Negócios
Giro Tech: Confira 21 destaques corporativos em abril de 2025
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8 meses agoon
NEGÓCIOS
Nano-créditos que fazem a diferença

A CloQ, fintech de impacto social que auxilia brasileiros a construírem um histórico de crédito positivo, seguro e inclusivo por meio do nano-crédito, ultrapassou a marca de 18 mil nano-empréstimos, com valores entre R$100 e R$500. A empresa, que desenvolve análise de crédito inclusiva, independente de renda ou do score tradicional, movimentou mais de R$4 milhões para 7,5 mil clientes, simplificando o acesso de quem mais precisa. Para 2025, a CloQ planeja expandir sua base para 250 mil usuários, além de dobrar as operações de nano-crédito, de modo a consolidar seu papel como facilitadora do acesso ao crédito consciente no Brasil.
Verdureira projeta faturar R$24 milhões com expansão

No mesmo ano em que celebra três décadas de história, a agroindústria Verdureira planeja expandir seu mercado de atuação. Atualmente, a empresa atende mais de 400 estabelecimentos das cidades e regiões metropolitanas de São Paulo e Sorocaba, além de Campinas. Em breve, o Vale do Paraíba e o Litoral Sul paulista também farão parte desta rota, com alimentos entregues em até 24 horas após a colheita. A ampliação é um dos fatores que favorecem a projeção de alcançar R$24 milhões de faturamento em 2025. No último ano, a marca movimentou R$16 milhões, um crescimento de 56% em relação ao ano anterior
Leggal mira faturamento de R$5 milhões e 100 mil usuários

Em crescimento constante, a Leggal, pioneira no conceito de Legal Care no Brasil, projeta alcançar ainda esse ano mais de 100 mil usuários, gerando um faturamento de R$5 milhões. A startup, que já tem 26 mil usuários, registrou um crescimento de 142% em 2024, e planeja se tornar o terceiro benefício mais importante no Brasil, ficando atrás somente de plano de saúde e vale-alimentação ou refeição.
RankMyApp busca ampliar fatia Internacional
Após ver sua receita internacional crescer 12% no último ano, a RankMyApp, startup investida pela Wayra Brasil, projeta aumentar esta participação para 20% até o final de 2025. A empresa, que oferece soluções para otimizar a visibilidade de aplicativos móveis, está presente em diversos países, incluindo Argentina, Colômbia e México, e planeja atingir outros mercados, como Egito, Austrália e Nova Zelândia.
R$ 100 bilhões transacionados
A Oz Câmbio, uma das principais corretoras de câmbio do Brasil, celebra 25 anos com um marco de R$100 bilhões transacionados em mais de 1 milhão de operações. Em 2024, a empresa alcançou a 8ª posição no ranking do Banco Central e registrou um crescimento de 50% no faturamento em relação a 2023. Um dos responsáveis pela marca foi o lançamento da plataforma PartnerHub, que centraliza processos cambiais e oferece mais autonomia e eficiência a correspondentes e agentes autônomos. Com foco em tecnologia e sem atuar com criptoativos ou casas de apostas, a Oz ocupa a 4ª posição entre as corretoras tradicionais e projeta dobrar o volume transacionado até o fim de 2025.
Interesse paulista é destaque entre compradores de residências de luxo na Serra Gaúcha

Localizado em Canela (RS), na Serra Gaúcha, o Kempinski Laje de Pedra traz a bandeira hoteleira alemã Kempinski em um empreendimento de luxo que oferece residências de forma integral ou compartilhada. Segundo o grupo, o estado de São Paulo, em 2024, foi o segundo maior público comprador, representando 25% das vendas no período, atrás apenas do Rio Grande do Sul, com 29,4%. Até o momento, o VGV do projeto é de R$1,8 bilhão. Em fase de obras, o primeiro Kempinski da América do Sul deve ser concluído em 2026, com a operação em pleno funcionamento a partir de 2027. Para os sócios e idealizadores do projeto, o interesse do público paulista indica que a Serra Gaúcha ganha cada vez mais força entre os investidores e compradores brasileiros de alta renda.
Impulsionada por biometria de voz, Minds Digital atinge breakeven

A Minds Digital anuncia seu breakeven. O marco foi impulsionado por um crescimento de 60% em 2024, graças à chegada de novos parceiros como Genesys, Grupo Nuveto, Coddera, Connect e AZ Telecom, entre outros. Além disso, a startup bateu recorde no uso de biometria de voz, ampliando em 205% sua base de voiceprint, impressão vocal única gerada a partir das características da voz de cada indivíduo.
CNP People Solutions projeta salto de 194% em 2025
A CNP People Solutions, especializada em cultura organizacional, projeta um crescimento de 194% até 2025. A empresa, liderada por Marcela Zaidem, tem se destacado por transformar a gestão de pessoas em uma estratégia mais alinhada com a realidade das corporações. Com presença em nove estados brasileiros, além de Portugal e Estados Unidos, a consultoria já conta com mais de 50 projetos ativos, apenas seis meses após sua fundação.
Digital Manager Guru tem melhor trimestre da história

A Digital Manager Guru, plataforma completa de checkout e gestão de vendas online, atingiu a marca de R$881 milhões movimentados durante o primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 25,68% no volume transacionado apenas no Brasil. Com atuação também nos Estados Unidos e Europa, a empresa obteve avanços expressivos em ambos os mercados, com altas de 1013,04% e 178,77%, respectivamente. Os números consolidam o melhor desempenho da história da companhia, que projeta superar R$6 bilhões em transações em 2025.
Com mercado da Cannabis em alta, Humora multiplica receitas

Impulsionada pelo crescimento do mercado brasileiro de cannabis medicinal, que movimentou R$853 milhões em 2024 e deve superar R$1 bilhão em 2025, a Humora, startup que combina produtos à base de cannabis e fitoterápicos para bem-estar, ampliou sua receita em 650% no ano passado. Um dos fatores que ajudaram a alcançar a marca foi o lançamento da Humora Boreal, primeiro produto em formato de goma e com tetrahidrocanabinol (THC) na composição. Para este ano, a empresa prevê superar R$3 milhões de faturamento graças ao anúncio de aquisição do Nu Bloom Botanicals, laboratório californiano de formulações fitoterápicas.
Lançamentos do mercado
IA já responde por mais de 20% do Valor Geral de Lançamentos imobiliários no Brasil
A Mia, assistente virtual desenvolvida pela Morada.ai, startup especializada em inteligência artificial para o mercado imobiliário, já impacta significativamente o setor. A tecnologia vem sendo utilizada por diversas incorporadoras, responsáveis por movimentar R$ 48,3 bilhões em Valor Geral de Lançamentos (VGL) — o equivalente a 21,6% do total registrado no país em 2024, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O sucesso da solução rendeu à Morada.ai um aporte de R$6 milhões em 2024. Atualmente, a Mia é usada por quase 100 incorporadoras em 17 estados — entre elas Direcional, Cyrela e Patrimar/Novolar — e, em 2024, atendeu 700 mil pessoas, que trocaram mais de 20 milhões de mensagens.
Idea Maker lança nova marca e plano de negócios
Com a meta de aumentar seu volume transacional em 17%, Idea Maker, fintech especializada em idealizar soluções digitais focadas em e-commerce de produtos com venda incentivada, soluções de pagamento e gestão e transação de dados, apresenta nova marca e um plano de negócios . A fintech possui presença em todo o território nacional e mais de 20 aplicativos desenvolvidos que registram mais de 23 milhões de downloads, incluindo alguns largamente conhecidos no mercado, como o Hiper Cap Brasil, H App do Bem e Apcap da Sorte. A empresa registrou mais de 15 milhões de usuários cadastrados e movimentou mais de R$800 milhões em transações no ano passado.
Ada Tina traz ao Brasil gel de limpeza facial com tecnologia italiana

A Ada Tina lança o Pure C Ultra Purifying, um gel de limpeza facial com Vitamina C Clareadora. Desenvolvido com tecnologia italiana para atender às necessidades específicas das peles brasileiras, o produto promove uma higienização profunda sem ressecar, ao mesmo tempo que ajuda no clareamento da pele e na proteção contra danos ambientais, como poluição e exposição solar. O gel reúne ativos como Vitamina C, Niacinamida, Pantenol B5 e Zinco PCA, proporcionando uma limpeza detox que remove oleosidade, cravos, maquiagem e impurezas com eficiência e suavidade.
Giro de executivos
Metricaz anuncia novo CEO

A Metricaz, agência de especialistas em martechs focada no desenvolvimento de estratégias dentro do ambiente digital para impulsionar negócios de diferentes segmentos por meio de dados, anuncia Marcos Cabrera como CEO. Com uma trajetória marcada por grandes realizações no mercado de comunicação, Cabrera possui um amplo conhecimento e acumula passagens por empresas como Ogilvy e Globo, além da experiência como empreendedor em agência própria. Em sua nova posição, a missão do profissional é potencializar o desenvolvimento sustentável da Metricaz, transformando a empresa em referência no mercado de dados aplicados ao negócio.
Ecolab anuncia novo diretor financeiro
A Ecolab, que oferece soluções e serviços de água, higiene e prevenção de infecções, anuncia a chegada de Alberto D’Angelo. O profissional assume o cargo de diretor financeiro para o Brasil, liderando uma equipe de 64 pessoas com foco em apoiar a estratégia para o país da empresa que é líder global em sustentabilidade. O executivo será o responsável pela gestão de uma ampla gama de atividades financeiras, contribuindo para uma visão clara e abrangente das finanças corporativas de modo a considerar o crescimento em vendas e lucratividade, bem como impulsionar a entrega de valor para os clientes nos diversos setores de atuação.
Eventos e ações sociais
Evento gratuito da School of Rock Lapa-Vila Leopoldina leva música, pipoca e brincadeiras a todas as idades

A School of Rock Lapa-Vila Leopoldina abriu suas portas e realizou o School Day. O evento aberto ao público, reuniu uma série de atividades gratuitas para a comunidade, incluindo música para as famílias do bairro. Na ocasião, os visitantes puderam ter experiências imersivas na Rock Experience, assistir a shows das bandas da escola e se divertir com recreação, pipoca gratuita e pula-pula para as crianças, além de sessões de quick massages para os adultos. O evento também teve um caráter solidário com arrecadação de fundos para a construção do Núcleo de Convivência da Casa do Pequeno Cidadão. “Estamos muito felizes em poder realizar essa ação. É muito gratificante ver a comunidade se engajando com a música e, ao mesmo tempo, apoiando uma causa social tão importante”, afirma Marcos Zart, franqueado da School of Rock Lapa-Vila Leopoldina.
Ação da HM Engenharia beneficia 200 mulheres em situação de vulnerabilidade
A HM Engenharia se uniu ao Projeto Social Mulheres Invisíveis para apoiar uma ação especial voltada ao atendimento e cuidado de cerca de 200 mulheres em situação de vulnerabilidade social. As beneficiárias receberam atendimento médico, kits com itens essenciais de higiene, como absorventes, papel higiênico e lenços umedecidos, e também participaram de atividades como palestras e orientações sobre saúde e direitos. A iniciativa faz parte do compromisso da empresa com a solidariedade e com a promoção de qualidade de vida, especialmente no Mês das Mulheres. Além disso, a HM Engenharia tem se destacado pelo seu compromisso com a inclusão e diversidade com o lançamento do programa HM Plural. O projeto visa criar um ambiente corporativo mais acolhedor e plural, promovendo ações de diversidade e inclusão dentro da empresa. Com o apoio da consultoria PCD+, o programa abriu vagas afirmativas, além de desenvolver um plano de comunicação e treinamento para líderes e colaboradores. Entre os temas abordados nas capacitações estão “Liderando de forma inclusiva”, “Vieses inconscientes” e “O papel de todos no processo de inclusão social”. A ação reforça o compromisso da HM Engenharia em criar um espaço de trabalho mais justo e representativo para todos.
RX organiza hub para impulsionar negócios no setor de iluminação
A RX, uma das maiores organizadoras de eventos, anuncia a 2ª edição do Decor Light Show como parte da programação da Equipotel, o principal evento de hospitalidade da América Latina. Para as marcas da indústria nacional, o projeto funciona como um hub estratégico para impulsionar negócios e fortalecer o relacionamento entre os fornecedores de iluminação, decoração e mobiliário e os profissionais do setor, como lighting designers, varejistas de iluminação, arquitetos, designers de interiores, entre outros. A expectativa é receber mais de 22 mil visitantes de 16 a 19 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Evento de matérias-primas para cosméticos aposta em novo espaço de empresas terceristas para fechamento de negócios
A in-cosmetics Latin America, feira da RX Global dedicada a matérias-primas para a indústria de beleza e cuidados pessoais, anuncia uma nova atração para a edição de 2025, confirmada para os dias 23 e 24 de setembro: a Contract Manufacturing Zone, área focada em empresas terceiristas. O objetivo do espaço é conectar pequenas e médias marcas, visitantes do evento, a fornecedores terceiristas de soluções e serviços para a linha de produção.
Estudos e pesquisas
Influencers ampliam alcance para além da Geração Z e Millennials
Apesar de serem muito conhecidos por impactar grupos etários da Geração Z e Millennials, os influenciadores estão aumentando cada vez mais seu alcance para outros segmentos. É o que mostra um estudo realizado pela Rakuten Advertising, rede global líder de marketing de performance. Nos últimos seis meses do ano passado, 61% dos consumidores entre 35 e 49 anos e 53% dos consumidores entre 50 e 64 anos fizeram compras usando um link de influenciador. Até os Boomers estão entrando na onda, com cerca de 40% realizando compras por meio de links de influenciadores no mesmo período. A pesquisa analisou preferências e hábitos de consumidores de da Austrália, Brasil, França, Alemanha, Reino Unido e EUA para identificar as tendências que estão impulsionando esse crescimento.
Pesquisa da Neura revela mudanças de hábitos
A Neura, consultoria de estudos comportamentais e porquês, lançou o levantamento “A Permanência da Impermanência” para mapear o impacto do conceito de impermanência nas diferentes esferas da vida. De acordo com o CEO, Andre Cruz, entender e aceitar essa tendência é importante para analisar diferentes formas de impactar os negócios, pessoas e marcas. O estudo revela que modelos que pensam em sistemas coletivos, dinâmicos, sustentáveis, diversos e adaptáveis estarão em pauta nos próximos anos. Para acessar https://www.neura.cx/estudoimpermanencia.
Negócios
O papel de integrar trajetória especialização e operação na cadeia de arquitetura e indústria
Published
11 horas agoon
29 de dezembro de 2025
* Por Jucemar Silva da Rosa

Ao longo de mais de três décadas de atuação no setor de materiais de construção, compreendi que o desempenho de um showroom, de uma loja especializada ou de uma rede de franquias não depende apenas de bons produtos ou de um projeto arquitetônico bem resolvido. Existe um ponto recorrente de fricção entre o que é idealizado, o que é fabricado e o que efetivamente funciona na rotina operacional. Minha trajetória profissional foi construída exatamente nesse espaço de interseção, onde arquitetura indústria e operação precisam dialogar de forma objetiva.
Iniciei minha formação prática ainda jovem, em atividades ligadas à marcenaria montagem e construção, passando posteriormente pela indústria cerâmica e pela coordenação de amostras e showrooms em grandes fabricantes do setor. Essa vivência direta com o chão de fábrica com obras em execução e com equipes de montagem permitiu desenvolver uma leitura técnica que vai além do desenho ou da estética. Com o tempo ficou evidente que projetos consistentes são aqueles que consideram desde a origem limitações logísticas ergonomia manutenção e ciclo de vida dos materiais.
A especialização em ferramentas de exposição para revestimentos cerâmicos especialmente porcelanatos de grandes formatos surgiu como resposta a uma transformação estrutural da indústria. A partir da segunda metade da década de 2010 o mercado passou a produzir peças maiores mais pesadas e mais delicadas exigindo novas soluções para armazenamento transporte e demonstração em loja. O modelo tradicional de exposição mostrou-se ineficiente tanto do ponto de vista comercial quanto operacional criando gargalos para vendedores arquitetos e consumidores finais.
Nesse contexto meu papel passou a ser o de traduzir demandas industriais e arquitetônicas em soluções expositivas viáveis. Não se trata apenas de criar expositores mas de desenvolver sistemas que reduzam perdas acelerem a tomada de decisão do cliente e facilitem a rotina das equipes de venda. A lógica aplicada parte sempre de diagnósticos em campo observando como o produto é manuseado quais etapas geram retrabalho e onde estão os custos ocultos da operação.
Outro eixo relevante dessa integração é a sustentabilidade aplicada de forma prática. Ao longo dos anos estruturas descartáveis foram substituídas por sistemas metálicos reutilizáveis reduzindo desperdícios e ampliando a vida útil dos projetos de exposição. A sustentabilidade nesse caso não aparece como discurso mas como consequência direta de soluções técnicas mais eficientes e economicamente viáveis tanto para a indústria quanto para o varejo.
A influência desse modelo de atuação se reflete na forma como projetos arquitetônicos passam a dialogar com a indústria. Em vez de adaptações tardias ou improvisos em obra o processo se antecipa integrando arquitetos fabricantes e operadores desde a fase conceitual. Essa abordagem diminui conflitos entre engenharia design e execução além de tornar o investimento mais previsível para o lojista.
Ao longo dessa trajetória também atuei em entidades empresariais e fóruns setoriais o que ampliou a visão sobre os impactos econômicos e sociais desse tipo de integração. A qualificação da mão de obra a padronização de processos e a disseminação de boas práticas têm efeito direto na competitividade regional e na geração de empregos especializados especialmente em polos industriais ligados à construção civil.
Hoje entendo que meu papel profissional se consolidou como o de um integrador técnico. Alguém que opera entre diferentes linguagens a da arquitetura a da indústria e a da operação comercial com o objetivo de reduzir ruídos e aumentar eficiência. Em um setor pressionado por custos prazos e mudanças no comportamento do consumidor essa capacidade de conexão deixou de ser acessória e passou a ser estratégica.
Negócios
Fechamento contábil em tempo real expõe por que empresas ainda levam semanas para enxergar resultados
Published
11 horas agoon
29 de dezembro de 2025
Planilhas desconectadas e baixa integração de sistemas mantêm empresas presas a fechamentos lentos mesmo com avanço da automação financeira
Pesquisas recentes indicam que a maioria das empresas ainda fecha seus resultados com atraso relevante. Levantamento global da Deloitte aponta que companhias de médio porte levam, em média, de 10 a 15 dias úteis para concluir o fechamento mensal, enquanto organizações mais maduras digitalmente conseguem encerrar o processo em até cinco dias.
No Brasil, estudos da Grant Thornton mostram que o uso intensivo de planilhas e sistemas desconectados segue como um dos principais entraves à visibilidade financeira em tempo hábil. Esse descompasso ajuda a explicar por que o conceito de fechamento contábil em tempo real ainda está distante da rotina corporativa.
Eduardo Tognini Fernandes, coordenador financeiro da ONErpm e especialista em automação de rotinas financeiras, avalia que o problema não está apenas na tecnologia disponível, mas na forma como os processos foram historicamente estruturados nas empresas.
Segundo Eduardo, muitas organizações acumulam dados ao longo do mês e só tentam organizá-los ao final do período. “O fechamento atrasado é consequência direta de processos desenhados para funcionar no passado. Quando a empresa depende de controles manuais e reconciliações tardias, ela aceita trabalhar sempre olhando para o retrovisor”, afirma.

Esse modelo impacta diretamente as decisões estratégicas. De acordo com a McKinsey, companhias que acessam indicadores financeiros com atraso têm até 30% mais chances de revisar projeções após o encerramento do trimestre, o que reduz a capacidade de reação a mudanças de mercado.
No Brasil, o cenário é agravado pela complexidade tributária e pela fragmentação entre as áreas financeira e contábil, o que amplia o retrabalho e eleva o risco de inconsistências. Na prática, o atraso costuma nascer na operação diária. Lançamentos feitos fora do período correto, ausência de conciliações automáticas e falta de padronização de centros de custo impedem a leitura contínua do resultado.
Para Tognini, o fechamento em tempo real exige mudança de lógica operacional. “Não se trata de fechar mais rápido no fim do mês, mas de fechar todos os dias. Quando as informações estão registradas e conciliadas diariamente, o fechamento mensal vira apenas uma conferência”, diz.
Experiências recentes mostram ganhos concretos quando essa lógica é aplicada. Em projetos de integração financeira conduzidos pelo especialista, a substituição de planilhas dispersas por sistemas integrados reduziu em até 70% o tempo de fechamento e aumentou de forma significativa a confiabilidade dos dados gerenciais. “A diretoria passa a acompanhar margem, fluxo de caixa e custos quase em tempo real, o que muda completamente a qualidade da decisão”, afirma.
Apesar dos benefícios, a adoção ainda é desigual. Pesquisa da PwC sobre transformação financeira aponta que menos de 40% das empresas latino-americanas utilizam automação avançada em processos contábeis, percentual inferior ao observado na América do Norte e na Europa. O dado reforça que o desafio vai além do investimento em software e envolve governança, definição de indicadores e disciplina operacional.
Para Tognini, o fechamento em tempo real tende a se tornar um padrão competitivo. “Empresas que continuam levando semanas para entender seus números operam com risco elevado. Em um ambiente de margens pressionadas, a informação tardia custa caro”, conclui.
Negócios
Competição entre Shopee Amazon AliExpress e Mercado Livre redefine o mercado de marketplaces no Brasil
Published
13 horas agoon
29 de dezembro de 2025
Logística confiança e vendedores profissionalizados ganham peso na disputa por consumidores
A concorrência entre Shopee Amazon AliExpress e Mercado Livre entrou em uma fase mais madura no Brasil. Depois de um ciclo marcado por cupons agressivos e subsídios ao frete, o comércio eletrônico passou a ser influenciado por fatores estruturais, como eficiência logística previsibilidade de entrega e segurança na jornada de compra.
O movimento acontece em um mercado que movimentou R$ 204,3 bilhões em 2024, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), e respondeu por cerca de 9% do varejo nacional.
O avanço do e-commerce alterou o comportamento do consumidor brasileiro, que passou a demonstrar menor tolerância a atrasos falhas no pós-venda e processos de troca pouco claros. Dessa forma, o preço isolado deixou de ser o principal critério de escolha, abrindo espaço para plataformas capazes de oferecer uma experiência mais previsível do pedido à entrega.
Para Hugo Vasconcelos, especialista em vendas em marketplaces e sócio da VDV Group, essa mudança ajuda a explicar a nova lógica da competição entre as plataformas. “O consumidor passou a comparar a experiência como um todo. Entrega previsível política de devolução clara e reputação do vendedor hoje pesam mais do que descontos pontuais”, afirma.

Estratégias distintas em um mesmo mercado
A mudança de comportamento do consumidor se reflete nas estratégias adotadas pelos principais marketplaces. Shopee e AliExpress seguem utilizando cupons e preços reduzidos como ferramenta de aquisição e ganho de volume, sobretudo em categorias sensíveis a valor.
A Amazon mantém foco em sortimento amplo e fidelização por meio do Prime, com entregas rápidas concentradas nas regiões já bem atendidas por sua rede logística. O Mercado Livre, por sua vez, tem reforçado uma estratégia baseada na integração logística e no fortalecimento do ecossistema de vendedores.
Dados divulgados pela companhia indicam que mais de 90% das entregas realizadas no Brasil já passam por sua malha logística própria, o que amplia o controle sobre prazos e reduz falhas operacionais. A expansão de centros de distribuição no Nordeste, Sul e Centro-Oeste faz parte dessa resposta competitiva, sobretudo diante de plataformas que ainda dependem majoritariamente de importações e prazos mais longos.
Profissionalização como diferencial competitivo
Esse novo desenho do mercado também impacta diretamente quem vende nos marketplaces. Dados do Sebrae apontam que a ausência de gestão logística financeira e operacional está entre os principais fatores de insucesso de pequenos negócios no ambiente digital. Como resposta, as plataformas passaram a exigir padrões mais elevados de atendimento, emissão regular de notas fiscais e histórico consistente de performance.
Nesse contexto, a exigência por integração logística e regras mais rígidas funciona como um filtro natural. Ao priorizar vendedores estruturados, os marketplaces reduzem conflitos, aumentam a confiança do comprador e ampliam a taxa de recompra, criando um ciclo mais sustentável para todo o ecossistema.
O que observar antes de escolher a plataforma
Para empresas e empreendedores que atuam ou pretendem atuar no comércio eletrônico, a leitura desse cenário se tornou estratégica. Em vez de considerar apenas taxas e incentivos iniciais, especialistas recomendam avaliar estabilidade da operação, acesso a dados, previsibilidade de frete e critérios de reputação. Esses fatores tendem a influenciar o desempenho no médio e longo prazo mais do que campanhas sazonais de desconto.
A competição entre Shopee Amazon AliExpress e Mercado Livre permanece intensa, mas com critérios mais racionais. À medida que o comércio eletrônico se consolida como um dos principais canais do varejo brasileiro, ganham espaço as plataformas que conseguem equilibrar preço eficiência e confiança, enquanto modelos sustentados apenas por subsídios mostram sinais de esgotamento.
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