Do canto invisível da loja física à vitrine digital com horário nobre, o e-commerce devolveu escolha, linguagem de moda e autonomia para quem veste acima do 46. No Brasil, a curadoria online virou ferramenta de estilo — e de autoestima
Por muito tempo, existia um mapa não escrito para quem buscava moda plus size no varejo físico: seguir até o fim do salão, dobrar à esquerda e encontrar duas ou três araras com o que “dava para vestir”. A mensagem implícita era clara — aquelas peças resolviam um problema prático, não um desejo estético. O provador era um lugar de concessões.
A internet virou essa coreografia de cabeça para baixo. No ambiente digital, o caminho começa pela vitrine principal: páginas iniciais que exibem tendências, cartelas de cor, modelagens do momento e corpos plurais. No lugar da sensação de favor, entra o direito à escolha. E, quando a escolha muda, o corpo muda de lugar em relação à moda.
“O online tirou o plus size do improviso”, diz Gabi Anjos, fundadora da Lotus Week, loja 100% online que atua como curadoria de marcas plus size. “A cliente não precisa mais aceitar o que sobrou de uma coleção. Ela compara, salva referências, conversa com a equipe, entende tecido e caimento. Escolhe com desejo, não por falta de opção.”
Mais do que ampliar grade, a virada digital trouxe linguagem de moda para um público historicamente empurrado ao básico. A dinâmica de curadoria — o olhar que seleciona, edita e traduz tendências — preencheu um vazio que o varejo tradicional raramente encarava: informação de moda aplicada a corpos reais.
Quando a curadoria acerta, a vida aparece
Lara, 34, Recife, precisava de um vestido para um casamento no campo e temia o déjà vu do provador. Encontrou um modelo acetinado em verde-pântano no site da Lotus Week. “A diferença foi o contexto”, conta. “Havia foto frontal, lateral e costas em corpo real, com altura, manequim e medidas informadas. O atendimento por WhatsApp sugeriu tamanho com base nas minhas medidas e explicou o caimento do tecido. Eu não comprei um número — comprei um caimento.” O vestido chegou, e foi ao evento com decote seguro e barra no ponto. “Foi a primeira vez em anos que eu amei o que vesti em um evento.”
Dani, 41, Porto Alegre, trocou o pretinho curinga por um conjunto alfaiataria em tangerina. “Eu só topei porque vi uma modelo do meu tamanho usando”, diz. O styling sugerido no site — regata de malha mais estruturada, blazer levemente oversized, calça com pregas frontais — funcionou de primeira. “No escritório, ouvi ‘que look!’, não ‘emagreceu!’. Eu não quero parecer menor. Quero parecer eu.”
Em Belém, Michele, 27, fez um movimento simbólico: “Comprei minha primeira calça branca”. A descrição técnica falava de gramatura, transparência e elasticidade; o guia de medidas indicou um número acima do habitual. “Chegou e assentou. Não marcou, não apertou. A calça branca virou peça de estilo, não uma prova de coragem.”
O que o online consertou (e o físico não quis ver)
Há uma mudança silenciosa e profunda: a experiência de compra virou serviço. Em vez de cabide solto, contexto: fotos em diferentes corpos, tabela de medidas realista, explicação de tecido e elasticidade, comparação entre marcas, vídeos curtos mostrando movimento. “Curadoria não é empilhar produtos; é tomar decisões no lugar da cliente e dar transparência ao que a peça faz no corpo”, diz Gabi. “A gente descreve onde a modelagem abraça, onde ela sobra, onde alonga. Sem promessas mágicas.”
O modelo de negócio também é diferente. Como varejo multimarca online, a Lotus Week edita coleções de várias etiquetas — do básico bem cortado ao statement que pede presença — e derruba a lógica da ‘linha separada’: tudo entra na mesma conversa de tendência. “As nossas páginas de coleção não são um ‘plus size à parte’. São moda”, enfatiza Gabi.
Essa edição exige método. Nos bastidores, a equipe criou um “Mapa de Caimento” por marca (e às vezes por peça): dados internos de modelagem, elasticidade percebida, altura de gancho, largura de braço e comprimento útil. “É um dossiê de prova, construído com devolutivas de clientes e testes da equipe. Quando a cliente pergunta sobre um vestido, não respondemos ‘veste bem’. Respondemos como veste bem e em quem.”
Representatividade sem data de validade
Agosto traz o Dia da Visibilidade Plus Size (10/08), mas o calendário editorial não dá conta do recado sozinho. “Representatividade não pode ser feriado móvel”, diz Gabi. “Ela precisa aparecer na foto do produto, na linguagem, no pós-venda, na política de troca. Do contrário, vira só marketing de ocasião.”
Essa consistência muda o comportamento. A cliente que vê seu corpo na vitrine virtual arrisca cor, busca estampa, testa comprimentos. E volta — não porque faltou opção, mas porque sobrou autonomia. “A recompra acontece quando a peça cumpre o que promete. É confiança, não empolgação”, resume Gabi.
O serviço que educa (e fideliza)
O varejo digital que funciona para o plus size tem três pilares — clareza, contexto e cuidado:
Clareza: guia de medidas honesto (em centímetros), descrições francas de tecido/gramatura/elasticidade, fotos 360º no corpo.
Contexto: styling possível (com peças que já estão no armário), indicação de ocasiões de uso, comparativos entre marcas.
Cuidado: primeira troca facilitada, canais humanos (chat/WhatsApp), resposta específica para perguntas específicas.
“Não vendemos um mito de ‘corpo certo’. Vendemos pertinência”, diz Gabi. “Quando a cliente entende que a roupa se ajusta a ela — e não o contrário —, alguma coisa importante se realinha.”
No fim, “o fundo da loja” virou uma memória de arquitetura. Na vitrine do navegador, a moda plus size ganhou tempo, linguagem e palco. O clique que fecha a compra é o mesmo que abre um espaço: o da autoria. E a autoria, na moda, sempre foi o verdadeiro luxo.
Box de serviço: Como acertar a compra plus size online • Meça hoje, não confie no seu número de ontem. Use fita, anote busto/cintura/quadril/altura. • Leia o tecido. Malha com elastano abraça; alfaiataria pede precisão. Gramatura evita transparência. • Procure fotos em corpos reais. Altura e manequim informados mudam a decisão. • Pense em looks, não em peças. Se combina com três itens do seu armário, vale mais. • Troca sem drama. Políticas claras são parte do produto — não bônus.
Tecidos leves, cortes estratégicos e informação de moda: o verão chegou para todos os corpos — inclusive aqueles que por muito tempo foram ensinados a se esconder.
Por muito tempo, o verão era uma estação com manual restrito para quem vestia manequins acima do 46: evitar alças finas, esconder os braços, jamais usar branco e, claro, abrir mão do conforto térmico em nome de “disfarçar”. O resultado? Calor e desconforto emocional.
Mas esse roteiro está em transformação — e o e-commerce virou o palco dessa virada. Com a chegada da primavera, curadorias especializadas em moda plus size, como a da Lotus Week, mostram que a estação mais quente do ano não exige esconder o corpo, mas sim celebrá-lo com escolhas conscientes, frescas e estilosas.
“Durante muito tempo, o verão foi quase um inimigo da mulher gorda. Agora, com mais informação de moda e acesso à curadoria certa, a cliente começa a se vestir para si, não para agradar o olhar do outro”, afirma Gabi Anjos, fundadora da Lotus Week, plataforma online especializada em curadoria de marcas plus size.
O que funciona (e o que deve ser evitado)
Na nova coleção da Lotus Week, a curadoria partiu de três pilares:
Leveza térmica (com tecidos como viscose, linho e malhas respiráveis)
Movimento (recortes, fendas e mangas fluídas)
Versatilidade (peças que podem ser usadas em diferentes contextos com poucos ajustes)
“O que a gente percebeu é que muitas clientes evitavam mostrar o corpo, não porque não queriam, mas porque nunca encontraram peças que as fizessem se sentir bonitas e seguras ao mesmo tempo”, explica Gabi.
Tecidos como poliéster 100% e jeans pesado seguem como vilões do conforto nos dias quentes, especialmente quando somados a elásticos apertados e cortes que não respeitam o caimento. Em vez disso, a coleção aposta em amarras estratégicas, decotes em V, comprimentos midi com movimento e peças que combinam corpo, calor e estilo.
Roupas que contam histórias
A transformação não é apenas estética — ela é emocional.
Marcela, 39, Campinas, conta que comprou seu primeiro vestido floral com alças finas neste ano. “Nunca imaginei que teria coragem. Mas quando vi uma modelo do meu tamanho usando no site da Lotus Week, com uma descrição honesta do caimento e sugestões de uso, comprei. Quando vesti, chorei. Eu nunca tinha me visto bonita assim no verão.”
Na prática, a loja online não apenas entrega peças: entrega contexto. Com descrições completas, vídeos mostrando o caimento, medidas reais das modelos e consultoria humanizada por WhatsApp, o processo de compra vira uma experiência de descoberta, e não mais um momento de frustração.
Tendência: pele à mostra (com orgulho)
Segundo o relatório anual da WGSN, uma das tendências globais do verão 2026 será o chamado “radiante real” — a busca por vestir o próprio corpo, com brilho, cor e leveza, sem filtros nem contenção. No Brasil, isso se traduz em aumento na busca por estampas tropicais, modelagens mais abertas e peças que mostram a pele sem pedir desculpas.
“Temos visto um aumento significativo na procura por conjuntos coloridos, croppeds, recortes estratégicos e vestidos com fenda lateral — peças que até pouco tempo atrás eram impensáveis no plus size, porque o mercado insistia em limitar o desejo da cliente”, diz Gabi.
Para ela, mais do que vender roupa, o papel da curadoria é libertar: “A roupa certa no corpo certo, com a linguagem certa, muda tudo. E o verão deixa de ser um problema para virar um palco.”
O verão que começa do lado de dentro
Mais do que vestir, a nova coleção da Lotus Week acompanha uma mudança de mentalidade: a de que não é preciso emagrecer para usar aquilo que se deseja. A estação mais quente do ano pode, sim, ser leve — inclusive no corpo.
E, quando a cliente encontra peças que cabem nos seus sonhos, o verão não é mais sobre esconder. É sobre mostrar quem ela é, sem concessões.
Nos últimos anos, o universo fashion foi dominado por modelos híbridos que misturam estilos, trazendo ainda mais conforto e personalidade para o dia a dia.
E se tem um calçado que capturou de vez o olhar das fashionistas em 2025, ele atende por um nome diferente e super cool: sneakerina.
De Paris a Nova Iorque, das ruas dos principais centros urbanos aos feed das redes sociais, essa novidade foi vista incansavelmente nos pés de quem entende de moda, e, em pouquíssimo tempo, se consolidou como tendência-desejo da temporada.
Mas, afinal, o que é a sneakerina? Bem resumidamente, o modelo traduz o melhor do sneaker com a delicadeza da sapatilha.
Ou seja, é confortável como um tênis, mas tem o shape feminino, a vibe romântica e até o toque girlie de uma sapatilha.
Perfeita para quem ama o conforto do street, mas não dispensa um toque delicado no look.
Quer saber como surgiu e, principalmente, como apostar no mood da vez? Então, está no lugar certo! Saiba tudo sobre o queridinho do momento da Shelter!
Sneakerina: de onde vem e por que todo mundo quer?
Em uma era que prioriza conforto absoluto sem abrir mão de estética, as sneakerinas foram amor à primeira vista.
A origem exata é incerta, mas a ascensão veio forte em 2025, impulsionada, especialmente, pelo balletcore, um movimento fashion que traz referências do universo do balé para peças urbanas e contemporâneas.
A tendência migrou das roupas para os acessórios e logo chegou aos pés, repaginando as sapatilhas clássicas com solados mais robustos, acabamentos esportivos e informação de moda.
O grande charme das sneakerinas está na capacidade de unir a praticidade dos tênis à feminilidade das sapatilhas. Esse match cria um visual fresco, atual e super democrático, que funciona para todas as idades, estilos e corpos.
Por que virou must-have?
A resposta é fácil: as sneakerinas são alternativas modernas para quem não abre mão de conforto, mas também não quer deixar de lado o estilo.
Elas acompanham a rotina agitada, vão do office-look ao passeio, e se adaptam tanto a outfits básicos quanto mais elaborados.
O shape delicado conversa com peças urbanas, enquanto o solado esportivo entrega uma pitada descolada que só o street tem.
O resultado dessa fusão é um sapato multifuncional, com mil possibilidades de combinações, pronto para atravessar esta e muitas outras estações.
Seja no jeans básico, na saia girlie ou em propostas mais fashionistas, não é exagero afirmar que a sneakerina já é símbolo da moda contemporânea.
Como usar sneakerina: sugestões para todos os moods
A sneakerina é democrática e camaleônica. Com ela, dá para compor produções super urbanas, descoladas, delicadas ou até sofisticadas, tudo com um toque cool. Abaixo, preparamos algumas dicas para te ajudar a colocar essa novidade pra jogo!
Aposte em calça de alfaiataria ampla, camisa branca oversized e sneakerina em tom sóbrio. O mood fica elegante, moderno e super confortável para compor uma imagem corporativa sem monotonia.
Aqui, o truque é investir em vestidos volumosos (balonê, tule, camadas) e contrastar com o shape minimalista da sneakerina. Produção digna de streetstyle internacional.
Combine sneakerina metalizada ou com detalhes em brilho com peças pretas, minissaia de couro, blazer estruturado ou conjuntinhos de alfaiataria.
Arremate com acessórios statement para elevar o visual.
Dica extra: Experimente usar meias coloridas, arrastão ou até soquetes com laços para personalizar ainda mais o look.
E lembre-se: acessórios delicados, como pulseiras, ear cuffs e lenços, deixam a sneakerina ainda mais interessante.
Lançamento Shelter: sneakerinas para todos os estilos
Acompanhando as principais tendências globais e sempre trazendo novidades exclusivas para o universo urbano brasileiro, nós, da Shelter, acabamos de lançar uma coleção completa de sneakerinas.
São modelos que transitam do neutro ao metalizado, passando por animal prints e detalhes diferenciados, todos pensados para dar vida ao seu styling em qualquer ocasião.
Seja para compor um look leve, criar uma produção impactante ou simplesmente adicionar um toque fresh ao visual de todo dia, nossas sneakerinas foram desenvolvidas para te acompanhar com personalidade, conforto e informação de moda real.
Por que investir em uma sneakerina Shelter?
O que torna nossas sneakerinas únicas é o design autoral aliado aos melhores materiais nacionais.
Cada par é fabricado com couros de alta qualidade, camurças sofisticadas, acabamentos metalizados, detalhes exclusivos e forração macia, proporcionando conforto incomparável.
Além disso, são resistentes, flexíveis e com visual premium, pensado para mulheres que amam moda, autenticidade e bem-estar.
Mais do que tendência, assneakerinas Sheltersão peças versáteis que funcionam em looks básicos, produções elaboradas ou para office-looks despretensiosos.
Clique aqui, acesse o site da Shelter, e confira todos os lançamentos e encontre a sneakerina perfeita para você!
Editorial da Haut Models traz inspirações para o segundo final de semana do festival
O The Town, maior festival de música de São Paulo, mostrou já em seu primeiro final de semana que é muito mais do que som: é também um desfile a céu aberto. Entre os shows de Travis Scott, Green Day, Pitty, Lauryn Hill e Matuê, o público não economizou criatividade e energia nos looks, transformando o evento em um verdadeiro espetáculo de estilo.
Agora, para o segundo final de semana, que terá apresentações marcantes de Backstreet Boys e Katy Perry, a agência de modelos Haut Models produziu um editorial especial com propostas de moda inspiradas no pop em suas diferentes fases: da nostalgia dos anos 90 ao visual ousado e colorido da cantora americana.
As produções revelam combinações cheias de atitude: blazers oversized com pegada customizada, saias plissadas que remetem à estética colegial, croppeds esportivos, tênis chunky, além de peças vibrantes como tricôs felpudos em pink, acessórios divertidos e cabelos trançados com presilhas coloridas. A maquiagem também segue a linha festival: olhos marcados, glitter e bocas que reforçam a ideia de que estar no The Town é, acima de tudo, celebrar a própria personalidade.
A proposta é que cada look seja um reflexo da energia do show, seja revivendo os clássicos dos anos 90 com os Backstreet Boys ou mergulhando no universo lúdico e irreverente da Katy Perry.
O editorial reforça a importância de ousar nas combinações e provar que estilo e conforto podem caminhar juntos em grandes festivais. Afinal, o The Town não é apenas sobre assistir a grandes shows, mas também sobre viver a experiência completa, em que cada detalhe – do cabelo ao tênis – faz parte da festa.
Créditos dos looks: acervo Haut
Ficha técnica
Realização: Hat Models (@hautmodelsbr)
Direção e Produção Criativa: Leonardo Lopes (@leolopes19)
Fotografia: Edson Souza (@edsonsouza_fotografia)
Styling: Thiago Astolpho Leite (@thiagoalte)
Beleza: Joyce Gabriel (@joycegabrielmakeup)
Edição: João Paulo Lisboa (@jpliisboa)
Coordenadora de Pauta: Antônia de Biazzi (@antoniadebiazzi)
Modelo: Brenda Yuri (@breenda_yuri)
Assessoria de Imprensa: Claudia Zanoni (@clau_zanoni1)