Setor cresce com novas soluções autoinstaláveis, tendência do “faça você mesmo” e busca por reformas sem obra
Nos últimos anos, o setor de revestimentos no Brasil tem passado por uma verdadeira reinvenção. O que antes era sinônimo de grandes obras, quebra-quebra e longos períodos de reforma, hoje ganha contornos mais modernos, acessíveis e tecnológicos. Impulsionado por tendências como o movimento DIY (do inglês do it yourself, ou “faça você mesmo”), o segmento registra crescimento constante e atrai tanto consumidores quanto empreendedores interessados em soluções ágeis e de alto valor percebido.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) apontam que o consumo de produtos ligados à reforma e decoração cresceu nos últimos três anos, mesmo diante de oscilações econômicas. Entre os destaques estão os revestimentos autoinstaláveis, que dispensam mão de obra especializada, reduzem o tempo de aplicação e oferecem acabamento sofisticado — ideal para um público que valoriza a estética, mas não quer lidar com o transtorno de uma reforma tradicional.
Essa mudança de comportamento não ocorre por acaso. Com a intensificação do home office e a valorização dos ambientes domésticos desde a pandemia, muitas famílias passaram a buscar formas de renovar seus espaços de forma prática e rápida. Nesse contexto, o revestimento deixou de ser apenas um item técnico e passou a ocupar papel central na composição estética de casas e escritórios.
Segundo o arquiteto e consultor de design Victor Cury, o setor caminha para uma convergência entre tecnologia e acessibilidade. “Hoje, revestimentos tecnológicos entregam soluções que antes estavam restritas a projetos de alto padrão. Com o avanço da produção global e a importação inteligente, esse tipo de produto chega ao consumidor final com custo mais competitivo e instalação simplificada”, explica.
A ascensão dos revestimentos inteligentes
Entre os produtos que vêm se destacando no mercado estão as placas flexíveis de PVC e outros materiais poliméricos com tecnologia de encaixe ou fixação autoadesiva. Além de leves, esses materiais permitem aplicação sobre paredes já existentes, sem a necessidade de remoção do revestimento anterior. Outro diferencial é a resistência à umidade, que amplia a aplicação em banheiros, cozinhas e áreas externas.
“Estamos vendo um movimento parecido com o que aconteceu com o piso vinílico alguns anos atrás. Primeiro, houve resistência do mercado; depois, veio a aceitação. Hoje, o consumidor já entende que um produto mais fácil de instalar e manter pode, sim, ter qualidade estética e durabilidade”, afirma Roberta Goulart, engenheira civil e pesquisadora do setor.
Esse avanço também abre espaço para empreendedores interessados em negócios que unem inovação e demanda latente. Com a popularização dos materiais autoinstaláveis, surgem modelos de franquia e microfranquia voltados à aplicação, consultoria e venda direta desses produtos. Um dos exemplos mais recentes é a Pandecor, franquia nacional que aposta nesse nicho com um formato enxuto e acessível.
Franquias enxutas e oportunidade de negócio
A Pandecor surgiu da experiência do empresário Luiz, fundador da importadora Plastychem, após mais de 80 viagens à China em busca de soluções inovadoras no setor de construção e acabamento. Ele identificou no país asiático uma tecnologia de revestimentos autoinstaláveis ainda pouco explorada no Brasil e, com apoio da Enigma Franquias — primeira incubadora de franquias do país —, estruturou um modelo de negócio voltado à expansão nacional.
Com investimento inicial a partir de R$30 mil, o modelo da Pandecor dispensa loja física, estoque e grandes estruturas, oferecendo ao franqueado um portfólio de placas tecnológicas com garantia e suporte completo. O diferencial da marca, segundo Luiz, está na união entre design contemporâneo, fácil aplicação e logística simplificada. “As pessoas querem reformar sem quebrar tudo. Nossa missão é entregar essa experiência com profissionalismo e escala”, afirma o fundador.
Esse tipo de operação representa uma tendência no mercado de franquias, cada vez mais voltado à personalização, baixo custo inicial e apelo visual — características que conversam diretamente com o consumidor moderno. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), franquias no setor de casa e construção cresceram 12,6% em 2024, superando médias históricas.

Brasil como polo de inovação em revestimentos
Embora o Brasil ainda dependa de tecnologias importadas para boa parte dos produtos inovadores na construção, o país tem se destacado como consumidor estratégico e em expansão para revestimentos inteligentes. O clima diversificado, as diferentes tipologias residenciais e o perfil crescente de consumidores autônomos contribuem para criar um ambiente fértil para novos materiais e formatos de comercialização.
A consolidação do mercado de revestimentos tecnológicos no país também está diretamente ligada ao avanço das práticas sustentáveis. Placas recicláveis, materiais laváveis e a possibilidade de reaplicação sem descarte ampliam o valor ecológico desses produtos — um atrativo importante para as novas gerações.
Com um cenário que combina demanda crescente, inovação acessível e transformação do comportamento de consumo, o setor de revestimentos promete continuar em ascensão. E empresas como a Pandecor ajudam a desenhar esse novo capítulo da decoração no Brasil, conectando tecnologia, estética e oportunidade de negócio.