Elisa Carvalho, diretora de Projetos da ‘Resolvendo – Central Pedagógica’, afirma que as notícias dos últimos dias não foram recebidas com muita facilidade
Todo ano é a mesma coisa: pânico geral quando o assunto é o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Para quem sonha em entrar em uma Universidade, principalmente pública, essa é uma grande chance de conseguir. Mas nos últimos anos o que era para ser a realização de um sonho tem virado um pesadelo.
Os jovens, que estão concluindo ou já concluíram recentemente no Ensino Médio, ficam ansiosos por conta da entrada no Nível Superior de Ensino. Mas para chegar lá é preciso muito estudo e muita batalha pela frente. E parece que esse grande sonho está se tornando um pesadelo por conta das constantes mudanças que o Inep .vem realizando no Enem.
Este ano, além da pandemia, que claro, deixou todo mundo de cabelo em pé, ainda veio a inconstância por parte do Inep. A notícia da exoneração do presidente, Alexandre Ribeiro Lopes, que ocorreu em fevereiro de 2021, foi apenas uma das ocorrências que deixaram todo mundo sem rumo.
Alexandre estava no cargo desde maio de 2019 e as coisas já não estava indo muito bem. Mas sua saída revelada aos vestibulandos que algo maior está por vir e o pânico se tornado real. Especialistas da área alertam sobre os danos psicológicos que essas mudanças podem causar nos alunos que estão se preparando para um dos momentos mais importantes de suas vidas.
Elisa Carvalho, diretora de Projetos da ‘Resolvendo – Central Pedagógica’, afirma que as notícias dos últimos dias não foram recebidas com muita facilidade por parte dos vestibulandos, Ela disse que para eles, os candidatos, é muito importante ter uma homogeneidade nas informações.
“Começamos as aulas, em fevereiro, com a incerteza das datas da aplicação da prova do Enem. Normal… todos os anos aguardamos mesmo! Porém, tínhamos o primeiro obstáculo: o retorno das aulas presenciais. Iniciamos com a certeza de que a Pandemia não só causou um descompasso educacional como também afetou o emocional. Iniciar foi o nosso primeiro desafio ”, explica.
Para a diretora, tudo parecia estar voltando ‘ao normal’. Sentíamos o tão sonhado “novo normal” … aulas fluindo, projetos de resgate ocorrendo (aulas de reforço com as frentes mais prejudicadas, nas aulas remotas, no ano de 2020) e com planos de estudos em produção. Com a aplicação das normas previstas para o janeiro, conforme a informação pelos membros da CNE, os níveis gerais necessários e os revisados de forma mais satisfatória, principalmente pelo histórico do ano anterior. Estávamos digerindo o primeiro baque: o presidente Alexandre Ribeiro Pereira Lopes foi exonerado junto com o chefe de gabinete da presidência do Inep, Marcelo Silva Pontes.Tal mudança abalou muitos alunos, pois tinha em mente o que de fato aconteceria … mais mudanças pela frente ”, completa.
A data da aplicação da prova do Enem oficial saiu em novembro deste ano. E claro que todos conhecidos muito abalados com a decisão do governo. Ficamos bem abalados como mais essa mudança, até pelo fato de que uma chance de os vestibulandos estarem com uma segunda dose da vacina na data marcada para a prova é mínima, o que gera a dúvida de uma possível alteração nos dados, ou melhor, mais uma alteração para conta! Todos nós já estão fragilizados devido à Pandemia, mas confesso que para eles, vestibulandos, o “peso” é maior… terminar o Ensino Médio, como é o caso de muitos, e se preparar para o vestibular é um grande desafio. Como todas essas mudanças, alguns pensaram em desistir, outros sentiram “a pressão” de fato começar. Assim, infelizmente, fortalecemos mais uma inimiga: a crise de ansiedade ”, pondera a professora.
Os alunos estão sentindo o baque da confusão no governo e a inconstância no Ministério da Educação que nada sabe ou não decide com exatidão. A pressão sofrida por eles já é enorme e com esse ‘muda muda’ de dados e de comando, tudo fica mais descontrolado.
A vestibulanda Graziela de Lima Candeias, de 19 anos, explica bem esse pânico: “A vida de um vestibulando sempre é muito difícil. Principalmente devido à pressão que a gente sofre todos os dias por causa do Enem, de entrar pra faculdade, de todas as coisas que a gente tem que decidir nesse período muito curto de um ano. E isso com certeza mexe muito com nossa mente e com nosso emocional ”.
Para ela, a inconstância do governo atual sobre o futuro do Enem, com ou sem pandemia, está deixando todos os alunos com os nervos à flor da pele, sem saber como agir ou reagir às notícias que vem chegando pela mídia.
“E com o governo atual esse fato não tem sido atenuado, principalmente devido às mudanças recentes do Enem que tem sido diferente de todos os anos anteriores desde que esse governo atual se instalou. As crises de ansiedade pioraram muito e a sensação de pressão e não sabendo que vai acontecer, a partir do pior. Como será o futuro do Inep, e do Enem, sem Alexandre Lopes no comando, ninguém sabe. Mas que alguém precisa dar um jeito de organizar a casa para dar uma solução mais consistente para os vestibulandos, isso precisa ”, finaliza a professora, que teme que essa confusão todas as decisões governamentais afete a health mental dos vestibulandos.