*Demétrio Saulo de Souza
O mercado imobiliário é uma área repleta de possibilidades e estratégias que variam conforme o país e suas características econômicas, demográficas e culturais. Após a aquisição de um imóvel, as possibilidades de uso ou investimento são amplas, mas é fundamental considerar o contexto em que o bem está inserido. Uma análise interessante é a comparação entre os mercados imobiliários do Brasil e dos Estados Unidos, que apresentam diferenças marcantes.
Nos Estados Unidos, o setor imobiliário é uma das principais formas de construção de patrimônio e riqueza. Cerca de 95% das pessoas que fizeram fortuna no país investem no mercado imobiliário. Isso ocorre porque o mercado americano é extremamente aquecido, dinâmico e oferece diversas opções de investimento.
Desde a compra de propriedades residenciais para locação até estratégias mais sofisticadas, como o house flipping – compra e reforma de imóveis para revenda –, o mercado americano se destaca pela amplitude e estrutura de suas operações.
Além disso, o crescimento populacional constante nos Estados Unidos mantém a demanda por propriedades em alta, o que reforça a atratividade do setor. Diferentemente do Brasil, a pirâmide demográfica americana não está invertida; há uma base sólida de população jovem que continua a expandir o mercado consumidor de imóveis.
No Brasil, o mercado imobiliário ainda está em estágio de desenvolvimento. Estratégias como o uso de consórcios para a aquisição de imóveis têm ganhado espaço como uma forma de construir patrimônio. Essa prática envolve a compra de uma carta de crédito por meio de consórcios, que pode ser utilizada para arrematar imóveis em leilões, como os promovidos pela Caixa Econômica Federal.
O valor do aluguel da propriedade adquirida é frequentemente usado para pagar as parcelas do consórcio, permitindo que o investidor construa patrimônio de forma planejada. Embora o mercado brasileiro esteja ganhando força, ele ainda não oferece a mesma diversidade de opções e maturidade que o mercado americano apresenta.
Outro fator que influencia diretamente as diferenças entre os mercados é a estrutura fiscal. Nos Estados Unidos, existem incentivos fiscais significativos para quem investe no setor imobiliário, o que ajuda a atrair mais investidores para o mercado. No Brasil, embora haja avanços, como os consórcios e linhas de crédito mais acessíveis, a alta carga tributária e a burocracia ainda representam barreiras para o crescimento acelerado do setor.
Em ambos os mercados, é essencial que o comprador ou investidor tenha uma estratégia clara para o imóvel adquirido. Seja para uso próprio, locação, revenda ou investimento comercial, cada decisão deve considerar as características do mercado local e os objetivos do investidor.
Enquanto no Brasil o mercado ainda engatinha em termos de diversificação e estratégias sofisticadas, nos Estados Unidos, a solidez e o dinamismo do setor imobiliário continuam a atrair investidores de todas as partes do mundo.
Essas particularidades mostram como o mercado imobiliário é uma ferramenta poderosa de crescimento patrimonial. Seja no Brasil, com suas estratégias emergentes, ou nos Estados Unidos, com seu mercado robusto e estruturado, o planejamento e o conhecimento do setor são fundamentais para aproveitar ao máximo as oportunidades que ele oferece.
*Demétrio Saulo de Souza é bacharel em Ciências Contábeis e Administração de Empresas, com MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV. Especialista em viabilidade econômico-financeira, orçamento empresarial e gestão de projetos ERP e CRM, acumula mais de 20 anos de experiência em liderança de negócios. Foi gestor em empresas familiares e multinacionais, destacando-se pela redução de custos administrativos e implementação de sistemas estratégicos. Desde 2013, atua como empreendedor e CEO em diversas operações comerciais no Brasil e, atualmente, lidera empresas de investimento imobiliário nos Estados Unidos, com foco em compra, reforma e locação de imóveis no mercado americano.