Empório, agora também no Setor Eldorado. Sócias no novo espaço, Carina e Chaiany celebraram a expansão da marca com um evento reservado, pensado nos mínimos detalhes.

Com degustação de receitas autorais e o acolhimento que é marca registrada da Popolare, a noite reuniu nomes da imprensa, influenciadores, parceiros e amigos da casa. A cobertura fotográfica ficou por conta de Luciano Oya, que registrou os melhores momentos do encontro.

Crédito: Luciano Oya

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