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A hora da virada do setor logístico no Brasil

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É preciso focar no reequilíbrio dos contratos e no investimento em tecnologia e boas práticas de ESG para retomar o crescimento do mercado em 2023

Por Antonio Wrobleski*

Os últimos três anos foram muito difíceis para o setor logístico. Se colocarmos uma lupa em 2022, a história do ano pode ser contada a partir de uma série de acontecimentos que causaram uma intensa reação em cadeia em todo o mercado. No âmbito global, a pandemia seguiu na agenda, embora mais arrefecida; já o conflito na Ucrânia, que iniciou em fevereiro, contribuiu para a escalada de preços dos combustíveis no mundo todo. No Brasil, tivemos o adicional do conturbado cenário eleitoral de 2022 (repercutindo até o momento), as fortes chuvas e o bloqueio das rodovias, que se somam aos gargalos históricos da nossa infraestrutura em segmentos chave da economia como energia, transporte, saneamento e telecomunicações, entre outros.

Esse cenário complexo e múltiplo trouxe desafios para os operadores logísticos, que precisaram se reinventar para garantir eficiência e qualidade. Podemos dizer que foi o ano da gestão financeira em função do aumento de custos. Basta lembrar que, no ano passado, o preço do combustível, das peças, dos insumos de manutenção, pneus e veículos sofreram um aumento expressivo. O mais relevante, sem dúvida, foi o diesel, que dobrou de preço no ano.

Durante essas quatro décadas de atuação neste segmento, observei as quatro ondas da logística, como a vinda das empresas estrangeiras ao Brasil (FedEx, DHL e Ryder), processo de fusões e aquisições dessas companhias, a solidificação do sistema de gerenciamento de transporte e armazém (TMS e WMS) e, por último, a digitalização e a preocupação dos operadores logísticos na implantação de políticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Neste momento, o desafio dos operadores logísticos é atravessar por oscilações de valores que reverberam em toda a cadeia logística e tornam praticamente inevitável o repasse desses custos ao cliente.

Para vencer essa barreira, precisamos fortalecer a parceria entre os operadores logísticos com as indústrias de distintos segmentos, para discutir ações efetivas desde o lançamento de um produto até a sua distribuição em qualquer ponto de venda como fazê-lo chegar para as regiões mais afastadas dos grandes centros com o menor custo, prazo e impacto ambiental possível. Somente com um trabalho feito a ‘quatro mãos’ será possível traçar um plano de otimização e melhoria da cadência do produto, que foi tão castigada nesses últimos anos e proporcionar ao embarcador competitividade necessária para suas operações.

Em razão disso, um movimento essencial para lidar com esse cenário foi o investimento na manutenção da carteira de clientes, na racionalização de despesas e no ajuste da alavancagem operacional. No caso da BBM, focamos fortemente no relacionamento e no SLA – Acordo de Nível de Serviço, demonstrando os fatores que geraram esse aumento de custos e que a recomposição era necessária para o equilíbrio econômico dos contratos. Foi um árduo trabalho, que contou com o apoio de toda nossa equipe comercial e de gestão para que pudéssemos alcançar esse equilíbrio e restabelecer nossa rentabilidade no segundo semestre.

Os esforços valeram a pena: a BBM encerrou 2022 com R$2 bilhões em faturamento, contra R$1,598 bilhão em 2021, conforme reportamos em nosso balanço de resultados do quarto trimestre de 2022. Além disso, registramos um recorde de R$ 455,3 milhões em receita líquida no 4T22, o que reforça a produtividade e a resiliência da companhia. Projetos com o olhar ESG também têm sido estratégicos para alavancar o crescimento. A BBM, por exemplo, iniciou um projeto para substituir as matrizes de energia elétrica utilizadas nos galpões próprios por fontes renováveis. Nos próximos meses, os armazéns de Minas Gerais e Pernambuco passam a consumir energia gerada em fazendas solares e, ao longo do ano, iremos expandir para outras regiões.

Mesmo com os desafios, estamos motivados e confiamos na continuidade de nossa história de crescimento, nas parcerias com os clientes, na busca por novas soluções disruptivas e, principalmente, pela otimização e racionalização da logística dos clientes. Do ponto de vista de negócios, a tendência é de uma curva positiva, especialmente quando falamos em supply chain associada à tecnologia, otimização, ESG e ferramentas para promover competitividade para os negócios de nossos clientes, como o desenvolvimento de uma plataforma digital em parceria com a TOTVS, com o primeiro sistema digital de gerenciamento de transporte.

Para 2023, o que queremos é uma maior estabilidade de preços e a retomada real da economia, porque as pessoas voltaram a sair de casa e a consumir, e a logística é responsável por mover tudo isso. Há um dado muito importante que diz que, quando a economia cresce 1%, o setor de transporte cresce 2%. Pensando nisso, o setor dobra o nível de crescimento e sustenta o crescimento da economia, apoiando na elevação do PIB brasileiro.

As projeções são positivas, uma vez que somente o setor de operadores logísticos movimentou R$ 166 bilhões em 2022 e gerou mais de 2 milhões de empregos diretos e indiretos, de acordo com dados do Perfil dos Operadores Logísticos 2022, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL). Vale destacar, ainda, que o setor de serviços atingiu recordes históricos, com expansão de mais de 3% em dezembro de 2022, segundo dados do IBGE, puxada principalmente pelo setor de logística, com alta nos serviços de entrega e transporte de carga. Além disso, o orçamento aprovado para investimentos em infraestrutura de transporte, em 2023, será de mais de R$ 18 bilhões, valor quatro vezes maior que o previsto atualmente, e que já consta da Lei Orçamentária Anual.

Por fim, quando olhamos para o contexto global, a expectativa é de que os preços de insumos entrem em rota de estabilização, com uma estimativa de decréscimo principalmente no caso do diesel e manutenção, entre outros itens. Temos que continuar mirando na construção de uma agenda estratégica para o setor logístico e para o país, com propostas para fomentar o crescimento econômico e a sustentabilidade, em todas as suas frentes. A boa notícia é que o setor seguirá se reinventando, já que é um pilar para o desenvolvimento do Brasil. Antonio Wrobleski é Presidente da BBM Logística.

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Negócios

O vidro como símbolo da arquitetura do futuro

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Como minha experiência no Brasil pode contribuir para a economia e o setor de construção nos Estados Unidos

Escrevo este artigo para compartilhar uma convicção que me acompanha ao longo de mais de três décadas de atuação no setor de vidros e alumínio: o vidro é mais do que um material, ele é um elemento de transformação econômica, estética e cultural. No Brasil, tive a oportunidade de participar de projetos residenciais, comerciais e institucionais que mostraram o quanto a inovação no uso desse recurso pode mudar a forma como vivemos e trabalhamos. Agora, busco levar essa visão para os Estados Unidos, país que já reconhece a importância da arquitetura envidraçada e que tem espaço para avançar ainda mais.

Entre 2022 e 2024, liderei a execução completa de três edifícios no litoral de São Paulo, para construtoras como Betontec, GrupoRH e Viamar. Foram obras que envolveram desde o planejamento até a entrega final, com fachadas inteiramente em vidro e esquadrias que garantiram integração, segurança e conforto. Além disso, há quase dez anos presto serviços para instituições como o Colégio Dante Alighieri, em São Paulo, onde desenvolvemos soluções inovadoras, muitas vezes sob prazos desafiadores. Também executei obras para o Colégio Visconde de Porto Seguro, criando espaços modernos que melhoraram a experiência de milhares de estudantes. Esses projetos consolidaram em mim a habilidade de unir estética com eficiência e gestão de prazos.

Nos Estados Unidos, vejo a chance de aplicar esse conhecimento em um mercado que movimentou mais de US$ 1,9 trilhão em 2024, segundo dados oficiais. Minha contribuição pode vir de diferentes formas: gerar empregos, capacitar fornecedores locais, compartilhar técnicas construtivas que desenvolvi no Brasil e, sobretudo, entregar soluções que combinam beleza arquitetônica com sustentabilidade.

O setor de construção americano tem avançado na adoção de materiais verdes, e minha especialidade em vidros de alta performance, capazes de reduzir custos com climatização e energia, dialoga diretamente com essa demanda. Ao trazer técnicas de instalação e execução já testadas em grandes obras no Brasil, acredito que posso colaborar para que famílias e empresas americanas tenham mais conforto, economia e eficiência em seus projetos.

Minha passagem pela Itália entre 2006 e 2007 também reforçou essa visão. Lá, tive contato com o que há de mais moderno em maquinário e tecnologia para vidros, experiência que continuo aplicando até hoje. Mais recentemente, na CASACOR São Paulo de 2025, participei da execução do espaço da arquiteta Paula Neder, capa da revista do evento e vencedor de premiação. Esse reconhecimento reforça a importância do vidro como protagonista de projetos de destaque.

Acredito que meu papel nos Estados Unidos pode ser justamente esse: atuar como um elo entre diferentes culturas arquitetônicas, mostrando que é possível valorizar imóveis, gerar impacto econômico e, ao mesmo tempo, entregar inovação. O vidro brasileiro já é reconhecido pela sua qualidade. Minha missão é transformar esse material em um símbolo da arquitetura contemporânea também no mercado americano.

Sobre Rafael Buontempo

Rafael Venâncio Buontempo é empresário com mais de 30 anos de experiência no setor de vidros e alumínio, atuando desde a infância no desenvolvimento e execução de projetos residenciais e comerciais. É sócio-proprietário da Comercial Paraíso de Vidros e Alumínios, empresa responsável por obras de grande porte em construtoras renomadas e instituições de ensino. Foi responsável pela entrega completa de edifícios residenciais no litoral de São Paulo e pela modernização de espaços no Colégio Dante Alighieri e no Colégio Visconde de Porto Seguro. Também participou da CASACOR Trio 2010 em parceria com o arquiteto Fernando Brandão, projeto que recebeu os prêmios de “Mais Original” e “Mais Ousado”

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HI Assessoria e os novos rumos da comunicação corporativa diante da desinformação

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A comunicação corporativa no Brasil atravessa um período de mudanças intensas. O avanço das redes sociais e a disseminação de desinformação têm exigido de empresas, políticos e figuras públicas não apenas presença digital, mas também estratégias sofisticadas de proteção reputacional.

Nos últimos anos, crises instantâneas provocadas por fake news, manipulação de narrativas e conteúdos artificiais viralizados colocaram em xeque a confiança do público. Nesse cenário, o setor de comunicação busca se reinventar, integrando monitoramento em tempo real, assessoria de imprensa e tráfego pago em um modelo mais ágil e protetivo.

Exemplo desse movimento é a atuação da HI Assessoria, agência fundada em 2022 e liderada pela CEO Isadora Oliveira. A empresa vem defendendo uma abordagem que une credibilidade jornalística, gestão de imagem e inovação tecnológica, refletindo a necessidade de adaptação no setor.

“O maior desafio da comunicação contemporânea não é apenas conquistar espaço, mas garantir que esse espaço seja verdadeiro e confiável”, afirma Isadora Oliveira. Para ela, enfrentar a desinformação não significa apenas reagir a crises, mas também investir em prevenção e na construção de narrativas sólidas que resistam à volatilidade das redes.

A trajetória da HI Assessoria representa um movimento maior: a busca por novos formatos de atuação em um mercado onde a confiança e a legitimidade se tornaram ativos cada vez mais valiosos. O futuro da comunicação corporativa, no Brasil e fora dele, parece depender da capacidade de agências integrarem jornalismo, tecnologia e inteligência estratégica em favor da reputação de seus clientes.

https://www.instagram.com/hiassessoria

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Ex-Globo Dony De Nuccio compra emissora nos EUA e vai concorrer com Globo Internacional

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Com reforço de Cris Gomes, ex-diretor do Domingão do Faustão, a TV Connect USA projeta valuation de US$ 250 milhões em cinco anos e aposta em público brasileiro qualificado nos EUA

O jornalista e empresário Dony De Nuccio, ex-âncora do Jornal Hoje (TV Globo) e cofundador do InvestNews, tornou-se o principal sócio da TV Connect USA, emissora de TV americana em língua portuguesa, sediada em Orlando. A aquisição marca o início de uma fase estratégica que inclui investimentos em infraestrutura e contratações de peso, como a chegada de Cris Gomes, ex-diretor do Domingão do Faustão e do Faustão na Band, para liderar o núcleo de entretenimento.

Formado em jornalismo e economia, Dony acumula passagens pela GloboNews, Jornal Hoje e SBT. Nos últimos anos, sua principal contribuição ocorreu no campo corporativo: foi cocriador do InvestNews, canal digital de economia e finanças que rapidamente se consolidou como referência no setor. O projeto teve papel estratégico no processo que culminou na compra da corretora Easynvest pelo Nubank — uma das aquisições mais relevantes do mercado financeiro brasileiro na última década.
Esse trânsito entre o jornalismo e o setor empresarial é um dos pilares que sustentam a nova fase do executivo.

Oportunidade de mercado

A TV Connect USA nasce com a ambição de replicar, para a comunidade brasileira nos Estados Unidos, o modelo que transformou a Telemundo em um dos maiores grupos de mídia hispânica do mundo — adquirido pela NBC após alcançar faturamento próximo a US$ 1 bilhão.

O público-alvo é estimado em 6 milhões de brasileiros que visitam ou vivem nos EUA, majoritariamente empreendedores e com alto poder de consumo. Trata-se de um perfil diferenciado do público médio da TV aberta no Brasil, mais próximo da audiência qualificada de canais pagos.

Esse é o ativo central da TV Connect USA: ser a ponte entre empresas brasileiras que buscam se conectar com consumidores nos EUA e companhias americanas interessadas em acessar esse público bilíngue e financeiramente relevante.

Estratégia de crescimento

Com sinal aberto na Flórida, aplicativo próprio (já baixado mais de 1 milhão de vezes) e parceria com a CNN nos Estados Unidos para acesso a conteúdo e estúdios, a TV Connect USA aposta em um modelo híbrido de distribuição. Além do jornalismo — que será o pilar central — a emissora terá verticais de entretenimento, esportes e conteúdo cristão.

A meta, segundo Dony, é clara: “crescer 25 vezes em cinco anos”. O valuation projetado é de US$ 250 milhões em 2030.

Reforços estratégicos

A chegada de Cris Gomes sinaliza a estratégia de profissionalizar e ampliar a produção local. Nome de peso no entretenimento brasileiro, Cris dirigiu grandes formatos na Globo, incluindo o Domingão do Faustão, e foi responsável pelo Faustão na Band. À frente do Programa do João no SBT, agora assume o desafio de desenhar a nova grade de entretenimento da TV Connect USA.
Nos bastidores, a emissora já realizou transmissões de impacto — como a posse de Donald Trump, em português diretamente de Washington, e o show Tardezinha com Thiaguinho em Miami. Agora, com nova gestão, o plano é consolidar a TV Connect USA como a referência em mídia para brasileiros nos Estados Unidos, em um mercado ainda pouco explorado por concorrentes locais e dominado por operações internacionais da Globo e da Record.

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