O ano de 2022 foi marcado por incertezas e o cenário de 2023 não é muito diferente, por esse motivo, os investimentos em empresas e startups estão cada vez mais cautelosos. Mesmo assim, o mercado não deixou de receber aportes milionários, e a tendência é continuar apostando em negócios em crescimento acelerado. A modalidade de aportes por meio de fundos de venture capital é a mais popular do segmento e tem crescido expressivamente ao redor do mundo, se demonstrado uma alternativa viável tanto para empreendedores como investidores.
Em números, os aportes de fundos de private equity (PE) e venture capital (VC) em empresas brasileiras atingiram R$ 29,7 bilhões, somente em 2022, valor que representa crescimento de 123,3% em relação ao ano anterior. No acumulado, o investimento já soma R$ 57,8 bilhões – o maior desde que a sondagem começou a ser feita em 2011. Os dados são da pesquisa realizada pela KPMG e a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).
Em consequência dessa tendência, indo na contramão do mercado tradicional, em que o mais comum é a captação através de empréstimos bancários, as startups tem aderido cada vez mais ao investimento de pessoas físicas e fundos de venture capital. Um exemplo recente disso foi o caso da Diferente, foodtech de assinatura de alimentos orgânicos do Brasil, que recebeu um aporte de R$ 40 milhões.
A marca do ramo alimentício realizou a operação junto ao transferbank, uma das principais soluções de pagamentos e recebimentos internacionais do Brasil. Na avaliação de Eduardo Petrelli, CEO da Diferente, a fintech de transferências internacionais tornou todo o processo de captação da foodtech mais ágil e transparente. “Simplicidade, taxas mais baixas, agilidade no recebimento e atendimento muito próximo. Além disso, foi possível obter maior transparência quanto à verdadeira cotação comercial do momento”, afirma.
De acordo com o CEO do transferbank, Luiz Felipe Bazzo, o maior objetivo do processo foi garantir 100% de transparência a todos os envolvidos. “Muitos players do mercado não são totalmente verdadeiros quanto à cotação comercial do momento e aos custos em geral, mas em uma jornada de fundraising como essa é fundamental que o cliente receba atendimento em tempo real em todas as etapas, além de ter acesso ao crédito com condições justas e o mais rápido possível”, explica.
Para o executivo, muitas startups recorrem a pessoas físicas e fundos de venture capital para financiar suas operações. “Ao contrário dos bancos, há uma tese de investimento e não de financiamento. Instituições financeiras tradicionais não têm apetite pelo modelo de startups em função do alto risco, pois em estágios iniciais não há um track record que embase a operação ou até garantias habituais de mercado, afinal, o próprio modelo inviabilizaria, uma vez que prevê ser compensado pelos juros e não equity”, afirma.
Em geral, os fundos de Venture Capital avaliam nas startups, os seus fundadores, tamanho do mercado, problemas reais e/ou oportunidades, produto/serviço disruptivo, tração e unit economics (proporção entre o Custo de Aquisição do Cliente e a receita média que é gerada pelo cliente ao longo de sua interação com a startup, ou seja, o Lifetime Value) e a escalabilidade, sendo a capacidade do negócio em crescer exponencialmente através das suas soluções, processos, software ou rede. Apesar disso, também é comum que haja preferência por setores específicos, como fintechs, healthtechs e agrotechs, e estágios de negócio, como early-stage, seed e séries A, B e C.
Processo para realizar a captação no transferbank
Atualmente, o transferbank atende fundos de venture capital, startups, empresas de importação e exportação, prestadores de serviço ao exterior e investidores pessoa física, realizando desde o cadastro até o fechamento do câmbio. Ao primeiro setor, por exemplo, a fintech conta com uma equipe técnica especializada para estruturar operações de ponta a ponta, seja na constituição de uma companhia offshore ou até na entrega dos Registros Declaratórios (RDE) do Banco Central do Brasil.
Entre os clientes da categoria em questão, a marca já atendeu fundos de investimentos como Caravela Capital, Honey Island, ACE, TM3 e Kapture. Já no que se refere a startups como a Diferente, algumas das organizações que já utilizaram os serviços da fintech são Olist, bxblue, OmniChat, Triven, James Delivery, BossaBox, Voll, Nintx, Bipa.app e Sólidos.