Artigo enviado por Genésio Lemos Couto
As startups enfrentam um cenário desafiador desde sua concepção: crescer rapidamente, superar obstáculos financeiros e gerenciais, e adaptar-se constantemente ao mercado. No entanto, a pergunta que surge é: qual o segredo para uma startup sobreviver e prosperar em um ambiente tão competitivo?
Um dos primeiros ensinamentos que podemos extrair do mundo das startups é a importância da adaptação. Quem sobrevive não é necessariamente quem tem a melhor ideia inicial, mas quem sabe ajustar seu modelo de negócio às demandas e transformações do mercado. O conceito de **Sobrevivência dos Adaptáveis** ilustra essa realidade, uma vez que o dinamismo das startups está diretamente relacionado à sua capacidade de aprender com os erros e corrigir o rumo.
A solução pode ser descontinuar
As estatísticas indicam que 25% das startups fecham antes de completar um ano e menos de 20% chegam ao quarto aniversário. Diversos fatores são responsáveis por isso, como a escassez de garantias para alavancar recursos financeiros, as complexidades tributárias, o apego exagerado a um produto específico e questões comportamentais que afetam diretamente a sobrevivência do negócio. No entanto, desistir não é uma opção. As startups que persistem aprendem que, quanto mais tentativas, maiores são as chances de sucesso. É uma lição que nos lembra que “quem tenta mais, ganha mais”, assim como os arremessadores no basquete que, ao lançar mais vezes, marcam mais pontos.
No outro extremo, temos as startups que prosperam e se tornam unicórnios. Essas empresas, além de inovarem nos produtos, também inovam na forma como gerenciam seus negócios. Muitas vezes, é necessário repensar ou até descontinuar um produto em resposta às mudanças do mercado. O sucesso está em reconhecer quando algo precisa ser ajustado ou eliminado, mesmo que isso exija desapego do que, inicialmente, parecia ser a principal fonte de valor.
Entretanto, startups que permanecem no modo sobrevivência por muito tempo correm o risco de sufocar. A falta de capital, a insistência em manter produtos desatualizados e a perda de foco devido a conflitos internos podem ser fatais. O aprendizado aqui é claro: quando o ambiente de crise se prolonga, a inovação e a capacidade de adaptação tornam-se ainda mais cruciais para que o brilho do negócio não se apague.
Estratégia com conexão
Com base nisso, surge a necessidade de uma Estratégia com Conexão. É fundamental continuar apostando na escalabilidade e na inovação, mas sem negligenciar aspectos essenciais de gestão que, no dia a dia, podem ser deixados de lado. A conexão com o ecossistema empresarial é parte essencial dessa estratégia.
Aqui estão alguns postos-chave:
- Equipe: As pessoas certas precisam estar nas funções adequadas. Não se pode mais tratar os colaboradores como peças substituíveis no processo. Eles são parte essencial do sucesso.
- Sociedade: A complementaridade de competências entre os sócios é vital para a maximização dos resultados. Caso essa complementaridade não exista, buscar um conselheiro consultivo, ainda que de forma pro Bono, pode ser a solução.
- Planejamento: Fugir das exigências legais e da concorrência não é uma opção. O planejamento estratégico deve considerar todos os desafios e obstáculos que possam surgir.
- Criatividade e Inovação: Não se trata apenas de inovar nos produtos, mas também nas estruturas de suporte que permitam a escalabilidade de forma sustentável.
- Equipe Enxuta e Engajada: Uma empresa inovadora depende de colaboradores comprometidos. Aqueles que não estão alinhados com a cultura, dificilmente adquirem o pertencimento e engajamento, então devem ser liberados para que a organização mantenha seu foco e produtividade.
- Comunicação com o Ecossistema: A empresa deve se conectar de forma eficaz com o mercado, influenciadores e decisores que podem validar e impulsionar o produto.
Por fim, a Liderança Transformadora desempenha um papel crucial. O mercado já aceitou as startups disruptivas, mas é necessário que a liderança acompanhe essa transformação. A relação entre empresa, colaboradores e o mercado de trabalho está em constante evolução, e cabe ao líder se adaptar a essas mudanças, promovendo um ambiente de crescimento e inovação contínuos.
Assim, ao adotar uma Estratégia com Conexão, as startups podem fortalecer suas relações internas e externas, garantindo não apenas a sobrevivência, mas também a prosperidade em um mercado cada vez mais competitivo.
Por Genésio Lemos Couto