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Justiça da Bahia impõe decreto de lei que facilita o entendimento dos processos no judiciário

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A Justiça da Bahia regulamentou na última terça-feira (25), por meio de um decreto judiciário, o uso da linguagem simples, tanto nos atos de comunicação processual quanto na comunicação verbal. Segundo a medida, o projeto dispõe estratégias do judiciário acerca da proteção dos usuários do serviço público, e, sobretudo, na sua função social com a justiça.

De acordo com o texto, considera-se linguagem simples a técnica de comunicação adotada para transmitir informação de maneira simples e objetiva. O objetivo da ação é facilitar a compreensão das informações, principalmente as escritas, sem prejudicar as regras da língua portuguesa.

Para o advogado Marco Yamada, do escritório Mandaliti, dado o caráter público das leis, pois são feitas para reger condutas humanas e suas relações cotidianas, a aplicação das disposições normativas aos casos levados ao Poder Judiciário devem ser resolvidas de forma clara e de fácil compreensão por todos os envolvidos, principalmente pelo titular do direito e por aquele contra quem esse direito é exigido.

“Todas as comunicações que partem dos Poderes Públicos devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão e, para atingir esse objetivo, o uso de uma linguagem simples, clara e precisa deve partir inicialmente daqueles que aplicam as leis, não devendo traçar uma linguagem que fique restrita aos profissionais que operam o Direito (Magistrados, Advogados e Promotores de Justiça), pois o bem da vida discutido nos processos judiciais pertencem às partes”, explica.

“Não se trata aqui de abandonar termos técnicos necessários à composição de determinado texto contratual ou legal, mas o direcionamento da não complexidade de redação das decisões judiciais, de forma que as pessoas possam compreender quais são exatamente seus diretos e deveres, traçando assim a busca da democracia para os cidadãos”, continua.

As diretrizes adequadas aos atos de comunicação à linguagem simples contempla as seguintes regras:

I – adequar mensagens, linguagens e canais aos diferentes segmentos de público, de forma simplificada e acessível aos que desconhecem as expressões jurídicas; 

II – usar linguagem respeitosa, amigável, empática, acessível e inclusiva; 

III – dar preferência a palavras comuns, de fácil compreensão; 

IV – usar a adequada designação de gênero na denominação profissional ou em ocorrência que a requeira; 

V – obedecer às regras gramaticais da língua portuguesa; 

VI – dar preferência à escrita de frases curtas e na ordem direta; 

VII – evitar o uso de termos estrangeiros e jargões; 

VIII – evitar o uso de termos técnicos e siglas desconhecidas e explicá-los quando necessário; 

IX – não usar termos discriminatórios; 

X – reduzir comunicação duplicada e desnecessária; 

XI – conhecer e testar a linguagem com o público-alvo; e 

XII – usar elementos não textuais, como imagens, ícones, pictogramas, infográficos, fluxogramas e outros, de forma complementar. 

A implantação da linguagem simples no Judiciário baiano é conduzida por um grupo de trabalho instituído por um decreto judiciário sob a presidência da Desembargadora Cynthia Maria Pina Resende.

Yamada acredita que as pessoas ainda sofrem muitas dificuldades para entender os processos. “A busca pela garantia ou exercício de um direito muitas vezes acaba resvalando no Poder Judiciário, como, por exemplo, interpretação de cláusulas contratuais, onde surgem nas decisões termos como “cláusula leonina”, “pacta sunt servanda”, “prescrição e decadência”, “decisão interlocutória”, e o pior de todos, explicar para o cliente que ele foi condenado ao “ônus da sucumbência”, pois o juiz aplicou a teoria da “carga dinâmica da prova”, diz.

O advogado explica ainda que hoje com os processos tramitando de forma eletrônica, houve a facilitação do acesso às informações, ampliando o direito no acesso ao Poder Judiciário. “No entanto, não deve se limitar a isso, pois tal acesso deve ser interpretado de forma ampla, garantindo que o cidadão também possa compreender o que está no seu processo, pois a plena expansão da personalidade somente pode ocorrer quando o indivíduo compreende as informações que estão governando sua vida”, reforça.

“Essa necessidade de compreender já é alvo de legislação em alguns países desenvolvidos, como, por exemplo, Portugal, Inglaterra e Estados Unidos, que possuem legislação específica sobre a comunicação do Poder Público com os cidadãos, como uma forma de se ampliar a cidadania participativa, verificando a necessidade de combater a complexidade dos documentos, simplificando a linguagem, com a finalidade de que fique acessível a maior quantidade de pessoas”, finaliza.

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O Preço da Fé: Quando a religião vira negócio

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Nos últimos anos, a fé encontrou novo altar: as redes sociais. De cultos ao vivo no Instagram a pregações no YouTube monetizadas com superchats e “pix profético”, o ambiente religioso brasileiro tem sido redesenhado por influenciadores espirituais, muitos deles autointitulados “apóstolos”, “profetas” e “missionários mirins”. O que antes se restringia ao púlpito agora chega com filtros, hashtags e campanhas de arrecadação.

Essa nova onda de evangelização digital, embora conecte multidões e ofereça conforto a muitos, também escancara uma realidade inquietante: a monetização da fé e os valores milionários por trás de alguns ministérios online.

O fenômeno do Missionário Mirim Miguel

Um dos casos mais emblemáticos é o de Miguel Oliveira, o “missionário mirim” de 14 anos. Com mais de um milhão de seguidores, Miguel realizava cultos e eventos com entradas que variavam entre R$ 50 a R$ 100, e recebia doações generosas de seus fiéis, em muitos casos motivadas por promessas de cura, libertação e “unção financeira”. Estima-se que suas aparições rendessem até R$ 30 mil por culto.

A recente decisão do Conselho Tutelar de impedir que Miguel pregue, viaje ou use redes sociais por tempo indeterminado gerou comoção entre seguidores e um necessário debate público: até que ponto é legítima essa forma de atuação religiosa? E quem está, de fato, se beneficiando financeiramente com tudo isso?

A fé como modelo de negócios

Para o consultor financeiro, contador e mestre em negócios internacionais André Charone, esse fenômeno revela um lado obscuro da fusão entre estratégias de marketing digital e elementos religiosos. “Não há problema algum em utilizar ferramentas modernas para propagar mensagens espirituais, especialmente se for para ajudar e confortar as pessoas. O problema surge quando essas ferramentas se tornam apenas meios de enriquecimento pessoal, sem transparência, prestação de contas ou qualquer controle institucional”, alerta.

Segundo levantamento do Ministério da Fazenda, somente entre 2020 e 2023, mais de R$ 2,4 bilhões foram movimentados por instituições religiosas cadastradas como isentas, muitas delas ligadas a líderes com forte atuação online. Em grande parte dos casos, o controle sobre esses recursos é mínimo, e muitos dos doadores não têm a menor ideia de como esse dinheiro está sendo usado.

“Em qualquer empresa de grande porte, há exigência de demonstrações contábeis, compliance e auditoria. No mundo religioso, por falta de regulação ou conivência institucional, muitos líderes manejam milhões com total autonomia. A fé, infelizmente, virou uma das fontes mais lucrativas e menos fiscalizadas do país”, reforça Charone.

A lacuna fiscal e a blindagem jurídica

O Brasil é um dos países mais permissivos do mundo quando o assunto é controle fiscal sobre organizações religiosas. A imunidade tributária, embora constitucionalmente garantida, transformou-se em terreno fértil para abusos, especialmente em um cenário no qual igrejas passaram a ser também marcas, empresas de mídia e plataformas de arrecadação em massa.

Em tese, igrejas e templos são obrigados a manter contabilidade regular e demonstrar que suas receitas estão sendo destinadas às suas atividades essenciais, como cultos, assistência social, manutenção de instalações e promoção da fé. Essa exigência está expressa no artigo 14 do Código Tributário Nacional, que trata das condições para manutenção da imunidade.

Contudo, na prática, essa regra é amplamente ignorada, especialmente por microigrejas, projetos familiares e ministérios digitais. “A Receita não tem estrutura para fiscalizar todas as igrejas. E a maioria só apresenta algum tipo de contabilidade quando precisa emitir uma certidão negativa ou captar recurso público”, afirma André Charone.

Segundo o especialista, a displicência contábil dentro do universo religioso é mais comum do que se imagina. “É possível que um templo que arrecade R$ 500 mil por mês não tenha sequer um balancete mensal ou prestação pública de contas. Em muitos casos, o dízimo entra no envelope e vai direto para o bolso do líder”, alerta.

O perigo da fé sem limites

É preciso destacar que fé e religião são pilares fundamentais para milhões de brasileiros, oferecendo apoio espiritual e sentido de comunidade. A crítica aqui não é à religiosidade em si, mas à forma como ela tem sido instrumentalizada para ganhos questionáveis.

“Todas as religiões merecem respeito e as igrejas possuem um papel social importantíssimo. No entanto, quando o altar vira palco e a mensagem vira produto, o risco de manipulação é altíssimo. As pessoas não compram apenas um livro ou um ingresso,  elas compram esperança. E explorar isso sem ética é inaceitável”, conclui André Charone.

Entre o Sagrado e o Lucrativo

Diante de um cenário onde líderes mirins e influencers movimentam cifras dignas de celebridades e pastores acumulam patrimônios milionários enquanto pedem “pix da fé”, a sociedade precisa urgentemente debater os limites éticos, fiscais e legais dessa atuação. Fé não deveria ter preço, e muito menos virar moeda de troca entre carisma e enriquecimento.

A espiritualidade pode (e deve) caminhar com a tecnologia, mas não pode se transformar em um negócio imune à responsabilidade.

Sobre o autor:

André Charone é contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA).

É sócio do escritório Belconta – Belém Contabilidade e do Portal Neo Ensino, autor de livros e dezenas de artigos na área contábil, empresarial e educacional.

André lançou recentemente o livro ‘A Verdade Sobre o Dinheiro: Lições de Finanças para o Seu Dia a Dia’, um guia prático e acessível para quem deseja alcançar a estabilidade financeira sem fórmulas mágicas ou promessas de enriquecimento fácil.

O livro está disponível em versão física pela Amazon e versão digital pelo Google Play.

Versão Física (Amazon): https://www.amazon.com.br/dp/6501162408/ref=sr_1_2?m=A2S15SF5QO6JFU

 

Versão Digital (Google Play): https://play.google.com/store/books/details?id=2y4mEQAAQBAJ

Instagram: @andrecharone

Imagens: Divulgação / Consultório da fama

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Empresário Fábio Borri faz a diferença e distribui uniformes esportivos para crianças de projeto social

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O empresário Fábio Borri mais uma vez fez a diferença e nesta quarta-feira (30), distribuiu uniformes para crianças de um projeto social chamado Bem Bolado, que já vem participando como patrocinador em algumas ações.

Essa não é a única ação social desenvolvida pelo empresário. Ele desenvolve diversos projetos sociais na cidade de Amparo. Entre eles está o Cavalgando com Amor, que custeia todas as sessões de equoterapia para crianças carentes.

Veja outros projetos desenvolvidos por ele:

Patrocina a escolinha do Santos em Amparo-SP

E ainda pretende lançar outros projetos em breve.

Vale lembrar que todo o trabalho social desenvolvido por Fábio é totalmente gratuito e ele pretende alcançar e ajudar cada vez mais o número de pessoas.

Fábio Borri é considerado como um dos empresários mais influentes na cidade de Amparo e região, seus projetos sociais são considerados como referência em todo o Brasil e vem ganhando cada vez mais repercussão nacional, sendo um exemplo a ser seguido por outros empresários.

Siga Fábio Borri no Instagram: @dr_fabioborri

 

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Sindeventos CE reúne elite do setor no Prêmio Destaque 2025 e celebra os melhores do ano

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Evento prestigiado realizado no Ilmar Buffet homenageou profissionais e empresas que se destacaram no mercado de eventos cearense.

Na noite desta segunda-feira, 29 de abril, o Ilmar Buffet foi palco de um dos eventos mais esperados do setor: o Prêmio Destaque 2025, promovido pela Sindeventos CE.

A cerimônia, que reuniu nomes expressivos da cadeia produtiva de eventos do Ceará, teve como objetivo reconhecer o talento, a inovação e o compromisso de empresas e profissionais que fazem a diferença no segmento.

Entre os homenageados da noite, a empresa Lugar de Festa Locações brilhou ao receber o troféu Melhores de 2025 na categoria locação de mobiliário, cenografia e decoração. À frente do negócio estão as empresárias Socorro Trindade e Thaty Mascarenhas, referências de excelência e dedicação no mercado de locações para eventos.

O Prêmio Destaque 2025 reforça o papel fundamental da Sindeventos CE como promotora do reconhecimento e fortalecimento do setor, além de proporcionar um momento de celebração e networking entre os principais players da área.

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