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Negócios

Juros altos, inadimplência e fraudes desafiam fintechs

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Instituições Digitais Financeiras precisam ser mais seletivas na conquista de clientes, modelo de negócios e na concessão de crédito

O cenário do segundo semestre tem se mostrado desafiador para as fintechs brasileiras. As perspectivas para a taxa de juros, que eram de queda nos primeiros meses do ano, se reverteram e agora as projeções são de que os juros passem dos atuais 10,75% ao ano para 11,75% até o final de 2024. O impacto de uma elevação de 1 ponto percentual na Selic tem impacto direto nas margens das instituições que precisam repassar o aumento do custo do dinheiro aos clientes, encarecendo o crédito.

Segundo Eduardo Silva, CEO do Edan Finance Group, o limite para absorver as altas em sua fintech fica ao redor de 1 p.p. em 12 meses. “O mercado brasileiro é cíclico quando se refere a taxa de juros. Por isso, é sempre importante olhar para uma tendência. Acima de um ponto, começa a ficar difícil, porque encarece a cadeia como um todo e torna-se naturalmente prejudicial absorver o aumento dos juros”, explica.

Outro ponto destacado por Silva está relacionado a forma de atuação, hoje muitas fintechs atuam no modelo bolsão, ou seja, contas gráficas de clientes criadas nas contas principais das próprias fintechs. “A conta bolsão representa um alto risco para o mercado, no caso do cliente é colocar todo o seu dinheiro em nome de terceiros e no caso das fintechs que atuam neste modelo é ocultar o verdadeiro beneficiário, o que é proibido. No EDAN cada cliente possui a conta em seu CNPJ e nunca adotamos o modelo bolsão, pois seguimos rigorosamente as regras do Banco Central”, enfatiza.

Dentro deste quadro mais complexo, cada instituição financeira se vê obrigada a adotar estratégias para mitigar a perda iminente de margem, o que passa por novas tecnologias, governança e eficiência operacional. “Não adianta repassar o aumento dos custos aos clientes sem olhar a realidade do cenário”, afirma Silva.

Além do encarecimento do crédito, as fintechs ainda precisam ser mais seletivas na seleção de clientes e concessão do crédito. Os níveis de inadimplência estão elevados e atingiram patamares recordes. Somente no mês de julho, o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian registrou um total de 228 empresas que entraram com pedidos de recuperação judicial, 29% a mais do que no mês anterior e mais do que o dobro (123,5%) dos registros de um ano atrás. Este é o maior número de 2024 e o mais alto registrado na série histórica, que teve início em 2005. Nos primeiros sete meses deste ano, os pedidos somam 1.242.

“Nesses números, não temos apenas as pequenas e médias empresas, mas gigantes, como a Polishop, Coteminas, SideWalk, Casas Bahia, Supermercados Dia e por aí vai. O fato é que as dívidas milionárias dessas empresas não se limitam a fornecedores, mas também a obtenção de financiamentos de capital de giro junto ao mercado”, ressalta o gestor da Trópico Investimentos, Fernando Camargo Luiz. Ele lembra que o risco da concessão de crédito é binário, ou seja, enquanto a empresa está honrando os compromissos a rentabilidade é garantida, mas ao ficar inadimplente, o fluxo de pagamentos cessa e a instituição corre o risco de perder o principal.

Com o crédito mais escasso e seletivo, as fintechs ainda precisam tomar cuidado com as fraudes. Vitor Santos, CEO do Revizia – software especializado em gestão fiscal, financeira e tributária – alerta para um caso atendido recentemente pela empresa. A Instituição Financeira digital estava antecipando recebíveis para seu cliente, em volume constante mensal, quando estranhou um aumento significativo nas notas emitidas que eram objeto de antecipação. Na alegação do cliente, eles intensificaram as vendas em função da sazonalidade de fim de ano.

“Incomodada, a instituição financeira nos procurou e realizou o opt-in do certificado A1 do cliente no sistema, tendo constatado nos módulos de Documentos e de Inteligência Gerencial que o seu cliente passou a cancelar significativamente grande parte das notas fiscais emitidas que eram objeto da antecipação de recebíveis”, conta Santos.

Em outro caso, quando da análise das demonstrações financeiras para uma operação de crédito, essa mesma instituição financeira identificou um artifício contábil por parte de um potencial cliente, que tentava esconder no Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial um lançamento de mais de R$ 12 milhões de perda com clientes, com outro lançamento a crédito a pretexto de Ajuste de Avaliação Patrimonial. “Evidentemente que a Instituição Financeira não seguiu em frente com a operação de empréstimo com esse potencial cliente”, lembra.

Para Eduardo Silva do EDAN é muito importante uma adoção de um processo severo de Gestão de Risco de Crédito e KYC (expressão utilizada para o procedimento conhecido como Conheça seu Cliente) como mitigadores, “quanto mais informações e proximidade tiver do seu cliente menor será a probabilidade de perdas”, conclui.

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Capital Concreto abre as portas para o Preview do livro “50 Tons de Luxo” em manhã que uniu literatura, negócios e inspiração

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Na manhã de hoje, a Capital Concreto, em Alphaville, abriu suas portas para receber o Preview exclusivo do livro “50 Tons de Luxo”, de Sophia Martins — empresária, autora e também sócia da Capital. O encontro marcou não apenas a antecipação de uma obra que já nasce como referência no universo do mercado imobiliário, luxo e empreendedorismo feminino, mas também um movimento de conexões e novas oportunidades.

“50 Tons de Luxo”: uma obra que já inspira

No seu terceiro livro, Sophia Martins consolida-se como uma das principais vozes femininas do empreendedorismo no Brasil. A obra não fala apenas de luxo como estética ou consumo, mas como mentalidade, comportamento e visão de futuro para empreender em alto padrão com propósito.

“Este é um livro que não apenas fala de luxo, mas de mentalidade, de comportamento, de como empreender com visão de futuro. É sobre construir caminhos para que outras mulheres também possam brilhar”, destacou Sophia durante a apresentação.

Talks sobre imagem, empreendedorismo e protagonismo

O Preview contou com um talk especial que reuniu Mari Menezes e Robson Jassa.

Mari trouxe reflexões sobre empreendedorismo e independência feminina, destacando a importância de criar espaços que conectem mulheres a oportunidades reais.
“O empreendedorismo feminino precisa de ambientes como este, que abrem portas e ampliam possibilidades”, afirmou.
Robson Jassa, referência em imagem pessoal, reforçou a ideia de que a imagem que vendemos é luxo — porque é posicionamento, credibilidade e a forma como o mercado nos enxerga.
“A imagem não é apenas estética, é posicionamento. É sobre a mensagem que transmitimos e como o mercado nos enxerga.”

Anúncio de parceria com a Leroy Merlin

Um dos pontos altos da manhã foi o anúncio da parceria entre a Leroy Merlin e a Capital Concreto, um movimento que une inovação, construção e design de interiores ao mercado de alto padrão.

Mais do que um anúncio corporativo, a parceria simboliza o que Sophia chamou de novo luxo: parcerias inteligentes que constroem futuro, abrem caminhos e criam impacto real no ecossistema de negócios.

Capital Concreto como hub de experiências

Com a presença de imprensa, convidados estratégicos e líderes do setor, a manhã mostrou que a Capital Concreto vai além de um espaço físico: é um hub de experiências que integra arquitetura, design, literatura e empreendedorismo.

Abrir as portas da Capital para esse Preview foi um marco importante de um movimento maior — um convite para pensar o luxo não apenas como estética, mas como propósito, independência financeira através do investimento imobiliário.

(Fotos : Divulgação Sophia Martins)

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Negócios

Por que a jurimetria deve crescer no mercado financeiro

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Por Alexandre Pegoraro (*)

Nos últimos anos, a jurimetria deixou de ser um recurso restrito a departamentos jurídicos inovadores e começou a ocupar espaço nas mesas de decisão de bancos, fundos de investimento, seguradoras e áreas de M&A. Com mais de 83 milhões de processos em tramitação no Brasil (CNJ, 2024), a capacidade de medir, prever e comparar riscos jurídicos passou a ser um diferencial competitivo para players do mercado financeiro.

A lógica é simples: se finanças e investimentos já se apoiam em modelos estatísticos e séries históricas para projetar cenários, por que não aplicar a mesma racionalidade à análise jurídica? A jurimetria oferece justamente isso: uma base empírica robusta para reduzir incertezas e embasar decisões que envolvem litígios, contratos e passivos.

Enquanto a jurisprudência oferece interpretações consolidadas do Judiciário, a jurimetria mede, com precisão, como os tribunais realmente decidem, identificando padrões regionais, perfis de magistrados, tempos médios de tramitação e taxas de sucesso em determinadas teses. Essa granularidade permite que instituições financeiras calculem o risco jurídico com a mesma objetividade com que avaliam risco de crédito.

Como exemplo, podemos citar um banco que pretende conceder financiamento a uma empresa envolvida em disputas tributárias. Com base em dados históricos, ele pode estimar a probabilidade de vitória do contribuinte naquele tribunal específico. Isso afeta diretamente o valor do crédito, as garantias exigidas e o custo do capital.

A jurimetria já começa a influenciar cinco frentes estratégicas do setor. A primeira é a concessão de crédito, pois é possível avaliar o risco jurídico associado ao cliente, incorporando probabilidades de êxito em execuções ou defesas. Outra aplicação relevante está na due diligence e M&A. A jurimetria permite o mapeamento estatístico de litígios da empresa-alvo, evitando surpresas pós-aquisição. Além disso, na gestão de carteiras, sua aplicação leva a instituição a priorizar casos com maior chance de recuperação ou menor exposição, maximizando retorno. A análise estatística permite ainda realizar um cálculo mais preciso do valor do prêmio de seguros judiciais com base em padrões de decisão e aprimorar o planejamento tributário, a partir da identificação de teses com maior probabilidade de êxito, reduzindo passivos futuros.

Além de servir como ferramenta de análise, a jurimetria contribui para o fortalecimento das práticas de governança. Com métricas claras e replicáveis, conselhos de administração e comitês de risco podem tomar decisões mais transparentes e auditáveis. Isso se traduz em maior confiança de investidores e reguladores, além de alinhamento entre as áreas jurídica, financeira e de compliance.

No mercado financeiro, o custo da incerteza é alto. Um litígio que se arrasta mais que o previsto pode consumir caixa, reduzir margens e até inviabilizar transações. Ao fornecer estimativas de prazo, custo e probabilidade de êxito, a jurimetria reduz essa assimetria de informação.

A adoção de jurimetria no mercado financeiro segue a mesma curva que, no passado, impulsionou o uso de analytics no marketing e na gestão de risco de crédito. Com a crescente digitalização de dados judiciais e a evolução das ferramentas de análise, o custo de implementação tende a cair, enquanto os ganhos em precisão e velocidade aumentam.

Se no passado decisões jurídicas eram tomadas majoritariamente por experiência e intuição, o futuro aponta para um modelo híbrido: interpretação jurídica somada à inteligência de dados. No mercado financeiro, onde cada ponto percentual de risco importa, essa mudança tende a ser não apenas bem-vinda, mas inevitável.

(*) Alexandre Pegoraro é CEO da plataforma de compliance Kronoos

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Negócios

Datarisk acelera estratégia de crescimento e anuncia Valéria Nery como nova CRO

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Ex-executiva da NTT Data tem como meta expandir a presença da empresa no mercado e consolidar o posicionamento de referência em inteligência de dados

A Datarisk, empresa especializada no uso de inteligência artificial para gerar valor no conceito decision as a service, acaba de anunciar a nomeação da especialista em inovação Valéria Nery como Chief Revenue Officer (CRO) da companhia. Com mais de 25 anos de experiência no desenvolvimento de projetos, que vão desde a concepção de estratégias comerciais e modelos de negócio até a orquestração da entrega, a executiva assume o posto com a missão de liderar o plano de crescimento da empresa, expandindo sua presença no mercado e consolidando seu posicionamento como referência em inteligência de dados, IA aplicada e soluções para gestão de riscos.

Antes de chegar à Datarisk, Nery ocupou posições de destaque em multinacionais como NTT Data e Globant, onde liderou operações e projetos complexos em múltiplos setores, incluindo serviços financeiros, saúde, varejo, logística e indústria. Ela é formada em Computação, com MBA em Gestão Empresarial pela FIA Business School e especialização em Inovação pela Harvard University.

“Acredito na força das pessoas, na importância da comunicação integrada e no papel estratégico da tecnologia como motor de competitividade e transformação nos negócios. Com base nestes princípios, vamos trabalhar juntos para alinhar a atuação dos times comerciais, marketing, produto e operações em torno de objetivos comuns, acelerando a geração de receita e assegurando que a empresa continue a entregar soluções de alto impacto para seus clientes”, afirma.

Com uma tese de negócios baseada na criação de soluções proprietárias que automatizam o desenvolvimento de modelos preditivos a partir de técnicas de inteligência artificial, a Datarisk trabalha com a perspectiva de quintuplicar o volume de receitas recorrentes até o final de 2025. A empresa é pioneira no Brasil na oferta de soluções focadas no conceito MLOps (Machine Learning Operations) e oferece cinco scores dedicados a estudar as condições do tomador de crédito referente à sua estimativa de renda, à probabilidade de ele se tornar apostador em uma janela de tempo, além da avaliação de risco de crédito PF e PJ e da estabilidade empregatícia.

A 9ª Edição do Ranking 100 Open Startups, que reconhece as open startups e scaleups que mais inovam no país, elegeu a Datarisk como uma das 10 melhores na categoria Scaleups. “Nossa missão de tornar mais rápida e assertiva a tomada de decisão para empresas se consolida a cada dia como solução a uma das maiores dores do ambiente corporativo. Neste sentido, temos certeza de que a Valéria Nery com sua experiência e conhecimento, vão nos ajudar a potencializar ainda mais o ritmo de crescimento da companhia”, afirma o CEO da Datarisk, Jhonata Emerick.

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