O medicamente trata a doença no seu estágio inicial, retardando o seu avanço.
A doença de Alzheimer afeta milhares de indivíduos em todo o mundo. Conforme dados do Ministério da Saúde, somente no Brasil estima-se que cerca de 1,2 milhão de pessoas convivem com a doença.
Diante de números altos que acrescentam uma média de 100 mil novos casos a cada ano, tratamentos recentes vêm trazendo resultados positivos no combate à comorbidade. É o caso do anticorpo monoclonal Donanemab, que atua diretamente contra a proteína Beta amiloide, que é um dos principais biomarcadores relacionados com a fisiopatologia da doença de Alzheimer. “Ele se liga nas placas amiloides que já estão depositadas no cérebro do paciente e estimula a remoção dessas placas por meio da ativação do nosso sistema imunológico”, revela a Dra. Mariana Falcão, médica neurologista com especialidade em neurologia cognitiva.
Os pacientes com mais benefícios são aqueles com comprometimento cognitivo leve, ou seja, a demência ainda não evoluiu, há apenas uma queixa cognitiva, mas a sua funcionalidade segue preservada. É possível avaliar o quadro de forma objetiva através de testes. Diante dos resultados, os pacientes com Alzheimer em estágio inicial conseguem se beneficiar com o medicamento. Tanto os CCL (Comprometimento Cognitivo Leve) quanto os com a demência instalada precisam ter a comprovação da existência da proteína Beta amiloide. O exame de imagem Pet amiloide ou a dosagem da proteína Beta amiloide no liquor conseguem detectar a fisiopatologia. “Pacientes que têm outra carga de proteína, que é a proteína Tau, de leve a moderada, terão um benefício maior da medicação”, acrescenta a médica, que atua na Clínica Sonne, em Campinas.

Dra. Mariana Falcão, médica neurologista com especialidade em neurologia cognitiva
Os resultados são positivos
No que se refere à parte biológica do paciente, houve uma redução importante dessas placas amiloides durante o curso do tratamento. Do ponto de vista clínico, observa-se que houve um retardo na progressão da doença. Isso foi medido pelas escalas cognitivas, que é o IADRS, e pelas escalas de funcionalidade onde foi usado o CDR. Digamos que esses pacientes pioraram menos usando a medicação. “Até quem tem a carga Tau alta foi beneficiado, porém, o resultado mais robusto foi em pacientes com Tau baixa a moderada”, explica a profissional.
É importante o segmento clínico definindo em que grau o paciente está, se ele tem um quadro cognitivo com demência instalada ou é apenas um CCL. No caso da demência, define-se qual é o grau, se é leve, moderado ou grave. Diante disso, são necessários exames de imagens e biomarcadores. No caso de indicação positiva do anticorpo monoclonal Donanemab ao paciente, é importante fazer o acompanhamento, já que é uma doença que pode evoluir com complicações. “São necessárias avaliações médicas, novos exames de imagem, com segmento de saúde mental, processo psicológico, fisioterápico e reabilitação cognitiva. Até porque o estímulo físico retarda a progressão da doença”, finaliza a Dra. Mariana Falcão.
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